Antes de escândalo, diretores da Americanas (AMER3) venderam ações, aponta a PF

28 Junho 2024
AMER3

De acordo com a Polícia Federal (PF), o ex-presidente da Americanas (AMER3) Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez, a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali e outros antigos executivos da rede varejista realizaram a venda de R$ 287 milhões em ações pouco antes do anúncio, em janeiro do ano passado, da descoberta de um déficit de R$ 25,3 bilhões no balanço da empresa devido a "irregularidades contábeis".

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A revelação resultou na acusação dos antigos executivos por delito de insider trading, juntamente com outras infrações investigadas na Operação Divulgação, que foi deflagrada no dia anterior.

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De acordo com a investigação que culminou na ação, Gutierrez e Anna Saicali teriam comercializado mais de R$ 230 milhões – R$ 171,7 milhões e R$ 59,6 milhões, respectivamente – em ações da Americanas antes que as irregularidades contábeis na empresa fossem divulgadas.

Segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF), as transações mais intensas ocorreram de julho a outubro de 2022. Os documentos da operação indicam que as negociações de ações foram feitas nos seis meses anteriores à divulgação do comunicado sobre o prejuízo da Americanas, o que teve um grande impacto no preço dos papéis da empresa.

Os negócios incomuns foram informados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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A Polícia Federal aponta que a proximidade da revelação no mercado sobre o déficit nas finanças da empresa, com a substituição do CEO da Americanas em agosto de 2022, motivou alguns investigados a realizarem vendas significativas de ações, prevendo o comunicado oficial que culminaria na queda do valor das ações em janeiro de 2023.

Em comunicado, a equipe de defesa de Gutierrez alegou nunca ter estado envolvida em qualquer fraude. Já a defesa de Anna optou por não se manifestar. Segundo o Ministério Público Federal, ao ser divulgada a notícia sobre a substituição de Gutierrez como chefe da Americanas, os investigados demonstraram preocupação com a possibilidade de não conseguirem mais ocultar as fraudes do novo CEO. Assim, de acordo com as investigações, o grupo buscou minimizar os impactos das fraudes através da discussão de estratégias para atenuar os danos que seriam informados ao novo CEO.

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