FMI elogiou reformas, superávit e queda da inflação, diz Argentina após reunião | CNN Brasil

15 Junho 2024
Argentina

Na última sexta-feira (14), a Casa Rosada elogiou a reunião do presidente da Argentina, Javier Milei, com a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, durante a cúpula de líderes do G7, na Itália, classificando-a como "altamente bem-sucedida".

O encontro ocorre no dia seguinte à liberação de aproximadamente US$ 800 milhões pelo FMI para a Argentina. De acordo com o órgão, tais recursos visam auxiliar nos esforços para atingir a estabilidade dos preços, recuperar as reservas e consolidar a retomada econômica.

Os recursos constituem uma parcela do empréstimo de US$ 44 bilhões acertado pelo ex-presidente Mauricio Macri em 2018. Com esta aquisição recente de US$ 800 milhões, a Argentina agora alcança um total de US$ 41,4 bilhões emprestados pelo Fundo Monetário Internacional.

De acordo com o governo argentino, a líder do fundo teceu elogios a Milei "pelos progressos alcançados nas mudanças econômicas", principalmente a sanção pelo Senado, na quarta-feira (12), da Lei de Fundamentos, que propiciará um reposicionamento na gestão pública, nas leis trabalhistas e em outros segmentos da economia.

A Casa Rosada divulgou uma declaração em que indica que Georgieva observou a diminuição da inflação, que chegou a 4,2% em maio, representando menos da metade do índice de abril e o mais baixo desde janeiro deste ano. Além disso, destacou as iniciativas do governo que contribuíram para esse resultado.

De acordo com o governo Milei, Georgieva também teria exaltado a Argentina "por sua impressionante realização na diminuição do déficit fiscal, indicando que o país já alcançou um superávit fiscal em maio".

Durante o início do ano, a Argentina conseguiu conquistar um superávit fiscal pela primeira vez em mais de uma década e de acordo com a Casa Rosada, em maio, houve o quinto mês consecutivo de equilíbrio financeiro.

As partes envolvidas afirmaram sua dedicação em continuar trabalhando em parceria, com o intuito de desenvolver e implementar uma estratégia de longo prazo para a promoção do crescimento econômico sustentável. A parceria evidencia a relação sólida e produtiva entre a Argentina e o FMI, com ambas as partes empenhadas em alcançar objetivos compartilhados em prol dos cidadãos argentinos, afirma o comunicado.

Hoje (13), ao informar sobre a recente liberação de recursos para a Argentina, o FMI assegurou que a política econômica do governo "segue em pleno vigor" e que todas as metas quantitativas de desempenho foram atingidas pelo país até março do presente ano.

O grupo anunciou ainda que, a fim de manter o avanço, é fundamental elevar a qualidade do controle orçamentário, iniciar as mudanças necessárias para aprimorar as políticas monetárias e cambiais e implementar reformas que irão impulsionar o crescimento econômico, a criação de empregos formais e os investimentos.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) também defende a importância de "prosseguir com empenho no suporte aos mais fragilizados, ampliar o respaldo junto às políticas implementadas e assegurar uma execução diligente das medidas".

Embora Milei tenha contribuído para a diminuição da inflação, essa redução ocorre em um cenário em que os preços estão elevados, tendo sido disparados desde agosto do ano passado, época das primárias eleitorais do país. Em dezembro, esses preços atingiram um pico de aumento, chegando a um índice de 25,5%.

De acordo com um relatório elaborado em conjunto pelo Observatório da Dívida Social Argentina e pela Cáritas, a taxa de pobreza na Argentina alcançou a marca de 55,5% da população, enquanto a miséria atingiu 17,5% durante o primeiro trimestre deste ano.

Segundo um estudo realizado em maio pelo instituto Zurbán Córdoba, 41,4% dos entrevistados relataram enfrentar dificuldades financeiras no final do mês, enquanto 41,2% afirmaram que não conseguem fechar as contas, e apenas 16,5% disseram que conseguem guardar dinheiro.

Conforme a pesquisa, apesar dos obstáculos, o atual governo tem uma taxa de aprovação de 46,6%. Quando questionados sobre a situação atual do país, o termo mais mencionado pelos entrevistados foi "esperança", que apareceu em 29% das respostas.

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