Artur Jorge lamenta empate do Botafogo, reclama de cera e questiona fair play: "Eu não gosto"

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Botafogo

Após a partida, o treinador Artur Jorge avaliou o desempenho do time, ressaltou a relevância do resultado para o prosseguimento do torneio e concluiu que a equipe apresentou um desempenho adequado para garantir os três pontos.

- Sobre a partida em si, mencionei no início e mantenho essa perspectiva, a relevância que ela possui para nós, no sentido de continuarmos alcançando vitórias e seguindo nosso caminho. Tenho enfatizado bastante a importância de controlarmos as expectativas, pois, de fato, em um campeonato tão equilibrado como este, onde cada jogo apresenta um nível altíssimo de dificuldade, é essencial termos a capacidade de compreender os momentos vividos pela equipe. Esta equipe já passou por situações diferentes, como há quatro jogos, quando tínhamos uma vantagem de um ponto, e depois três, e seis; atualmente estamos com quatro pontos. Precisamos manter um equilíbrio emocional para entendermos que restam cinco jogos. Agora, nesses cinco jogos, ainda estamos em uma posição favorável em relação ao que se aproxima do final do campeonato e à nossa ambição de sermos campeões. Este é o objetivo que almejamos, de forma clara, queremos tornar o Botafogo um campeão. Hoje, o resultado foi extremamente injusto para nós. Não quero dizer que fizemos tudo perfeitamente, mas realizamos muitas ações que foram suficientes para garantir a vitória nesta partida. Tivemos finalizações, bolas na trave, atacamos pela esquerda, pela direita e pelo centro. Terminamos o jogo com quatro jogadores na linha de ataque - afirmou Artur Jorge.

Existem partidas assim e precisamos saber como lidar com isso; o futebol é exatamente isso. Não quero passar da felicidade de ter acumulado seis pontos na rodada anterior para, hoje, me sentir desanimado por ter apenas quatro. Não, tenho quatro pontos de vantagem, e é fundamental que saibamos lidar com essa situação, entendendo que há jogos que não nos oferecem mais do que aquilo que conseguimos. Às vezes, tentamos conquistar mais, mas não obtivemos o resultado esperado, portanto, devemos refletir sobre o que ainda podemos melhorar, porque sempre há aspectos a serem aprimorados. Além disso, precisamos nos preparar para este último trecho do campeonato, que conta com cinco partidas e uma final da Libertadores, para encerrarmos de maneira positiva.

Artur Jorge durante a partida entre Botafogo e Cuiabá — Imagem: Jéssica Maldonado

Artur Jorge expressou durante a partida seu descontentamento com o grande número de jogadores do Cuiabá que se deixaram cair no chão. Em um momento, ele se queixou ao zagueiro Bastos, que havia retornado a bola ao time adversário, agindo de forma esportiva.

Essa questão (sobre a cera, o espírito esportivo e o pouco acréscimo) pode me colocar em uma posição delicada em um dia ruim, mas é como realmente me sinto. Eu não gosto disso; estou aqui para vencer partidas, e não para cultivar uma equipe amistosa. Não estou aqui para fazer amizade com o time adversário, mas sim para conquistar vitórias, é assim que me julgo. Não fiquei contente, vocês perceberam que não fiquei satisfeito em devolver a bola, especialmente porque isso foi claramente uma interrupção técnica. O jogador estava no chão para que todos pudessem ir ao banco e receber orientações. Não gostei disso e fiquei irritado com o Bastos. Comentei isso no intervalo, pois tenho experiência suficiente para entender que qualquer ato pode ser utilizado para interromper o andamento do jogo. Sabendo que somos uma equipe veloz, com dinâmicas intensas, já conseguimos superar várias equipes devido a essa abordagem. Independentemente de elas perceberem ou entendendo as estratégias que o oponente pode usar.

- Eu não sou jogador e não preciso me pronunciar sobre isso. No entanto, acredito que é fundamental que façamos o jogo para alcançar os resultados desejados. Se, em determinados momentos, contribuímos de alguma forma para uma estratégia do adversário que desestabilizou nosso ritmo, precisamos reconhecer que falhamos. São essas questões que precisamos ajustar. Além disso, parece que deixamos passar muitas situações, algo que comentei desde o início com o auxiliar ao meu lado. Esperar até os 60 minutos para aplicar um cartão, enquanto o goleiro sempre atrasava o jogo com bola parada e os jogadores frequentemente ficavam no chão simulando lesões, não é aceitável. Hoje em dia, qualquer pequeno toque leva à simulação. Para mim, isso demonstra uma falta de profissionalismo, e esse tipo de comportamento não contribui em nada para o espetáculo, que na minha opinião, não é assim que deve ser o futebol - explicou Artur.

Com o empate, o Botafogo alcançou 68 pontos, permanecendo na liderança, mas agora com uma vantagem de quatro pontos em relação ao vice-líder Palmeiras - na última rodada, a diferença era de seis pontos.

O Botafogo retorna aos gramados no dia 20 de novembro. A equipe viajará a Belo Horizonte para encarar o Atlético-MG, na Arena MRV, em um encontro que serve como uma antecipação da final da Libertadores.

"Resultado não reflete o desempenho": Confira a entrevista coletiva de Artur Jorge após o empate.

"Não posso opinar ou avaliar as estratégias dos meus concorrentes. Minha responsabilidade é encontrar soluções para contrabalançar essas táticas e a maneira como eles se posicionam no jogo. A nossa abordagem, especialmente a do Botafogo, tem sido bastante firme. Hoje, tivemos uma partida que refletiu bem a nossa realidade: uma equipe que buscou atacar, tentamos e finalizamos. É possível que tenhamos vacilado em algumas oportunidades, mas precisamos lidar com isso de forma natural, mesmo que eu não esteja satisfeito com o resultado. Um ponto conquistado hoje foi insuficiente para o que a equipe produziu e não estou contente com o desempenho geral. Isso não se refere apenas ao resultado; os jogadores se esforçaram, lutaram e demonstraram dedicação em suas tentativas, mas não conseguimos concretizar, desta vez. Portanto, precisamos aceitar que há dias assim, mas certamente outros momentos melhores virão."

"Esse é um comportamento que precisamos adotar e, mais uma vez, demonstramos isso hoje, pois não deixamos o adversário ter controle da posse de bola e evitamos que eles criassem oportunidades com lançamentos longos. Essa é uma característica de nosso jogo. Por isso afirmo que hoje apresentamos um Botafogo que se manteve fiel a si mesmo, uma equipe que trabalhou arduamente, reagiu de maneira intensa à perda de posse e buscou de diversas formas chegar ao gol, embora não conseguimos repetir o que fizemos na segunda parte, especialmente no final. Tentamos finalizar, tentamos avançar com a bola até a região final do campo. É claro que isso nos deixou mais vulneráveis. Observamos as movimentações do adversário e, mesmo assim, fomos competentes em nosso processo defensivo. A equipe se manteve equilibrada e reagiu bem às ações do outro time, o que nos permitiu estar bem posicionados. Contudo, hoje não foi o dia de marcar. O resultado é o que fica, é o que ficará registrado, mas, de maneira geral, estou satisfeito com o desempenho dos jogadores. Reitero que buscamos várias maneiras de conquistar a vantagem, e o resultado final não reflete o que produzimos em campo."

"Hoje, todas as mudanças que realizamos foram puramente por motivos táticos. Diferente da partida anterior, onde precisávamos fazer substituições, como foi o caso do Vitinho e do Alex Telles, que saíram devido ao cansaço ou pediram para sair porque já estavam se sentindo no limite. Hoje, no entanto, todas as quatro substituições que fiz foram baseadas em estratégia, com o intuito de trazer mais energia para o time, avançar no jogo e auxiliar a equipe a perseguir nossos objetivos."

"Em relação ao planejamento que temos para esta pausa da Data Fifa, ele é bastante semelhante ao que realizamos em períodos anteriores. O cronograma já foi elaborado e nós, como equipe, assim como os atletas, estamos cientes de tudo que envolve este momento e do que precisamos realizar para atender, como mencionei, o próximo ciclo de cinco partidas de campeonato, além da final da Libertadores, cumprindo com as expectativas e, principalmente, com as exigências que isso implica. Esse é o planejamento e a organização que temos para este último mês da temporada."

"Possuímos atletas que são fundamentais e relevantes para nós, especialmente no contexto da Data Fifa. Já comentei sobre isso anteriormente; parece-me incompreensível que haja um jogo logo após as seleções nacionais atuarem. Estamos falando da seleção brasileira jogando aqui no Brasil, da seleção argentina em Buenos Aires e da seleção venezuelana no Chile. Assim, temos jogadores distribuídos por todo o continente, tendo menos de 24 horas, ou exatamente 24 horas, para chegar à partida seguinte. É evidente que isso terá um impacto nas minhas escolhas para o jogo contra o Atlético Mineiro. Sim, isso é um fator, sem dúvida. Se todos os atletas atuarem e contribuírem para suas seleções, nós, especialmente o Botafogo, ficaremos sem poder contar com eles em todo o seu potencial para uma partida que é de extrema relevância. Estou enfatizando isso em relação aos últimos cinco jogos do campeonato, não aos primeiros cinco. Nos últimos cinco jogos, conseguimos formar uma equipe que disputa o título, mas estamos limitados devido à ausência dos jogadores que têm compromissos com a seleção no dia anterior ao nosso jogo. Para mim, isso é inaceitável; essa é apenas a minha visão."

As emoções são as mesmas que já mencionei antes, tudo aquilo que a equipe trabalhou e buscou. Eu não posso dizer que estou mais desapontado do que os meus jogadores; afinal, todos nós estamos insatisfeitos com o resultado. No entanto, reitero que, para mim, o que importa não são os adversários, mas os jogos. O fato de hoje termos enfrentado uma equipe que está na penúltima posição da tabela não tem grande relevância. O que realmente conta para mim são os jogos, os desafios que buscamos e em que lutamos para vencer. O foco não deve ser o nome do oponente, pois já vimos várias equipes que tratam certos jogos como especiais. Para mim, todos os jogos são especiais e significativos, independentemente de estarem disputando o primeiro lugar ou as últimas posições. Trabalho para preparar a equipe para cada partida, sem considerar o nome do adversário. Hoje, não conseguimos marcar um gol que teria mudado a dinâmica da partida, seja na primeira metade ou no final. Isso certamente teria feito uma grande diferença. O futebol tem suas surpresas; às vezes somos nós que surpreendemos, outras vezes somos surpreendidos. Neste momento, o que levo como uma sensação positiva é que não empatamos por termos mudado nossa identidade, nossa maneira de jogar ou nossa estrutura. Não, mantivemos o mesmo padrão e a mesma abordagem, e mesmo assim terminamos em empate. Não há muito mais a acrescentar além disso. Essa sensação se resume a ser fiel a si mesmo, mantendo a postura que eu quero que a equipe tenha do início ao fim, de cada jogo e em cada minuto.

Título nacional antes da Libertadores.

"Com certeza. Não é nada simples; temos concorrentes muito fortes a nos desafiar, e estamos cientes do que está por vir. Reconhecemos que outras equipes também investiram bastante. Embora, em algumas ocasiões, possa parecer que o nosso investimento é exclusivo, na verdade, é um esforço coletivo. Existem jogadores nessas equipes que no começo não se mostraram interessados em vir para o Botafogo, que era uma opção que também buscamos, mas que lá receberam propostas melhores e decidiram permanecer. Portanto, tudo isso é um assunto bastante subjetivo. A respeito da pergunta, sim, seria magnífico."

"Não, não se trata de prioridade. Se fosse viável dentro do prazo, tudo bem. Porém, não é uma prioridade, até porque estamos cientes de que a diferença é de apenas 4 pontos, certo? Temos uma margem estreita de 4 pontos. Quando há 15 pontos em disputa, tudo pode acontecer, e a situação pode ser definida na última rodada. Não podemos prever. Se os outros perderem e nós ganharmos, poderemos chegar ao dia 30 já como campeões. Seria algo incrível. Agora, vamos batalhar por esse título até o final, sem deixar espaço para dúvidas."

"Isso não me afeta em nada. Eu entendo que, para vocês da comunicação, isso terá um impacto e darão a oportunidade de discutir um pouco mais sobre o tema. Também não me esqueço de que, há quatro rodadas, o Palmeiras estava na liderança, prestes a enfrentar o Botafogo, com apenas um ponto de desvantagem. Foi vocês quem disseram que a situação já estava definida a favor do Palmeiras, argumentando que, jogando em casa contra o Botafogo, a vitória era certa. Para mim, isso não muda absolutamente nada e o mesmo se aplica aos meus jogadores. Estamos cientes do nosso caminho e das dificuldades que ainda temos pela frente. Há 15 pontos muito desafiadores pela frente, realmente difíceis de conquistar. Também sei que nossos concorrentes não conseguirão somar esses 15 pontos. Temos uma vantagem de quatro pontos, o que nos dá uma margem confortável, mas não decisiva, e não podemos relaxar nessa vantagem, assim como não devemos nos deixar levar por probabilidades de 80% ou 90% que podem mudar a cada rodada. O resultado seguinte pode inverter tudo. Para mim, o nosso percurso continua igual ao que era há sete meses. Temos um objetivo claro e vamos seguir adiante nessa direção, sem distrações, sem deixar que o que se fala ao nosso redor influencie o nosso trabalho. Neste momento, há uma disputa pelo título entre três ou quatro equipes, todas com chances, embora algumas mais do que outras. No entanto, o que importa é que dependemos de nós mesmos e temos esses quatro pontos de vantagem, que nos conferem um certo conforto diante dos 15 que ainda estão por vir. Reitero: nenhuma das equipes conseguirá somar esses 15 pontos."

"Assim como preparei esta partida contra o Cuiabá, como já mencionei anteriormente a vocês, considero cada um desses confrontos como finais até o término do campeonato. Não podemos nos permitir pensar que o jogo, aliás, vocês mesmos estão comentando sobre a classificação, já que o Cuiabá é o penúltimo colocado e nós empatamos em casa. Portanto, parece haver uma desvalorização do nosso adversário e do resultado que conquistamos. A realidade, porém, é que percebemos a dificuldade que cada jogo impõe. Já testemunhamos esta equipe conquistando pontos contra times que, em teoria, são mais fortes, inclusive em seus próprios estádios. Não devemos, de forma alguma, ter a ilusão de escolher nossos adversários ou acreditar que certos jogos serão mais ou menos relevantes. A importância está nesta partida; no dia 20 enfrentaremos o Atlético, depois será a vez do Vitória, em seguida o Palmeiras, a Libertadores, e assim por diante. E, no fim, veremos qual é a nossa capacidade."

"Hoje não foi o nosso melhor dia", afirma Pedro Dep após o empate do Botafogo | A Voz da Torcida

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