Corpo do ator Emiliano Queiroz será velado em Ipanema

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Ator Emiliano Queiroz

O velório estará acessível ao público das 11h às 15h. A cerimônia de cremação, por sua vez, ocorrerá às 17h no Crematório e Cemitério da Penitência, em um evento restrito somente a amigos e familiares.

Emiliano permaneceu internado por 10 dias na Clínica São Vicente da Gávea, localizada na Zona Sul do Rio de Janeiro, devido à colocação de três stents em seu coração. Na quinta-feira (3), recebeu alta médica e retornou para casa.

Segundo o amigo e produtor Eduardo Barata, às 4h30 desta sexta-feira (4), Emiliano despertou, tomou um banho e começou a se sentir mal. Ele foi levado novamente ao hospital, mas sofreu uma parada cardíaca. O ator foi submetido a reanimação e intubação, mas faleceu algumas horas depois.

Emiliano Queiroz interpretou o personagem Seu Rivaldo na série 'Sob Pressão' — Imagem: Globo/Mauricio Fidalgo

Em 2022, o ator celebrou sete décadas de trajetória profissional e participou de uma entrevista no programa Conversa com Bial, onde recordou experiências que ficaram gravadas em sua memória ao longo desses anos. Confira abaixo.

Emiliano Queiroz recorda episódios significativos de suas sete décadas de vida.

Desde muito jovem, a habilidade para a dramaturgia se manifestou nele. Quando era criança, costumava encenar peças para os adultos em Aracati, sua cidade natal situada no litoral do Ceará.

Quando tinha apenas 4 anos, seu pai o levou para ver a peça 'O Mártir do Gólgota', escrita por Henrique Perez Escrich, o que acendeu de vez sua paixão pelo teatro. “No dia seguinte, eu já encenava 'O Mártir do Gólgota' por toda parte, e os professores começaram a reconhecer esse talento que eu tinha”, revelou o ator em uma entrevista ao Memória Globo.

Emiliano Queiroz interpretando Dirceu Borboleta em 'O Bem-Amado' — Imagem: TV GLOBO / Nelson Di Rago

Foi nesse momento que ele passou a integrar o grupo de teatro de sua escola. Com 14 anos, ingressou no Teatro Experimental de Arte em Fortaleza e, aos 16, iniciou sua carreira na Ceará Rádio Clube.

Emiliano esteve casado por 51 anos com Maria Letícia, que era advogada e atriz, com 77 anos de idade. O ator, que foi responsável por criar 14 filhos ao lado da esposa, deixa como legado 8 netos e 3 bisnetos. O local e o horário do velório e da cremação ainda não foram determinados.

Emiliano Queiroz, que interpretou Dirceu Borboleta na novela 'O Bem-Amado', faleceu no Rio de Janeiro.

Mais De 40 Novelas Exibidas

O artista deixou sua marca na cultura brasileira com o papel de Dirceu Borboleta em O Bem-Amado, de Dias Gomes, mas atuou em mais de 40 novelas, além de participar de diversas séries e minisséries.

No total, atuou em mais de 60 filmes, mais de 60 peças teatrais e cerca de 70 novelas, minisséries e programas especiais na televisão. Sua estreia na TV Globo ocorreu logo após a emissora adquirir a TV Paulista, onde já estava empregado, em 1965.

Naquele ano, chegou a ser agredido na rua devido ao personagem nazista Hans Stauben do filme 'O Sheik de Agadir' (1966), também escrito pela mesma autora.

"A população me detestava. Na noite anterior, eu havia eliminado o personagem interpretado por Cláudio Marzo, e a situação já estava se complicando nas ruas. As pessoas passavam de táxi ou ônibus e vociferavam: 'Assassino!'. Na manhã seguinte, uma mulher me acertou com a sombrinha na cabeça", contou ele em uma entrevista.

Emiliano também conquistou o público com sua atuação em Cambalacho, em 1986, onde interpretou o personagem Tio Biju, e em Alma Gêmea, em 2005, dando vida ao Tio Bernardo.

‘Conversa com Bial’ recebeu Emiliano Queiroz para comemorar seus 70 anos de trajetória como ator — Foto: Globo/Divulgação

Sua última atuação em telenovelas da TV Globo ocorreu em Além da Ilusão, em 2022, Éramos Seis, em 2020, e Espelho da Vida, em 2018.

No cinema, conquistou o Kikito de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante no Festival de Gramado por sua participação de apenas três minutos no longa 'Stelinha' (1990), dirigido por Miguel Faria Jr. Também teve papéis em 'A Extorsão' (1975), de Flávio Tambellini; 'O Xangô de Baker Street' (2001), novamente sob a direção de Miguel Faria Jr.; 'Madame Satã' (2002), de Karim Aïnouz; e 'Casa de Areia' (2005), dirigido por Andrucha Waddington, entre outros filmes.

No cenário teatral, sobressaem figuras como o Veludo da obra 'Navalha na Carne' (1969), escrita por Plínio Marcos; o Tonho de 'Dois Perdidos Numa Noite Suja' (1971), igualmente de Plínio Marcos; além de sua icônica interpretação de Geni na 'Ópera do Malandro' (1978), de Chico Buarque.

Emiliano Queiroz na trama Espelho da Vida — Imagem: Arquivo Grupo Globo

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