Baleia espiã russa? Entenda o caso da beluga que morreu no mar da Noruega

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Baleia beluga espiã russa

Um agente secreto russo foi descoberto sem vida nas águas da Noruega. Parece a trama de um filme de James Bond. No entanto, estamos tratando de um acontecimento real - envolvendo uma baleia branca.

Baleia beluga espiã russa - Figure 1
Foto Super

No sábado passado (30), o cadáver da baleia Hvaldimir foi encontrado no sul da Noruega. Há rumores de que o animal tenha sido adestrado para realizar missões de espionagem a serviço da Rússia. A informação foi divulgada pela emissora de rádio norueguesa NRK.

Se a beluga era de fato uma espiã infiltrada, ela fracassou em sua tarefa de se camuflar, pois ganhou o afeto dos pescadores noruegueses logo em sua primeira aparição, em 2019. Naquela ocasião, ela foi avistada na costa norte da Noruega, próxima às águas russas.

Hvaldimir foi nomeado dessa forma em uma brincadeira com palavras. "Hval" significa "baleia" em norueguês, enquanto "dimir" é uma referência ao líder russo, Vladimir Putin.

O animal marinho possuía um instrumento de vigilância fixado nele: um dispositivo com uma mini câmera e uma etiqueta que indicava "equipamento de São Petersburgo". Essa informação fez com que surgissem especulações de que a baleia branca poderia ser uma espiã marítima treinada pela Rússia. As autoridades locais levantaram a possibilidade de Hvaldimir ter fugido de um cativeiro e nadado até chegar em terras próximas. As autoridades de Moscou optaram por não comentar oficialmente as acusações.

A aparição da baleia nas águas da Noruega foi marcada por vários avistamentos e chamou a atenção pela interação frequente com seres humanos – o que contrastava com o comportamento mais reservado e assustado de outras baleias brancas. Essa proximidade levantou suspeitas de que "Hvald" poderia ter sido treinada anteriormente para se acostumar com a presença de pessoas.

Se Hvaldimir foi treinado para viver uma vida infiltrada, não parece ter sido muito eficaz. O animal passava seus dias ávido por atenção, interagindo de maneira divertida com quem estivesse por perto. Sebastian Strand, biólogo marinho da ONG Marine Mind que estava acompanhando a beluga e confirmou a morte do animal, relatou: "Muitas vezes o víamos brincando na água ou tentando fazer as crianças rirem com suas travessuras".

A média de vida desta espécie é de aproximadamente 60 anos, no entanto Hvaldimir faleceu aos 15 anos. Será realizada uma autópsia em seu corpo para identificar a causa da morte.

Os Animais Secretos: edição reduzida

Esta não foi a primeira ocasião em que a Rússia chamou a atenção pelo adestramento de animais para fins de espionagem.

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No ano de 2019, o oficial russo Viktor Baranets afirmou que um projeto de preparação de golfinhos para fins militares estava em atividade em Sebastopol, na região da Crimeia (território ucraniano anexado pela Rússia em 2014). Segundo Baranets, esses golfinhos passam por treinamento para investigar o leito marinho, garantir áreas de importância estratégica, detectar mergulhadores inimigos e colocar minas nos cascos de navios estrangeiros.

Além da Rússia, outros países também investiram em animais para auxiliar em missões especiais. Por exemplo, a Marinha dos Estados Unidos desenvolveu um programa de treinamento para golfinhos e leões-marinhos que tinham a função de identificar minas e outros perigos subaquáticos. Durante a Guerra do Iraque, esses animais foram usados para ajudar na remoção de minas no Golfo. Da mesma forma, a CIA explorou a utilização de cães e gatos como agentes em operações secretas.

É importante destacar também o uso de aves. Durante a Primeira Guerra Mundial, o Reino Unido e os EUA utilizaram pombos, falcões e corvos. Um exemplo marcante é o da pomba Cher Ami, que salvou um grupo de soldados americanos cercados pelas forças alemãs na França, em 1918, ao entregar uma mensagem com a localização dos americanos e um pedido de reforços.

No entanto, o emprego de animais em ações militares não está restrito apenas às nações poderosas. Em 2007, o Irã denunciou Israel por usar esquilos como agentes secretos em seu território, alegando que 14 desses animais foram capturados transportando equipamentos de espionagem. Oito anos mais tarde, o grupo palestino Hamas afirmou ter capturado um golfinho com câmeras acopladas, supostamente utilizado por Israel na Faixa de Gaza.

Realmente. O personagem Perry, da série Phineas e Ferb, está se tornando cada vez mais realidade.

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