“Serão severamente punidos“, diz Tarcísio sobre execução no aeroporto de Guarulhos | CNN Brasil
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fez uma postagem no X, antigo Twitter, comentando o tiroteio que aconteceu na tarde de sexta-feira (8) no terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, que deixou quatro pessoas feridas.
O empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach foi a principal vítima do ataque e faleceu no local.
Conforme o governador, há fortes indícios de que a atividade criminosa está ligada ao crime organizado.
“Todas as situações serão minuciosamente apuradas e todos os culpados enfrentarão penalidades rigorosas. Reitero meu compromisso em continuar lutando contra o crime organizado em São Paulo com determinação e bravura”, completou.
Gritzbach já havia colaborado com investigações relacionadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e estava sendo ameaçado pelo grupo. O empresário estava retornando de Goiás acompanhado da namorada, mas não há dados sobre eventuais ferimentos dela. A vítima também havia sido acusada de ter ordenado o assassinato de um líder da facção criminosa, embora ele tenha negado essa acusação.
De acordo com a análise pericial, foram no mínimo 27 tiros efetuados. Gritzbach foi ferido em diversas áreas do corpo, incluindo a cabeça, o tórax e os braços. O incidente aconteceu por volta das 16 horas.
As outras três pessoas feridas incluem dois motoristas de aplicativo e uma passageira que estava saindo do veículo no momento do incidente. Até o final da noite, a atualização indica que o estado de saúde deles era considerado estável. Ao menos uma das vítimas se encontrava dentro do aeroporto.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), uma das vítimas recebeu atendimento e prestou depoimento no local do incidente, enquanto as outras duas foram levadas ao Hospital Geral de Guarulhos.
Gritzbach era um jovem corretor de imóveis da empresa Porte Engenharia quando se envolveu com o grupo de traficantes liderado por Anselmo Bechelli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta. Em 2021, ele foi acusado de ter ordenado a morte de Cara Preta, o que resultou na primeira sentença de morte imposta pela facção contra ele.
Depois de capturá-lo, os criminosos, no entanto, optaram por libertá-lo. Para as autoridades, a razão era que apenas Gritzbach tinha as combinações necessárias para acessar as criptomoedas – eliminá-lo significaria perder o investimento para sempre.
Em setembro de 2023, ele firmou um acordo de colaboração com os procuradores do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que aceitou a proposta. A homologação do acordo ocorreu na Justiça em abril de 2024.
Na sua colaboração, mencionou a conexão do PCC, a principal organização criminosa do Brasil, com o futebol e o setor imobiliário. O empresário também forneceu dados sobre os homicídios de dirigentes da facção, como Cara Preta e Django. Em comunicado, a Porte declarou que tomou conhecimento pela mídia sobre o falecimento de Gritzbach, “com quem não realiza negócios há anos”. Além disso, assegurou que ele atuou como “corretor de imóveis na companhia apenas de 2014 a 2018”.