Ações da Americanas (AMER3) saltam com notícia sobre acordo próximo com credores; varejista se pronuncia

Os papéis da Americanas (AMER3) estão apresentando mais uma jornada de elevados lucros, mesmo considerando o valor unitário reduzido das ações, o que gera uma relevante alteração percentual a partir de poucas frações de centavos.

Na manhã desta terça-feira (21), às 11h52 no horário de Brasília, o valor das ações AMER3 subiu 14,85% e alcançou R$ 1,1. Isso ocorreu após informações divulgadas na coluna Painel S.A, do jornal Folha de S. Paulo, indicarem que a varejista está prestes a receber um grande investimento avaliado em aproximadamente R$ 24 bilhões, o que seria a maior capitalização já realizada.

Durante a tarde, a empresa divulgou um comunicado ao mercado, afirmando que as conversas prosseguem, porém, não há previsão para a conclusão do acordo.

"Ainda estamos em negociações com nossos principais credores financeiros quanto aos detalhes finais do Plano de Recuperação Judicial, assim como possíveis acordos de apoio ao plano. Não podemos afirmar se ou quando essas negociações serão concluídas", declarou a empresa, enfatizando seu compromisso em manter seus acionistas e o mercado atualizados sobre o assunto. As ações mantiveram seu desempenho positivo após a divulgação, apresentando uma alta de 17,82%, atingindo o valor de R$ 1,19 às 13h55.

Mais cedo, a Folha de São Paulo noticiou, com base em fontes envolvidas nas negociações, que o acordo entre os acionistas e os bancos credores seria concluído ainda hoje, terça-feira.

Até agora, segundo o artigo, o Banco Safra não está incluído, mas isso não compromete o acordo que, se finalizado, será encaminhado ao juiz responsável pela recuperação da Americanas, com a expectativa de que o banco assine o contrato.

O acordo estipularia que o Itaú (ITUB4), Santander (SANB11), Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3), juntamente com outras instituições, iriam transformar parte dos seus créditos, totalizando R$ 19,5 bilhões, em R$ 12 bilhões em ações da empresa.

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O saldo remanescente dos créditos será quitado gradualmente com descontos, respeitando o procedimento de recuperação, enquanto que os acionistas majoritários da Americanas – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira – contribuirão com até R$ 12 bilhões.

É importante frisar que, desde a divulgação dos seus resultados em 16 de novembro pela manhã, as ações da varejista já subiram 45%.

Na semana passada, depois de vários atrasos, a empresa alterou seu rendimento líquido de R$ 544 milhões do ano corrente para um prejuízo gigantesco de R$ 6,2 bilhões. Além disso, a organização prevê um déficit de R$ 12,9 bilhões para o ano que vem.

Mesmo com a grande redução, o compartilhamento das estatísticas foi considerado significativo para permitir que os principais devedores da Americana - os quais compreendem bancos - possam prosseguir com as negociações para aprovação do programa de reestruturação financeira da empresa.

A empresa apresentou previsões para o ano de 2025, considerando a hipótese de o plano de restruturação financeira que está sendo negociado com os seus principais credores ser aprovado.

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De acordo com a Americanas, é esperado que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ultrapasse R$ 2,2 bilhões até 2025, enquanto a relação entre a dívida líquida e o Ebitda será menor que 0,75.

A companhia declarou que o projeto de recuperação da empresa é considerado "estratégico" e prioriza a "força e resistência do comércio convencional, complementado pela excelência operacional do ambiente virtual", de forma similar a concorrentes como Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3), que há alguns anos vêm concentrando esforços em combinar as atividades de lojas físicas com vantagens obtidas por meio do comércio eletrônico.

A Americanas também declarou que o plano será ampliado através de um "conjunto de serviços financeiros personalizados da (startup) Ame e pela variedade de meios de comunicação em nossa seção de publicidade para fornecer um pacote coerente de benefícios para nossos clientes e parceiros", de forma parecida aos esforços de concorrentes.

De acordo com o luminar em estratégia financeira, Filipe Villegas da Genial Investimentos, a publicação do relatório é, em certa medida, "benéfica", porque os investidores conseguem ajustar seus cálculos. "Apesar das circunstâncias desfavoráveis, eu acredito que o mercado pode avaliar o cenário de forma positiva, pois agora sabemos a dimensão do problema, o tamanho do prejuízo e, a partir daqui, quais serão os próximos desafios", ele afirmou após a liberação dos resultados.

De acordo com informações da agência Reuters e do Estadão Conteúdo, pode-se constatar que...

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