Marina: saída da Argentina da COP29 não interfere em negociações
Durante a 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), que acontece em Baku, no Azerbaijão, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, fez comentários sobre a escolha do governo argentino, liderado pelo presidente Javier Milei, de retirar sua delegação das negociações climáticas.
“Esse é um procedimento que vai contra as demandas que o mundo está estipulando. Todas as nações estão arcando com um custo elevado devido às alterações climáticas, e cada país que se nega a cumprir suas responsabilidades está ajudando a piorar essa condição, que afeta a vida das pessoas, as práticas agrícolas e os processos de produção industrial em diversas escalas,” afirmou.
Segundo Marina, a escolha do país, que faz parte do Mercosul, não afetará as discussões sobre clima na Cúpula de Líderes do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro. A ministra afirmou que a Força-Tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima, realizada em outubro nos Estados Unidos, já havia iniciado esse debate.
"O G20 alcançou os progressos que esperávamos. Conseguimos abordar temas que vão desde a compensação por serviços ecossistêmicos até a tributação dos bilionários. Fomos capazes de integrar a pauta climática com a agenda financeira em uma reunião histórica realizada em Washington", ressaltou a ministra.
A reunião mencionada resultou em uma declaração do ministério e um documento multilateral assinado pelo conjunto, que inclui os 21 países do G20, mais 15 nações convidadas, além de 25 organizações e grupos internacionais.
Diversas pessoas podem até compartilhar opiniões sobre a questão dos costumes, mas não desejam ver a segurança de suas famílias comprometida, nem querem que seus empreendimentos sejam afetados negativamente. Assim, aqueles que estão se afastando do Acordo de Paris e se negando a cumprir suas responsabilidades, em nome da vida, do planeta e de seu próprio bem-estar, não escaparão das consequências impostas por suas sociedades.
O vice-presidente Geraldo Alckmin expressou sua tristeza pela escolha do presidente argentino e repudiou a postura negacionista.
"A ciência serve para beneficiar a humanidade. Se observamos, por exemplo, o campo da medicina e da saúde pública, podemos notar como conseguimos aumentar a expectativa de vida global em quase 80 anos. Isso se deve ao fornecimento de água potável, vacinas e antibióticos. A ciência está a serviço do progresso humano", afirmou Alckmin.
De acordo com o vice-presidente, a escolha de Milei é de caráter individual e pode ter impactos econômicos para a Argentina. "É evidente a questão das mudanças climáticas e suas consequências, inclusive para a economia. Acabamos de escutar que isso pode afetar o PIB. No entanto, isso não alterará as relações institucionais, que não são de natureza pessoal."
A repórter foi convidada a viajar pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).