Análise: Botafogo ressignifica palco e fica a um ponto do título Brasileiro
A triunfo sobre o Internacional por 1 a 0, com um gol de Savarino, permitiu que o Alvinegro aproximasse-se do seu terceiro título do Brasileirão. Foi nesse mesmo local que o time, que no ano anterior obteve 13 pontos de vantagem, entrou na última rodada sem chances de conquistar o título.
O futebol, assim como a vida, frequentemente oferece novas oportunidades. É responsabilidade dos persistentes aguardar e aproveitar esses momentos quando surgem. E quem demonstra mais resistência do que o torcedor do Botafogo no cenário do futebol brasileiro?
O clube que enfrentou 21 anos sem conquistar um troféu, que passou por descensos e conseguiu se reerguer, sonhou e lutou por um campeonato nacional após quase três décadas, apenas para ver a oportunidade fugir entre os dedos. Mas nada disso tem relevância. Somente o Botafogo. Enquanto ele existir, eles estarão presentes.
Assim como em 1989, a espera chegou ao fim. A Glória desembarcou no continente ao conquistar a Libertadores. No entanto, ainda há algo em falta: o Brasileirão. Para que isso se concretizasse, os torcedores do Botafogo precisavam conseguir uma pontuação superior à do Palmeiras, que jogava ao mesmo tempo contra o Cruzeiro. Contudo, isso não se concretizou.
"Os torcedores do Botafogo celebram com gritos de 'é campeão', mas ainda precisam conquistar um ponto", afirma Dep | Voz da Torcida.
O Brilho Do Gatito
Mais relevante do que desempenhar um bom jogo era alcançar a vitória. Isso se torna ainda mais significativo ao levar em conta a dificuldade de manter o ritmo habitual, especialmente após o time ter disputado uma final com um jogador a menos por 90 minutos no último sábado e ter celebrado a conquista com os torcedores no domingo.
O que se observou em campo foi um time que enfrentou dificuldades para se afirmar, como costuma fazer. Não se pode dizer que jogaram mal; demonstraram intensidade na defesa e se esforçaram ao máximo, mas lhes faltou energia. No entanto, isso ficou em segundo plano. O principal objetivo era vencer, e isso foi o que conseguiram.
Artur Jorge utilizou suas melhores estratégias e elaborou um plano para neutralizar as qualidades do Internacional. Dentro do vestiário, delineou o que seriam os primeiros instantes da partida e a jogada que se revelou crucial para o resultado do jogo.
Almada lançou a bola para Telles na cobrança de escanteio, que cruzou para Savarino. Ele, então, acertou um belo chute de primeira da meia-lua, inaugurando o placar aos quatro minutos. Naquele instante, com o empate em 0 a 0 no Mineirão, o Botafogo estava conquistando o título. E essa situação se manteve durante quase toda a partida.
Gatito Fernández, do Botafogo, atuando contra o Internacional — Imagem: Luiz Erbes/AGIF
Ao mencionar a resiliência no início deste texto, a partida contra o Internacional destacou de forma justa o goleiro Gatito Fernandez, que foi o atleta do time que mais exemplificou essa característica.
Desde 2017 no clube, o paraguaio enfrentou momentos positivos e também alguns dos mais desafiadores, mas se manteve resiliente até conquistar o título da América. Não há nada mais significativo do que ele ter sido convocado para starting nos primeiros jogos do Glorioso como detentor da Glória Eterna.
Ele não apenas foi titular, mas também desempenhou um papel fundamental na conquista da vitória, realizando defesas notáveis. Após começar em desvantagem, o Inter assumiu o controle da maior parte do jogo. Teve mais posse de bola (59% contra 41%), passou mais tempo no setor ofensivo e gerou um maior número de chances. As finalizações dos colorados foram 14, enquanto os alvinegros conseguiram apenas 2.
Entretanto, o futebol não se resume a números, mas sim à eficácia. Foi essa qualidade que aproximou o Botafogo do campeonato. A jogada de Estêvão, realizada no Mineirão, foi a responsável por postergar a celebração. O jovem jogador assegurou a vitória de forma surpreendente com um excelente gol de falta, que manteve a vantagem em três pontos e abriu possibilidades para a rodada final.
Fomos competentes, é certo, mas não conseguimos apresentar um volume de jogo ofensivo elevado. Buscamos manter o controle da partida após o gol marcado no início, tivemos momentos de solidez defensiva e tentamos finalizar quando surgiu a oportunidade. Contudo, acredito que as circunstâncias hoje dificultaram a realização de algo além disso - avaliou Artur Jorge.
Atletas do Botafogo celebram o gol de Savarino contra o Internacional — Imagem: Luiz Erbes/AGIF
Ao contrário do que ocorreu anteriormente, o Beira-Rio não serviu como o cenário final. Ainda temos mais um capítulo. Em nosso lar, junto àqueles que ajudaram a trazer o clube até este ponto. Se era significativo contar uma nova história na casa do Internacional, a conclusão deste enredo não poderia acontecer longe do Estádio Nilton Santos.
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