Terror no Rio: confronto entre policiais e traficantes na Avenida Brasil mata 3 pessoas com tiros na cabeça

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Avenida Brasil

No meio do tiroteio, sem possibilidade de escapar. Sem direção a seguir e sem opções para solicitar ajuda. A sensação era de que os disparos provinham de todos os lados. Milhares de pessoas que despertaram cedo e deixaram suas casas em direção a mais um dia de trabalho, ao longo do trajeto, se viram obrigadas a lutar pela sobrevivência.

Centenas de metros da mureta de concreto transformaram-se em um escudo. Veículos, como carros, caminhões e ônibus, estavam parados e cercados por disparos. Em meio a essa confusão, como encontrar serenidade para tranquilizar a própria filha? Este foi o desafio enfrentado por uma mãe a caminho da escola.

Durante mais de duas horas, a Avenida Brasil, uma linha ferroviária e um corredor de ônibus permaneceram congestionados. O Globocop revelou a curta distância entre a principal via da cidade e ruas onde armamentos bélicos estavam em operação.

Na área conhecida como Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio de Janeiro, os residentes foram impedidos de deixar suas casas. E nem dentro de seus lares eles se sentiam a salvo. Uma moradora exibiu os furos na parede da sua sala e, em seguida, juntou os cartuchos que estavam espalhados ao redor. Outra residente compartilhou seu sentimento de impotência:

Adonias dos Santos escapou por muito pouco. O colega que se encontrava logo atrás dele no ônibus foi ferido. Renato Oliveira Alves Reis, de 48 anos, percorria a mesma rota diariamente. Na última quinta-feira (24), ele foi atingido por um disparo na cabeça enquanto dormia.

Paulo Roberto de Souza, de 60 anos, também faleceu devido a um tiro na cabeça. O passageiro pegou o volante na tentativa de salvar sua vida, mas o motorista do aplicativo chegou sem vida ao hospital.

Tensão no Rio: confronto entre agentes da lei e traficantes na Avenida Brasil resulta na morte de três trabalhadores com disparos na cabeça — Imagem: Jornal Nacional/ Reprodução.

Um terceiro funcionário, também ferido na cabeça, faleceu durante a tarde. Geneílson Eustáquio Ribeiro, de 49 anos, atuava como motorista de um caminhão.

A ação policial que resultou no confronto estava destinada a combater o furto de carregamentos, que estariam sendo ocultados na área. De acordo com as autoridades, as forças policiais recuaram e suspenderam a operação. Após um intenso tiroteio e horas de tumulto na segunda maior cidade do Brasil, a polícia confiscou duas granadas e deteve um suspeito.

As declarações de quem sofreu a perda de um amigo e sobreviveu para contar refletem o que toda uma cidade sente.

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