CEO da Binance deixa cargo e empresa pagará multa de US$ 4 bi a reguladores americanos
Na tarde de terça-feira (21), Changpeng Zhao, o fundador e CEO da Binance, revelou que saiu do seu posto na empresa como resultado de um acordo estabelecido com reguladores dos Estados Unidos para encerrar uma investigação em relação à exchange de criptomoedas. Tal informação foi divulgada anteriormente pelo Wall Street Journal.
Nas plataformas de mídias sociais, Zhao declarou que a sua escolha não foi uma decisão simples de ordem emocional. O cargo agora será ocupado pelo executivo Richard Teng, que previamente gerenciava as operações da Binance em territórios locais.
"Ao ser acionista e um ex-CEO que conhece bem a história da nossa empresa, estarei disponível para a equipe como consultor quando necessário, respeitando as estruturas acordadas com as agências dos EUA", declarou o indivíduo de 46 anos com nacionalidades chinesa e canadense.
A Binance reconheceu várias infrações da norma americana contra a lavagem de dinheiro e terá que pagar uma multa de US$ 4,36 bilhões para encerrar o processo. Dessa quantia, US$ 3,4 bilhões irão para a Financial Crimes Enforcement Network (FinCEN) e US$ 968 milhões para o Office of Foreign Assets Control (OFAC), ambos dos Estados Unidos.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou uma declaração mencionando que a empresa cometeu infrações relacionadas à falta de adoção de programas para detectar e notificar transações suspeitas com grupos terroristas, como o Hamas, a Jihad Islâmica Palestina (PIJ), a Al Qaeda e o Estado Islâmico (Isis), assim como indivíduos que praticam atividades criminosas, como hackers.
As autoridades afirmaram que a empresa permitiu que indivíduos em locais sancionados, como Irã, Coreia do Norte, Síria e a região da Crimeia na Ucrânia, realizassem transações em sua plataforma sem restrições.
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Janet Yellen, secretária do Tesouro, afirmou que a Binance agiu com negligência em relação às suas obrigações legais para alcançar lucro. De acordo com ela, as falhas conscientes da empresa possibilitaram que dinheiro fosse direcionado a terroristas, criminosos virtuais e abusadores infantis por meio de sua plataforma.
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As sanções históricas e o pacto de fiscalização em vigor atualmente para assegurar a obediência às leis e regulamentações dos Estados Unidos representam um marco inédito para a indústria de criptomoedas. Qualquer entidade, independentemente de sua localização, que almeje usufruir dos benefícios do sistema financeiro norte-americano precisa acatar as normas que salvaguardam a todos nós contra terroristas, inimigos estrangeiros e a delinquência, ou arcar com as consequências, aduziu Yellen.
A Bloomberg divulgou ontem que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos está solicitando uma quantia de US$ 4 bilhões da exchange, que é atualmente a maior em termos de avaliação de mercado, a fim de encerrar uma investigação em andamento contra a empresa. A investigação recebeu acusações de envolvimento em atos de lavagem de dinheiro, fraudes bancárias e violações de sanções.
Segundo o The Wall Street Journal, o propósito do pacto que também incorpora o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos e a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC, em inglês) é resguardar a habilidade da bolsa de valores em manter seu funcionamento - o que acaba de ser confirmado.
De acordo com Zhao, a Binance negou qualquer envolvimento em atividades fraudulentas ou manipulação de mercado com os fundos de seus clientes, o que a distingue do caso FTX.
O pacto surge em um instante em que o setor industrial está sob constante investigação do Departamento de Justiça, de outras instituições estatais e parlamentares.
Sobre esse assunto, Matt Walsh, fundador da Castle Island Ventures, uma empresa de análise de riscos no setor criptográfico, afirmou ontem que um acordo que contenha uma cláusula de monitoramento pode salvaguardar os investidores e possibilitar que a Binance possa enveredar para uma direção mais institucionalizada com normas de conformidade.
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