“A Cinco Passos de Você“: entenda doença retratada no filme | CNN Brasil

12 dias voltar
A Cinco Passos de Você

O longa-metragem "A Cinco Passos de Você", estreado em 2019, aborda de forma sensível a fibrose cística, uma condição médica séria. Na história, a protagonista Stella (interpretada por Haley Lu Richardson) enfrenta longas estadias no hospital devido à sua enfermidade.

No local, ela encontra Will (Cole Sprouse), que também enfrenta o mesmo problema de saúde. Apesar da necessidade de manterem uma certa distância, acabam se envolvendo em um romance.

Stella está à espera de um transplante de pulmão, ao passo que Will está envolvido em uma pesquisa sobre um remédio que pode combater uma infecção perigosa causada por uma bactéria. Devido ao risco de contaminação mútua, os dois jovens não podem se aproximar ou se tocar.

Pacientes Na Vida Real Não Podem Se Tocar?

Conforme especialistas entrevistados pela CNN, o que é mostrado na ficção reflete uma realidade. "Isso também é motivo de preocupação para pacientes com fibrose cística, já que são mais propensos a infecções bacterianas, e algumas bactérias são extremamente perigosas e resistentes aos tratamentos", esclarece o médico gastroenterologista Alexandre Carlos.

Conforme o médico explicou, a transmissão acidental pode acontecer por meio de microgotículas dispersas pelo ar, como espirros, tosses ou mesmo durante uma interação próxima em uma conversa.

Por isso, é importante considerar a possibilidade de manter uma distância segura de outros pacientes com fibrose cística como uma medida preventiva.

Segundo Valter Gurtovenco, especialista em pulmões e diretor técnico da Clínica MedViana, a orientação para manter distância deve ser seguida permanentemente. "Tendo em vista que ambos são mais suscetíveis a contrair infecções devido à baixa resistência causada pela doença, um pode contagiar o outro a qualquer momento", afirma o especialista.

Fibrose Cística: A Doença Do Filme "A Cinco Passos De Você"

"A mucoviscidose é uma patologia genética séria que afeta tanto os pulmões quanto o sistema gastrointestinal. Ela prejudica as células responsáveis pela produção de muco e suco gástrico, assim como do suor", destaca Valter. Ana Luiza Rangel, pediatra especializada em pneumologia, acrescenta que essa condição é atualmente reconhecida como a doença genética grave mais frequente na infância.

A doença é sistêmica, afetando diversos órgãos, como os pulmões, pâncreas, vias respiratórias superiores, fígado, intestino e sistema reprodutivo.

Segundo Alexandre Carlos, a fibrose cística é uma condição de origem genética. "É resultado de alterações no gene denominado CFTR (Cystic Fibrosis Transmembrane Conductance Regulator). Para manifestar a doença, é necessário que a pessoa receba duas cópias do gene mutado (uma de cada genitor)", destaca.

Sintomas Da Fibrose Cística

Os indícios podem ser percebidos desde a infância de uma pessoa e comumente incluem: dificuldade de ganhar peso, crescimento abaixo do normal, presença de fezes com perda de gordura (fezes volumosas e oleosas), aumento de catarro nos pulmões, sintomas de desconforto respiratório (como sibilância no peito e dificuldade para respirar), infecções respiratórias frequentes, sinusite crônica, infertilidade em homens, podendo progredir também para diabetes e problemas no fígado.

De acordo com os profissionais de saúde, a identificação da doença pode ser realizada por meio do exame de rastreamento neonatal.

Tratamento Para Fibrose Cística

Atualmente, a fibrose cística não possui uma cura definitiva. Porém, os progressos no tratamento têm contribuído de forma significativa para melhorar a qualidade de vida e aumentar a expectativa de vida dos pacientes, conforme Alexandre explica.

Tratamento Para Fibrose Cística

Segundo Ana Luiza Rangel, nos últimos dez anos, um novo método de tratamento com moduladores de canal está sendo cada vez mais utilizado na área médica, proporcionando uma melhor qualidade de vida para pacientes com essa condição médica. Isso permite que eles consigam lidar com a doença de forma mais tranquila, reduzindo crises pulmonares e complicações.

No entanto, atualmente, apenas pacientes com mais de 12 anos de idade têm acesso aos moduladores pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Diferentes abordagens terapêuticas, de acordo com as informações de Alexandre Carlos, incluem:

Valter Gurtovenco afirma que os pacientes com fibrose cística podem viver por mais de 50 anos.

Contar com um grupo de profissionais de diferentes áreas é fundamental para o cuidado da fibrose cística. Além disso, é necessário ter ao dispor pneumologistas, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas e gastroenterologistas", afirma Ana Luiza Rangel.

Ler mais
Notícias semelhantes
Notícias mais populares dessa semana