Americanas: ações AMER3 saltam mais de 60% após lucro superar R$ 10 bi no 3º tri

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AMER3

A Americanas (AMER3), que está em processo de recuperação judicial, apresentou seus resultados referentes ao terceiro trimestre de 2024 (3T24) na noite anterior, evidenciando os impactos resultantes do plano de recuperação da rede de varejo.

Assim, a rede de varejo alcançou um lucro líquido de R$ 10,3 bilhões no terceiro trimestre deste ano, recuperando-se de um prejuízo de R$ 1,63 bilhão registrado no ano anterior. As ações iniciaram a sessão desta quinta-feira (14) com uma alta aproximada de 20% e continuaram a subir de forma constante na primeira hora de negociação. Às 11h29 (horário de Brasília), o aumento já chegava a 63,39%, com o valor por ação a R$ 5,49, antes de passar a ser negociada em vários leilões consecutivos.

A empresa declarou que o lucro bilionário alcançado entre julho e setembro foi influenciado, entre outros aspectos, pelo "reconhecimento como receita financeira dos descontos aplicados na quitação de dívidas judiciais com credores financeiros, além da reversão de juros e ajustes monetários".

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A XP observa que o crescimento continua a ser impactado pelo canal online, embora a rentabilidade esteja se aperfeiçoando. O GMV (valor bruto de mercadorias) total registrou uma queda de 4% em comparação ao ano anterior, com o ecommerce apresentando uma redução de 49%, enquanto o varejo presencial teve um aumento de 14%.

O varejo físico se sobressaía em três aspectos principais: i) a escolha adequada de produtos, com o aprimoramento de um sistema de precificação regional (em vez de nacional) e uma abordagem mais eficaz para o abastecimento das lojas; ii) negociações estratégicas, visando melhorar as condições comerciais e ampliar a variedade de produtos nas lojas em categorias com potencial de demanda e rentabilidade, como papelaria, brinquedos e vestuário; e iii) aprimoramento das lojas, por meio de testes com novos formatos de lojas e a otimização do espaço, resultando no fechamento de 21 unidades no trimestre, o que impulsionou um aumento de 14% nas vendas das lojas que permaneceram.

A lucratividade também se destacou, com a margem bruta subindo 2,6 pontos percentuais, favorecida por uma combinação de produtos mais eficiente e pela diminuição de custos. A companhia anunciou um lucro bilionário, beneficiado pela eliminação de dívidas e um aumento de capital que tornou o patrimônio líquido positivo.

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A posição de caixa líquido alcançou R$ 482 milhões, após uma diminuição da dívida bruta, que caiu de R$ 45 bilhões em junho de 2024 para R$ 2 bilhões, em decorrência do reperfilamento com os credores financeiros. O aumento de capital de R$ 24,5 bilhões foi concluído neste trimestre, resultando em um patrimônio líquido positivo de R$ 6 bilhões, comparado a um prejuízo de R$ 30 bilhões no segundo trimestre de 2024.

A varejista reconhece que ainda há um longo caminho pela frente para liberar valor na empresa, mas destaca algumas prioridades: 1) aumentar a venda por metro quadrado; 2) desenvolver estratégias de precificação e logística; 3) implementar um projeto de reorganização das lojas; e 4) adotar modelos mais eficientes de gestão de estoque, permitindo o controle total de todos os SKUs (itens de estoque) geridos.

Para a XP, observa-se que a abordagem mais lógica de precificação favorece o ambiente competitivo do comércio eletrônico. Contudo, a empresa permanece prudente em relação ao setor, devido a uma demanda que ainda sofre influência de fatores macroeconômicos e a uma concorrência intensa. A análise para AMER3 ainda está sendo reavaliada.

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