Festival Internacional de Cinema de Arquivo começa nesta quarta-feira

Brasil

Hoje, quarta-feira (8), começa o 9º Festival Internacional de Cinema de Arquivo - Arquivo em Cartaz, promovido pelo Arquivo Nacional (AN). Com duração anual, o evento proporcionará atividades gratuitas presenciais no Rio de Janeiro e em Brasília, além de um formato online; incluindo a exibição de filmes, debates e compartilhamento de conhecimentos sobre a preservação, pesquisa e produção de conteúdos audiovisuais a partir de documentos de arquivo. Acesse aqui para conferir a programação completa do festival que acontecerá até o dia 18.

De acordo com Uilton de Oliveira, curador do festival, cineasta e funcionário do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos responsável pelo gerenciamento do Arquivo Nacional, este é um dos raros eventos em que se discute a preservação e a utilização de arquivos documentais em produções audiovisuais.

O evento é uma combinação de workshops, discussões e apresentações de filmes, tanto presencialmente quanto online. Ao vivo, serão exibidos longas-metragens que utilizam arquivos de diversas instituições dentro e fora do país. A Mostra de Filmes será transmitida na televisão pela UnBTV, Canal Educativo e Canal Gov, sempre às 23h, e também na plataforma de streaming. A seleção de filmes inclui produções de várias instituições, como a Cinemateca Brasileira, a Cinemateca Pernambucana, o Museu de Arte Moderna (MAM) e a Filmoteca Baiana, bem como outras.

O Arquivo Nacional irá colaborar com outras organizações para a apresentação de filmes longas-metragens que foram exibidos em festivais e mostras de cinema em todo o mundo. Esses filmes têm como origem acervos arquivísticos públicos ou privados, e são exibidos de forma presencial. A Mostra Arquivo em Cartaz é baseada na exploração de documentos arquivísticos de vários tipos, tais como imagens, áudios ou materiais pessoais em sua produção cinematográfica.

O propósito consiste em enaltecer a memória do cinema brasileiro bem como a relevância da guarda dos acervos audiovisuais. Conforme Uilton de Oliveira, os filmes elaborados a partir destes materiais são essenciais para a compreensão das circunstâncias políticas, históricas e sociais do passado e presente, além de integrarem a identidade nacional.

O evento em questão tem um aspecto distintivo para ele, se comparado a outros festivais. Este se concentra em obras de arquivo, tais como filmes e documentos, que são utilizados como fonte para produção de novos materiais. Além das exibições cinematográficas, o festival ainda oferece workshops de preservação e encontros para pesquisadores. Embora o festival seja destinado a uma variedade de públicos, é frequentado principalmente por pessoas com envolvimento no mundo cinematográfico, da preservação e da pesquisa. É uma experiência enriquecedora que proporciona oportunidade para cineastas, estudantes e pesquisadores compartilharem conhecimentos e experiências sobre as questões ligadas a arquivos.

Não é necessário se registrar para participar das discussões e ver os filmes - esse evento está aberto ao público. O curador afirmou que basta comparecer no local. Em relação às oficinas técnicas, infelizmente, as venhoções já se encontram encerradas.

Os filmes serão apresentados nos jardins do edifício histórico do Arquivo Nacional, situado na Praça da República, no centro da cidade do Rio de Janeiro. A inauguração está marcada para quarta-feira (8), às 9h, com uma mesa redonda sobre a Política de Digitalização: o que, por que e como fazer a digitalização. De 8 a 10 deste mês, o festival exibirá os filmes da mostra Cine Pátio, que exibem produções recentes do cinema brasileiro que usam arquivos pessoais e públicos como base para suas histórias.

O grande destaque da exposição será o filme documentário Retratos Fantasmas, do célebre cineasta Kleber Mendonça Filho, escolhido como representante oficial do Brasil no Oscar 2024, concorrendo na categoria de melhor filme estrangeiro. O longa-metragem, previsto para ser apresentado em 10 de agosto, às 18h30, no Rio de Janeiro, retrata a história da cidade de Recife, a partir das salas de cinema e locais de exibição, que marcaram época na sociedade local. Um outro documentário, Black Rio! Black Power!, produzido e dirigido por Emílio Domingos e premiado recentemente no Festival do Rio, aborda a influência do movimento Black Rio na cultura, sociedade e lutas pela justiça racial, nas décadas de 1970 e 1980, no Rio de Janeiro e no Brasil. O filme será exibido também no dia 8, no mesmo horário.

No Arquivo Nacional de Brasília, o festival inclui em sua programação uma exibição presencial de dois filmes. No dia 9, às 14h, será apresentado Não É A Primeira Vez que Lutamos pelo Nosso Amor, do diretor Luiz Carlos de Alencar, que aborda a luta pelos direitos da comunidade LGBTQIA+. Já no dia 10, às 10h, o filme O Caso do Homem Errado, dirigido por Camila de Moraes, será exibido, mostrando a história de um homem negro injustamente preso.

Aqueles que não conseguirem comparecer terão a oportunidade de assistir, a partir de amanhã, à transmissão de filmes em uma plataforma de streaming e, pela primeira vez, na televisão aberta. A Mostra Acervos apresentará filmes com materiais do Arquivo Nacional e de outras instituições governamentais e privadas.

Igualmente em versão digital, o festival irá realizar o Encontro de Investigadores em 10 de junho, às 14 horas. Esse é um espaço já estabelecido no cronograma do evento e que visa promover a discussão entre os especialistas da área de arquivos. Na edição deste ano, teremos a presença de investigadores de música e sonoridade.

Com o intuito de expandir as iniciativas educacionais do festival, estão agendadas a exibição de três filmes de curta-metragem na Mostra Lanterninha Mágica no dia 8, às 14 horas. Os curtas foram produzidos durante a segunda edição da oficina Lanterninha Mágica, a qual concentra-se na conscientização do uso adequado do equipamento para captura de vídeos e nas oportunidades de criação de roteiros. A oficina foi oferecida aos alunos da rede pública, incluindo as escolas estaduais Souza Aguiar e Júlia Kubitschek, ambas no Rio de Janeiro.

O Acervo Nacional é detentor de um dos maiores patrimônios do Brasil. A organização resguarda as informações públicas e privadas que simbolizam a trajetória e tradição nacional, incluindo os documentos originais da Lei Áurea e as fotografias da construção da cidade de Brasília.

A coleção de filmes em movimento da instituição é composta por 40 mil recipientes de película cinematográfica e 4 mil fitas magnéticas de vídeo, que são utilizados para fins de pesquisa e produção de documentários e filmes.

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