Militares tentam dar golpe de Estado na Bolívia e invadem palácio do governo, mas ato fracassa

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Bolivia

Os militares tomaram posse do Palácio Queimado, que serviu como sede presidencial até o ano de 2020, assim como a praça localizada em frente ao prédio histórico. O presidente da Bolívia, Luis Arce, não se encontrava no local.

O golpe fracassado na Bolívia é o segundo em cinco anos e foi planejado pelo general Juan José Zúñiga. Ele foi detido e acusou Arce de ser o responsável pela conspiração.

Até a mais recente versão deste artigo, o presidente da Bolívia não tinha se pronunciado sobre a acusação.

No dia 25 de agosto, Zúñiga foi removido de seu posto de comandante-geral do Exército por ter feito ameaças ao ex-presidente Evo Morales. O general declarou que iria prender Morales se o ex-presidente retornasse ao poder.

O presidente boliviano debate com o líder do exército acusado de conspirar um golpe.

Durante o discurso, Arce declarou que estava demitindo os demais líderes da Marinha e da Força Aérea, designando novos comandantes para as Forças Armadas.

O recém-nomeado líder do Exército, designado nesta terça-feira por Arce, determinou formalmente a dispersão das forças rebeldes. Aproximadamente três horas após a invasão, os veículos blindados se retiraram do palácio e da Praça Murillo, localizada em frente ao prédio histórico.

Zuñiga disse aos canais de televisão locais que o movimento visava "restaurar a democracia" na Bolívia e "libertar presos políticos". Apesar disso, a tentativa de golpe foi duramente criticada até por opositores políticos de Arce, como a antiga presidente da Bolívia Jeanine Áñez.

O mais alto tribunal da Bolívia também rejeitou a tentativa de golpe e solicitou à comunidade internacional que permaneça "atenta em defesa da democracia na Bolívia".

O Ministério Público da Bolívia informou que iniciou uma investigação contra Zuñiga e os militares envolvidos na tentativa de golpe. Além disso, o general está sendo alvo de uma ação judicial movida por parlamentares bolivianos.

Confira o local da incursão dos militares no palácio na Bolívia — Imagem: Ilustração g1

Apesar de já não estar no cargo e de não poder concorrer à eleição presidencial, o ex-presidente Evo Morales foi uma das personalidades mais importantes do evento que ocorreu na quarta-feira.

O ex-presidente foi o alvo dos discursos de Zúñiga que levaram à demissão do antigo comandante do Exército. Em resposta, Zúñiga mobilizou soldados e tropas aliadas, tentando realizar um golpe de estado.

Arce defendeu Morales, apesar de agora ser seu rival político. Os dois, que eram aliados no passado, romperam relações no ano passado quando Morales revelou sua intenção de concorrer novamente à presidência.

No momento, Morales está buscando reverter uma decisão judicial que o impede de concorrer, alegando que um indivíduo não pode ocupar por mais de duas vezes um cargo político.

Apesar de serem adversários, Arce e Morales estão aliados no mesmo grupo político.

Evo Morales implementou a política de igualdade cambial.

O presidente Lula manifestou seu respaldo a Luis Arce e repudiou a tentativa de golpe.

Xiomara Castro, que atualmente preside Honduras e lidera a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), solicitou uma reunião emergencial entre os países membros, incluindo o Brasil.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) já se manifestou contra a ação e solicitou que a democracia seja respeitada.

da invasão. Ela alega que a entrada das forças armadas na embaixada mexicana foi um ato ilegal e violento, que violou a soberania do país e colocou em risco a vida dos refugiados políticos protegidos no local. Áñez afirmou que não pode haver justificativa para a ação e pediu que a comunidade internacional condene a violação dos direitos humanos e das normas diplomáticas. Ela exige a punição dos responsáveis e a garantia de segurança para os refugiados que estão abrigados na embaixada.

O presidente boliviano afirma que o país está enfrentando uma tentativa de golpe de estado.

Nos últimos cinco anos, a Bolívia passou por vários períodos de instabilidade política.

No ano de 2019, a terceira gestão de Evo Morales foi abruptamente interrompida por um golpe de Estado, que ocorreu após um movimento de manifestações e paralisações que contaram com a participação de segmentos da sociedade, incluindo populares, de classe média e empresariais.

Evo foi eleito no primeiro turno das eleições presidenciais de outubro para um quarto mandato, que não tinha respaldo legal. Ele renunciou ao cargo e deixou a Bolívia.

Depois da saída de Morales, Jeanine Áñez Chávez se declarou presidente interina da Bolívia. Tanto ela quanto os partidários do golpe foram detidos em 2021. O ex-general do Exército Jorge Pastor Mendieta Ferrufino, que comandou o golpe em 2019, também foi preso.

Em 2008, a Bolívia foi alvo de uma nova tentativa de golpe, que, porém, não teve sucesso. Na ocasião, as autoridades bolivianas denunciaram o surgimento de um "golpe civil" promovido pela oposição conservadora do Departamento de Santa Cruz, mas descartaram a imposição de um estado de emergência para acalmar a instabilidade política.

Arce e Evo Morales, que até então eram aliados, encontram-se agora em lados opostos devido às eleições presidenciais de 2025. Morales concorrerá como candidato pelo MAS.

O grupo que apoia Morales tomou a iniciativa de afastar Arce, pois ele não compareceu ao congresso do MAS que ocorreu em Cochabamba.

Militares bolivianos fazem a guarda do palácio localizado na Praça Murillo, em La Paz, Bolívia, no dia 26 de junho de 2024. A imagem foi capturada por Juan Karita, da agência de notícias AP.

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