Victoria De Angelis, do Måneskin, fala sobre Anitta, funk e estreia como DJ: 'Adoro letras explícitas'

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Anitta

Porém, limitar-se a apenas um estilo musical não é apenas uma tarefa complicada. Para ela, isso também se torna tedioso. Neste ano, a baixista aproveitou o intervalo na agenda da banda (pelo que se sabe) para descobrir uma nova vertente: a de DJ animada, que abrange desde raves até bailes funk.

Victoria procurou no Brasil a colaboração ideal para iniciar sua jornada. Com o auxílio de letras ousadas de Anitta, a artista italiana lançou sua carreira solo com a música "Get Up Bitch (Shake Ya Ass)". Entusiasmada com essa nova fase profissional, Victoria agora atua como DJ e deseja se inspirar na "energia vibrante" dos brasileiros. Ela chegará ao país no dia 15 de novembro, onde comandará a trilha sonora de uma festa em São Paulo.

Em entrevista ao g1, a cantora italiana contou como se deu a colaboração com Anitta, elogiou os artistas brasileiros e, principalmente, as nossas celebrações. Confira:

g1 - Você passou de baixista em uma banda de rock para se tornar DJ, fazendo sua estreia com uma faixa que mistura funk e techno. Como se deu essa transição?

Victoria - O processo foi bem orgânico. Desde a adolescência, sempre tive uma paixão pela cultura "clubber" e pela música eletrônica. Contudo, nunca consegui dedicar muito tempo a isso, pois estava sempre envolvida com a banda. Há alguns anos, alguns amigos DJs me ensinaram a tocar. No começo, eu fazia apresentações em festas privadas apenas por diversão; organizávamos eventos só para ter a oportunidade de tocar.

Assim que concluímos a turnê com a banda, eu comentei: “Certo, agora é a hora ideal. Ao invés de tirar um tempo para descansar e viajar, vou dar início ao novo projeto”. Passei a me dedicar a isso de forma intensa, me apresentando em pequenos clubes. E estou me divertindo muito.

g1 - Você poderia compartilhar um pouco sobre a canção em parceria com a Anitta?

Victoria - Desde que iniciei minha jornada como músico, desenvolvi uma paixão por funk e latincore, esse estilo de vibração musical. Assim, quando comecei a criar minha primeira faixa, há cerca de um ano, utilizei um sample vocal brasileiro que encontrei na internet.

Então, eu refleti: “Uau, isso soa tão bem. Eu realmente gostaria de ouvir um artista brasileiro interpretando essa música.” Logo me veio à mente a Anitta, pois já nos conhecemos e ela é realmente muito simpática. Ela é praticamente a rainha do Brasil e seu último álbum é simplesmente fantástico. Gosto muito das letras que são bem diretas.

g1 - Você tinha ideia do que ela estava cantando quando te mandou o áudio?

Victoria - Com certeza! A tradução chegou até mim e eu adorei! [risos] Sinto que essa canção reflete de forma incrível o meu estilo e a minha essência.

Eu sou apaixonado por techno e sempre fui, mas percebo que atualmente há uma grande predominância de um estilo mais pesado e sombrio. No entanto, meu desejo é me divertir, e aprecio essa vibração brasileira, onde todos se movem juntos e se entregam à dança. É isso que eu quero transmitir. A festa brasileira representa o evento ideal que eu sempre sonhei.

Meus produtores e DJs preferidos são todos brasileiros ou, de modo geral, latinos. Portanto, acredito que esse é definitivamente o estilo que estou apresentando atualmente. Não tenho certeza de como isso vai evoluir no futuro, mas essa realmente representa a essência da minha identidade.

Victoria De Angelis e Anitta. — Imagem: Francis Delacroix/Divulgação

g1 - Fale um pouco sobre seus artistas e produtores brasileiros favoritos. Quais são eles?

Victoria - Eu sou apaixonada pela Clementaum. Ela é uma pessoa maravilhosa. Adoro Cyberkills e MC Carol, a forma como ela canta. Também aprecio artistas de estilos variados, como Pabllo Vittar. Ela é sensacional.

É interessante você mencionar esses artistas. Acredito que músicos que não são dos EUA, e que precisam se esforçar mais para serem reconhecidos e conquistarem espaço no mercado, têm uma maior capacidade de pensar de maneira inovadora em relação aos gêneros musicais e às sonoridades. Você está de acordo?

Victoria - Acredito que esta seja a fase mais desafiadora ao se tornar um artista de sucesso. Existe uma enorme pressão vinda da indústria, das pessoas e das expectativas que elas criam.

Esta é a etapa mais desafiadora para mim. Tenho uma verdadeira paixão pela música. As pessoas percebem quando você está realizando algo que te entusiasma e que traz prazer.

Acredito que a interação com o público e o instante em que você se apresenta, se diverte e compartilha uma canção que você adora é o que faz toda a pressão e toda essa agitação realmente compensarem. Concordo que, por os Estados Unidos serem o maior mercado, talvez isso te faça sentir ainda mais pressionado pelas regras, mas eu realmente procurei não me prender a nenhuma delas.

g1 - Podemos aguardar novas faixas desse seu projeto em um futuro próximo?

Victoria - Sim, estou criando várias faixas. Neste momento, pretendo manter as coisas bem orgânicas e explorar diversas possibilidades. Depois, irei avaliar o que funciona melhor junto com alguns artistas. Por exemplo, com a Anitta, aprecio esse tipo de colaboração entre o pop e a música eletrônica. Portanto, acredito que seria interessante fazer algo semelhante com outros artistas também.

g1 - Você vê seu projeto solo como algo completamente distinto do Måneskin? Ou acredita que podem existir aspectos em comum entre eles?

Victoria - No momento, estou refletindo sobre isso de maneira bem distinta, pois são questões bastante diferentes.

g1 - Bem, ambos os projetos são muito empolgantes.

Victoria - [Risos] Isso é verdade. Mas enquanto estive em Tóquio, fiz uma apresentação como DJ com o Thomas [Raggi, guitarrista do Måneskin] e ele estava tocando guitarra em uma das faixas. Foi realmente incrível. Quem sabe possamos repetir essa experiência no futuro.

g1 - Nos encontraremos no Brasil em breve, certo?

Victoria - Estou super empolgada para me apresentar no Brasil. Vamos comemorar!

Victoria De Angelis. — Imagem: Francis Delacroix/Divulgação

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