Banco Central deve optar nesta quarta pela primeira alta de juros em 2 anos

Banco Central

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulga nesta quarta-feira, 18, a nova taxa de juros básica da economia, a Selic. Analistas esperam que os diretores optem por um aumento no índice. Se essa previsão se concretizar, será a primeira alta em mais de dois anos - e a primeira no terceiro mandato do presidente Lula. No momento, a taxa está estabelecida em 10,5% ao ano.

Banco Central - Figure 1
Foto VEJA.com

Embora a inflação tenha apresentado uma leve diminuição recentemente, conforme evidenciado pela deflação observada em agosto, esse movimento não foi suficiente para tranquilizar os participantes do mercado quanto à sua viabilidade a longo prazo. Eles continuam acreditando que o índice de preços permanecerá acima do alvo, apesar das tentativas do Banco Central.

O Boletim Focus desta semana, por sua vez, revela que as expectativas estão desalinhadas tanto a curto quanto a médio prazo, ou seja, superiores ao centro da meta de 3%. Por esse motivo, há uma expectativa de aumento na taxa nesta reunião. As previsões diferem quanto à magnitude do ajuste, se será de 0,25 ou 0,5 ponto percentual.

A essa desconexão das expectativas, adiciona-se o robusto crescimento econômico — há quem estime que o PIB brasileiro possa crescer mais de 3% neste ano —, juntamente com um mercado de trabalho em aquecimento e com aumento nos salários, além da contínua vulnerabilidade fiscal que o país enfrenta.

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"O efeito desse aumento nas taxas deve se manifestar no primeiro semestre do próximo ano, com a economia apresentando uma desaceleração progressiva, o que pode criar oportunidades para cortes de juros na segunda metade de 2025", analisa o banco Itaú em um relatório.

Decisões Do Copom Sobre A Taxa De Juros

A última vez que o Banco Central aumentou as taxas de juros foi em agosto de 2022, quando houve um ajuste de 0,25 ponto percentual, elevando-as para 13,75% — enquanto isso, o IPCA registrava 8,73%. Naquela época, a inflação estava sendo influenciada pelo aumento dos preços das commodities, especialmente do petróleo, que sofreu os efeitos do conflito entre Rússia e Ucrânia, além de ações do governo de Jair Bolsonaro que desrespeitaram o teto de gastos com iniciativas pré-eleitorais, como a ampliação do Auxílio Brasil (atualmente conhecido como Bolsa Família) e a concessão de vouchers para motoristas de táxi e caminhoneiros.

As taxas de juros se mantiveram em 13,75% até agosto do ano passado, momento em que o Banco Central iniciou a flexibilização da política monetária. Os cortes nas taxas continuaram até a última reunião, na qual o comitê optou por manter a Selic. Agora, fica a expectativa sobre qual será o nível de ajuste decidido na próxima reunião. O anúncio do comitê deve ser feito por volta das 18h de hoje.

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