Anistia alerta sobre 'retrocesso' da Argentina em questões de gênero e meio ambiente na OEA
Na terça-feira, 25 de janeiro, a Anistia Internacional (AI) manifestou sua inquietação em relação às críticas feitas pela Argentina durante uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) a projetos relacionados à igualdade de gênero e ao meio ambiente. Isso ocorreu um dia antes do início da Assembleia Geral da organização em Assunção.
A Anistia Internacional expressou sua inquietação com a postura retrógrada adotada pelo Estado argentino dentro da Organização dos Estados Americanos, em relação a questões históricas de gênero, meio ambiente e defensores dos direitos humanos.
De 26 a 28 de junho, ocorrerá a 54ª reunião anual do fórum multilateral, na qual se tentará obter a aprovação final desses planos que a Argentina questionou seu respaldo.
Na terça-feira passada, durante uma reunião comum do Conselho Permanente da OEA em Washington, surgiram algumas controvérsias. A representante da Argentina, Sonia Cavallo, questionou propostas de resoluções ligadas à democracia, aos direitos humanos, ao meio ambiente e às questões de gênero e étnicas que estavam sendo discutidas pela organização.
Mariela Belski, diretora executiva da AI, declarou que é necessário que a Argentina reavalie essa atitude que rompe com acordos fundamentais mantidos nos últimos anos, como a total condenação à violência contra as mulheres.
A reunião de ministros das Relações Exteriores e representantes de países membros - a última com Luis Almagro como secretário-geral - abordará quatro temas principais: promoção da democracia, respeito aos direitos humanos, segurança e crescimento econômico.
Belski ressaltou que a postura da Argentina indica "um retrocesso preocupante na política externa do país" e que "esses fatos se somam ao anúncio do Ministério das Relações Exteriores de suspender a participação em eventos relacionados à Agenda 2030 da ONU".
A Agenda 2030 estabelece metas para erradicar a pobreza, promover a igualdade entre os gêneros, garantir acesso à educação, assegurar a alimentação, fomentar o crescimento econômico inclusivo e enfrentar de forma urgente as mudanças climáticas e suas consequências, dentre outros assuntos.
Porém, Javier Milei, o presidente da Argentina, mostrou-se completamente contra: "Não iremos seguir a Agenda 2030, não apoiamos o marxismo cultural, a decadência", afirmou antes de ser eleito.