Eleições EUA 2024: Por que bitcoin e outras criptomoedas dispararam com vitória de Trump

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Bitcoin

O triunfo de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos de 2024, ocorridas nesta quarta-feira (6/11), resultou em marcas históricas nos valores das criptomoedas.

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Foto BBC Brasil

Na madrugada de quarta-feira, o bitcoin alcançou um preço superior a US$ 75,2 mil, estabelecendo um novo recorde histórico. No dia anterior, enquanto os cidadãos americanos se dirigiam às urnas, a criptomoeda iniciou a jornada cotada a US$ 67,8 mil. Esse movimento representa um aumento de mais de 10% em um intervalo inferior a 24 horas.

O bitcoin ultrapassou os US$ 70 mil em apenas algumas raras situações neste ano.

De acordo com os preços atuais, um bitcoin está avaliado em mais de R$ 442 mil. No início do ano, seu valor era de R$ 214 mil.

Esse fenômeno é percebido em diversas outras criptomoedas. O ethereum, que ocupa a segunda posição no ranking das criptomoedas, atrás apenas do bitcoin, está avaliado em mais de US$ 2,6 mil. Embora esse valor não represente seu pico neste ano, representa um aumento de quase 10% em um único dia, após os resultados das eleições nos Estados Unidos começarem a sugerir a vitória de Trump.

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Término das Sugestões de Conteúdo

Criptomoedas, como o bitcoin, atuam como opções a moedas tradicionais como o dólar e o real.

Elas não são emitidas por governos ou instituições financeiras convencionais, mas geradas através de um intrincado processo computacional chamado "mineração".

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Fim do Que Conto!

Aficionados por criptomoedas afirmam que elas têm o potencial de se transformar no futuro das operações financeiras, uma vez que empregam uma tecnologia conhecida como blockchain, que, em teoria, evita a manipulação das moedas por governos.

As moedas convencionais são impactadas diretamente pelas políticas financeiras implementadas pelos governos e pelos bancos centrais.

Críticos das criptomoedas afirmam que sua transparência é limitada e que elas são frequentemente utilizadas em transações para driblar a fiscalização de órgãos tributários.

Alguns acreditam que as criptomoedas se transformaram em simples ferramentas de especulação, uma vez que muitas pessoas as adquirem e negociam apenas para se beneficiar dos picos de valorização.

Anteriormente, várias instituições bancárias de renome mundial desaprovaram as criptomoedas por esse motivo; no entanto, desde então, algumas dessas mesmas entidades começaram a incluir as criptomoedas em suas ofertas.

Atualmente, criptomoedas como bitcoin e ethereum estão incluídas em vários fundos que são negociados nas bolsas de valores.

O futuro das criptomoedas enfrentou riscos em 2022, quando uma das principais plataformas de negociação desses ativos, a FTX Exchange, declarou falência.

O criador da plataforma, Sam Bankman-Fried, recebeu uma pena de 25 anos de cárcere por enganar e desviar recursos de clientes e investidores.

Contudo, desde aquele momento, várias instituições financeiras passaram a adotar as criptomoedas, incluindo JP Morgan, Citigroup, Visa e Mastercard, resultando em uma nova valorização do bitcoin.

Ao longo da campanha eleitoral, Trump se comprometeu a transformar os Estados Unidos na "capital global do bitcoin e das criptomoedas".

Anteriormente, Trump havia expressado críticas às criptomoedas, mas em junho deste ano, ele se encontrou em Palm Beach com representantes do setor e alterou sua posição.

"Não sou entusiasta de bitcoin ou de outras criptomoedas, que na verdade não são dinheiro e cujo valor oscila muito, dependendo de fatores que não têm fundamento", afirmou Trump em 2019.

Após a reunião em junho, ele mencionou a ideia de "formar um exército de cripto" com o objetivo de auxiliar no financiamento de sua campanha eleitoral. Além disso, garantiu que não estabeleceria um banco central para regular as criptomoedas, o que é uma das principais preocupações do setor.

Trump possui um envolvimento direto na questão: o projeto World Liberty Financial, gerido por seus filhos, apresentou sua própria criptomoeda, a WLFI, em outubro de 2024.

Trump deu seu apoio oficial ao lançamento ao compartilhá-lo nas redes sociais.

A postura do republicano se diferencia consideravelmente da do governo do presidente Joe Biden, que conduziu uma intensa fiscalização sobre as empresas de criptomoedas nos últimos anos.

Em agosto, Trump declarou que "no primeiro dia de seu mandato" dispensaria Gary Gensler, que ocupa a presidência da SEC - Securities and Exchange Commission (o equivalente à Comissão de Valores Mobiliários nos Estados Unidos), visto que ele é visto como um adversário pelos apoiadores das criptomoedas.

Sob a liderança de Gensler, a comissão implementou novas diretrizes para o setor. Além disso, ele iniciou mais de 100 ações judiciais contra empresas do ramo de criptomoedas.

Entretanto, Trump não possui autoridade para dispensar Gensler. O líder da SEC é designado por meio da votação dos cinco integrantes da comissão. Esses membros, por sua vez, são indicados pelo presidente em exercício para um período de cinco anos. Gensler foi nomeado em fevereiro de 2021.

Trump se comprometeu a estabelecer um "conselho consultivo presidencial sobre bitcoin e criptomoedas".

“As normas serão elaboradas por indivíduos que têm paixão pela sua área, e não por aqueles que a desprezam”, afirmou Trump.

O presidente eleito também garantiu durante sua campanha que irá preservar os ativos do governo em bitcoins.

Em julho, o candidato naquela época proferiu um discurso no qual afirmou que "durante um longo período, nossa administração infringiu a norma básica que todo entusiasta de bitcoin conhece de cabeça: nunca se desfazer do seu bitcoin".

Trump afirmou que os Estados Unidos vão manter o mesmo patamar de suas participações em bitcoin. O governo possui essas criptomoedas devido à apreensão de bens relacionados a atividades de criminosos financeiros.

Os Estados Unidos e outras nações, como a Alemanha, frequentemente realizam leilões de uma parcela dos bitcoins confiscados. Algumas dessas vendas organizadas pelos governos têm resultando em quedas no valor do bitcoin.

“Se eu for escolhido, a minha gestão terá como diretriz que os Estados Unidos mantenham 100% de todo o bitcoin que possui atualmente ou que venha a adquirir no futuro.”

Além disso, o presidente eleito tem se acompanhado de indivíduos que são admiradores de criptomoedas.

Trump anunciou que tem a intenção de nomear o bilionário Elon Musk para liderar uma auditoria a respeito do desperdício de recursos públicos.

Musk é um apoiador há muito tempo das criptomoedas, e sua companhia, a Tesla, alocou US$ 1,5 bilhão em bitcoin no ano de 2021.

Os papéis da Tesla negociados em Frankfurt tiveram um aumento superior a 14% no início das negociações na quarta-feira (6/11). Musk, que é o maior acionista da empresa, esteve ao lado de Trump durante toda a sua campanha eleitoral.

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