O tempo fechou: ações da Azul caem mais de 10% e lideram perdas do Ibovespa após balanço. Comprar ou vender AZUL4?
A situação complicou para a Azul (AZUL4) hoje: os papéis caem mais de 10%, sendo os mais afetados no Ibovespa, após a empresa aérea registrar prejuízo no segundo trimestre e apontar que o cenário não será favorável até o final do ano.
A companhia aérea Azul, que havia registrado um lucro de quase meio bilhão de reais no período de abril a junho de 2023, agora amargou um prejuízo líquido de 3,865 bilhões de reais.
Segundo a empresa aérea, o resultado foi influenciado principalmente pelos efeitos das inundações no Rio Grande do Sul nas operações e pela diminuição temporária da capacidade internacional - que diminuiu 8,0% em relação ao ano anterior.
Às 12h15, os papéis da empresa AZUL4 registravam uma queda de 10,2%, valendo R$ 7,14. No mês, as ações já acumularam uma perda de 10,9% e no ano essa perda chega a -55,5%.
Céu Nublado Para A Azul No 2T24
A companhia Azul apresentou um déficit líquido de R$ 3,865 bilhões no segundo trimestre de 2024, porém, de acordo com os cálculos ajustados, o prejuízo totalizou R$ 744,4 milhões no período. Isso representa uma margem 31,3% pior em comparação ao desempenho desfavorável do mesmo período do ano anterior.
A Azul teve uma redução de 25,5% no seu lucro operacional em comparação ao ano anterior, totalizando R$ 441,2 milhões. O Ebitda também apresentou queda, chegando a R$ 1,052 bilhão, o que representou uma diminuição de 9% em relação ao mesmo período do ano passado. Com isso, a margem Ebitda ficou 1,9 ponto percentual abaixo do segundo trimestre de 2023, alcançando 25,2%.
A arrecadação total atingiu R$ 4,172 bilhões, o que representa uma queda de 2,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior. De acordo com a Azul, sem considerar os efeitos negativos do Rio Grande do Sul e da diminuição da capacidade internacional, a arrecadação teria sido superior à obtida no ano anterior.
Em oposição ao desempenho econômico, a disponibilidade de assentos na Azul - medida em Ask (assentos-quilômetro oferecidos) - aumentou 3,4% no segundo trimestre de 2024 em comparação com o ano anterior.
Por outro lado, a procura, que é calculada com base nos passageiros pagantes transportados por quilômetro (RPK), apresentou um aumento de 3,9% no período de abril a junho.
Dessa maneira, o índice de ocupação da empresa Azul foi de 80,3% no período de abril a junho, apresentando um aumento de 0,4 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Já o valor médio das passagens diminuiu 5,2%, chegando a R$ 521,2.
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Horizonte Não Está Com Céu De Brigadeiro
A Azul não terá um horizonte favorável até o fim do ano. A empresa aérea revisou suas projeções para 2024, prevendo um Ebitda superior a R$ 6 bilhões, mas abaixo da expectativa anterior de R$ 6,5 bilhões, devido principalmente à diminuição no crescimento da capacidade.
A estimativa para a quantidade de lugares disponíveis por quilômetro voado (Ask) também diminuiu: de um aumento de 11% em 2024 para um crescimento de 7%.
A companhia aérea Azul deu a justificativa para as mudanças.
A projeção de endividamento aumentou significativamente, passando de 3 vezes para 4,2 vezes, devido ao Ebitda revisado e à desvalorização do Real em relação ao dólar, o que afeta as dívidas em dólares.
Investir Nas Ações Da Azul: Momento Certo?
Apesar das dificuldades que a Azul possa enfrentar até o final do ano, o Goldman Sachs decidiu manter a sugestão de compra para os papéis da companhia AZUL4.
O banco prevê um aumento de 152,8% no valor das ações da empresa aérea negociadas na B3, considerando o preço de R$ 20,10 como meta para os próximos 12 meses.
O Goldman Sachs acredita que a Azul deve manter o controle sobre os preços das passagens, uma vez que o mercado continua equilibrado e com foco na recuperação da rentabilidade - o que possibilitará a transferência dos custos para as tarifas e abrir oportunidades para aumentar a margem de lucro.
Entretanto, o banco já previa uma queda nas ações hoje devido à influência da junção de resultados fracos do segundo trimestre com a revisão para baixo das projeções.