Band enfrenta semana de demissões, choro e revolta
Ao longo da última semana, a Band realizou inúmeras demissões para enfrentar uma crise financeira que foi agravada com os investimentos destinados ao programa de Faustão que não tiveram o retorno esperado. Os cortes foram sentidos na TV aberta, fechada, rádio e o portal digital. Procurada, a Band não se manifestou sobre as dispensas.
Em contato com o NaTelinha, profissionais que não foram dispensados explicaram que não se sentem seguros em seus empregos e que o clima nos bastidores é de choro, tensão e revolta, já que muitos avaliam que deveria ter ocorrido um estudo orçamentário mais detalhado para que o insucesso do projeto Faustão na Band não colocasse em risco a operação da emissora.
De acordo com o Sindicato dos Radialistas de São Paulo, “as demissões estão ocorrendo um pouco a cada dia para não configurar que está sendo em massa. Para evitar as evidências, as demissões estão ocorrendo até no período da noite”.
Um dos programas mais atingidos foi o Brasil Urgente de Datena, que perdeu parte da equipe e o seu tradicional helicóptero.
Na nota de repúdio do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) diz que “jornalistas foram demitidos em diversas praças no interior do estado, inclusive profissionais com larga experiência. O programa Bora São Paulo, que era feito com participação das praças do interior, saiu da grade. Com isso, a sociedade perde informação e os jornalistas, seu ganha-pão”.
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Segundo fontes, o programa de Fausto Silva deixou uma dívida de R$ 100 milhões na emissora. Embora a atração esteja levando a culpa pela crise atual da Band, os problemas financeiros não existem desde agora e levou até uma disputa familiar pela presidência do Grupo Bandeirantes, em 2019, por divergências de decisões empresariais. Naquele ano, de acordo com a reportagem publicada no site Brazil Journal, a TV devia um valor estimado de R$ 1,2 bilhão, em torno de oito vezes mais que a geração do seu caixa.
Repartida em 20% para cada irmão, são sócios da Band: Márcia Saad, Marisa Saad, Maria Leonor Saad, Ricardo Saad e o atual presidente, Johnny Saad. Seu mandato vai até 2026. Na época, a coluna ouviu pessoas próximas a família que defendiam a saída antecipada de Johnny.
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"Qualquer empresa do mercado possui esses mecanismos de governança, mas até hoje a Band não sabe o que é", disse um executivo à reportagem. A briga chegou na justiça e com uma arbitragem na Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CAM-CCBC). O resultado do imbróglio
O Grupo Bandeirantes começou com uma emissora de rádio em 1937, fundada pelo ex-governador de São Paulo, Ademar de Barros. Mais tarde, o político passou o controle do veículo para sua filha Maria Helena Saad (1947 - 1996) e o genro, João Saad (1919 -1999).