Banco Central anuncia 'Drex', novo nome e marca do real digital

8 Agosto 2023
Banco Central

O real digital, a representação digital tokenizada da moeda brasileira, será chamado Drex. O nome foi confirmado nesta segunda durante live do Banco Central (BC) pelo coordenador do projeto, o economista Fabio Araujo.

O Banco Central faz testes com 16 consórcios do protótipo da moeda brasileira digital. A expectativa é que seja testado com consumidores apenas entre o final de 2024 e início de 2025.

Em nota, o BC explica que, na marca Drex, a combinação de letras forma uma palavra com sonoridade forte e moderna: “d” e “r” fazem alusão ao Real Digital; o “e” vem de eletrônico e o “x” passa a ideia de modernidade e de conexão, do uso de tecnologia de registro distribuído (Distributed Ledger Tecnology – DLT), tecnologia adotada para o Drex, dando continuidade à família de soluções do BC iniciada com o Pix.

"O nome (Drex) é mais um passo em direção à implementação do ativo, que não é uma criptomoeda como o bitcoin e o ethereum, no sentido de ser descentralizado e criado por um projeto independente”, observa Vinícius Bazan, analista de criptoativos da Empiricus Research.

Bazan reforça que, como explicado pelo próprio BC, o Drex “não é nem stablecoin, é uma representação virtual do real”. “Ou seja, é apenas uma moeda fiduciária em representação diferente com infraestrutura de blockchain, uma tecnologia nova, que ganha eficiência e mais barateada, mas com controle do dinheiro no BC”.

Para o analista, a expectativa é que, quando entrar efetivamente em operação, “não deve haver grande mudança comportamental dos brasileiros, mas gradativamente mais ferramentas de tecnologia vão ser aplicadas para a população transacionar mais digitalmente e menos com papel-moeda”.

“Embora não traga nenhuma mudança nas regras e nos casos de uso que estão sendo testados no piloto do Real Digital, [a divulgação da marca Drex] aproxima da realidade e torna o projeto mais palpável não só para os envolvidos no Piloto — que já estão de certa forma vivendo esta realidade— mas toda comunidade brasileira e internacional que acompanha o assunto”, avalia Nicole Dyskant, advogada especialista em criptoativos e advisor da Fireblocks.

José Luiz Homem de Mello, sócio do Pinheiro Neto Advogados, reforça que “o Drex é uma moeda de curso forçado, como o papel-moeda, só que totalmente digital, portanto com mais tecnologia, menos custo e menos risco de emissão”.

Mello aponta, no entanto, que “falta um arcabouço legal para o Drex”, ainda assim “o projeto é piloto, sem norma emitida, um projeto para o futuro, com agenda para implementação para 2024 e 2025”.

Nesse contexto legal, Tiago Severo, sócio do Caputo, Bastos e Serra Advogados, pontua que ainda se discute “se há ou não necessidade de alteração da legislação em vigor (Lei 4595/64) para juridicamente suportar a representação digital do real, moeda fiduciária”.

Severo destaca ainda que essa fase de testes é importante porque a resolução do Banco Central 315, de abril deste, “prevê uma calibragem operacional off-chain, fora da rede, para a validação de registro de contratos inteligentes para tokens fungíveis; e os nós validadores serão os participantes desta etapa”.

Para ilustrar o momento, Severo exemplifica: é como um “teste na parte hidráulica de apartamento construído via incorporação imobiliária, para saber se há vazamentos e/ou onde estariam estes vazamentos”.

Drex, nova marca do real digital — Foto: Reprodução/YouTube BC

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