Banco Central do Brasil não intervém no câmbio pela 1ª vez desde 1999 - Jornal O Sul

Banco Central

Em 9 de janeiro de 2024, segundo dados da Redação O Sul.

Não houve novos leilões em 2023, nem por meio de contratos de swap cambial ou por meio da compra ou venda de dólares à vista.

Pela primeira vez desde o ano de 1999, quando o sistema de flutuação cambial foi adotado no país, o Banco Central não executou quaisquer intervenções no mercado a fim de combater a acentuada instabilidade da moeda.

No ano de 2023, não houve nenhuma realização de leilões, seja por meio de contratos de swap cambial, compra ou venda de dólares no mercado à vista. Adicionalmente, o Banco Central não promoveu nenhum leilão de linha, onde se vende dólares com a garantia de recompra futura.

Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe da Warren Investimentos e ex-diretor do Departamento de Mercado Aberto do Banco Central, comentou que, apesar de alguns questionamentos acerca da política econômica no início de 2023 e de um ambiente externo mais desfavorável entre os meses de agosto e outubro, a volatilidade do câmbio foi significativamente menor do que em anos anteriores.

Na terça-feira (9), o dólar encerrou o dia com uma valorização, motivada pela curiosidade dos investidores em relação aos dados da inflação dos Estados Unidos, após uma diminuição nas expectativas de cortes de juros pelo Federal Reserve até 2024. Enquanto isso, a Bolsa de Valores teve uma queda, refletida no desempenho do Ibovespa, seu principal índice.

A moeda americana teve um aumento de 0,69% e foi negociada a R$ 4,9044, enquanto o índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, apresentou uma queda de 0,74% para atingir os 131.447 pontos.

Na corrente semana, os valores no Brasil de dezembro são liberados através do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Espera-se que o período tenha concluído dentro dos pré-requisitos da inflação, uma medida que contribui para a contínua redução das taxas de juros promovidas pelo Banco Central.

Os investidores permanecem à espera dos resultados da inflação para ajustarem suas perspectivas em relação às taxas de juros, em um dia em que ocorre uma correção do otimismo observado no fim de 2023. Com uma agenda desocupada no Brasil, as atenções se voltam novamente para os Estados Unidos.

Na quinta-feira, haverá a divulgação do CPI (sigla em inglês para índice de preço ao consumidor) dos Estados Unidos. Tal indicador será criteriosamente observado para fornecer informações acerca das decisões futuras do Federal Reserve (o banco central norte-americano) em relação à política monetária.

No dia 8 de segunda-feira, o líder do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou que, mesmo com a taxa de inflação ainda ultrapassando a meta de 2%, ele está inclinado a defender a manutenção de políticas monetárias mais rígidas. Porém, ele também destacou que os riscos gerais na economia dos Estados Unidos tornaram-se mais equilibrados.

Os comentários vão contra o que o mercado esperava em relação aos cortes na taxa básica que começariam em março. Bostic mantém sua opinião anterior de que a taxa básica sofrerá reduções ainda este ano, sendo que é provável que ocorram dois cortes de 0,25 pontos percentuais até o final de 2024, sendo o primeiro desses cortes previsto para o terceiro trimestre.

Contudo, ele subestimou igualmente o perigo de qualquer urgência em iniciar a diminuição das taxas de juros para preservar um desempenho econômico contínuo. Alguns líderes concebem que a manutenção das taxas de juros poderia ocasionar um aumento drástico no índice de desemprego.

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Pela primeira vez desde 1999, o Banco Central do Brasil decidiu não intervir no mercado cambial.

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