Brasileiros no Canadá se unem para ajudar atingidos pelas enchentes no RS

No mês de maio de 2024, o estado do Rio Grande do Sul enfrentou a maior inundação já registrada em toda a sua história, ultrapassando a marca histórica de 1941. Mais de 460 municípios do estado foram afetados pelas enchentes, resultando na perda de mais de 160 vidas e deixando um enorme rastro de devastação, com algumas cidades quase completamente cobertas pelas águas.

A comoção diante dos estragos ocasionados, os quais resultaram em 540 mil pessoas desalojadas e cerca de 80 mil abrigadas, motivou a união de todo o país na entrega de doações, tais como mantimentos, vestimentas e até mesmo água para os desabrigados. Caminhões foram despachados de diversas partes do Brasil, apesar dos problemas nas estradas do Rio Grande do Sul que dificultaram o acesso a várias cidades, inclusive a capital Porto Alegre, cuja conexão viária ficou restrita a apenas uma estrada.

Os residentes brasileiros no Canadá, impactados pela tragédia, estão se organizando para ajudar, assim como outras comunidades estrangeiras. Os imigrantes do Rio Grande do Sul, em particular, estão angustiados pela situação em que seus conterrâneos, incluindo familiares e amigos, estão passando. Inicialmente, as contribuições eram feitas somente em dinheiro, através do Pix criado pelo governo do estado do Rio Grande do Sul, bem como por algumas organizações Não Governamentais. Ainda assim, havia um grande desejo de fornecer suprimentos, o que parecia impossível inicialmente devido ao alto custo de transporte entre o Canadá e o Brasil, além dos obstáculos burocráticos de importação.

No entanto, a seriedade da situação desencadeou rapidamente soluções para dar a volta por cima nestes obstáculos. A companhia aérea Air Canada entregou uma carga de 3.500 kg para transportar doações de Montreal até São Paulo, que terá prioridade para itens que necessitam de resfriamento e cobertores, visto que o inverno rigoroso do Rio Grande do Sul também chegou. Além disso, um contêiner para enviar doações via navio também está em andamento de planejamento.

Tudo isso está sendo possível graças ao esforço e liderança do Conselho Brasileiro de Cidadania de Ontário (Concid), que está coordenando as contribuições em natureza pela província. Anteriormente, o Concid já havia organizado um happy hour em 10 de maio, para arrecadação de doações em dinheiro. Pontos de coleta de doações físicas se espalharam por várias cidades de Ontário e, logo em seguida, o depósito da Mellohawk Logistics ficou cheio,para onde foram enviadas para preparação do inventário.

O Conselho de Cidadania do Quebec tomou a iniciativa de coordenar a campanha chamada “SOS Rio Grande do Sul”. Essa campanha consiste em arrecadar donativos tanto em moeda quanto em produtos na província por meio de vários pontos de coleta, com o importante apoio do Centre d’intégration Brésil-Québec. Os consulados do Grêmio sediados em Toronto e Montreal também estão unidos nessa causa, arrecadando dinheiro para ser enviado diretamente ao Rio Grande do Sul.

Adicionalmente, um conjunto de criadores está planejando um Festival Beneficente Canadense para o Rio Grande do Sul no dia 15 de junho, com o objetivo de arrecadar fundos para as famílias afetadas pelas enchentes locais. O evento será composto por sete agrupamentos e bandas, além de três profissionais da área musical, o qual já conta com variados financiadores. Ademais, outras apresentações já foram realizadas no intuito de angariar doações.

As contribuições provenientes do Canadá para o estado do Rio Grande do Sul constituem uma das mais amplas ações de solidariedade já observadas em solo brasileiro. No entanto, elas parecem insuficientes para recuperar completamente um estado inteiro que, praticamente, precisará ser reconstruído. Mesmo as áreas que não foram alagadas experimentaram dias ou semanas sem energia elétrica, acesso à rede viária e, paradoxalmente, água nas torneiras. Além disso, os supermercados sofreram com uma procura frenética de compras, semelhante àquela observada durante o surto de Covid-19, deixando suas prateleiras vazias. As poucas cargas de água mineral, recebidas posteriormente, foram distribuídas racionadamente entre os clientes. Restaurantes e padarias também fecharam, mesmo nas áreas não inundadas, por falta de água para uso diário.

Os gaúchos têm muitas histórias sobre amigos ou familiares que passaram por situações em que tiveram que ser resgatados de barcos e procurar abrigo com alguém. É importante ressaltar a solidariedade dentro do estado, inclusive de voluntários que se arriscaram para salvar pessoas e animais em ruas que se transformaram em rios, e nos abrigos em que foram acolhidos.

O salvamento do cavalo Caramelo, que se tornou um símbolo, foi somente uma de muitas histórias. Além disso, o retorno para casa (para aqueles que ainda têm uma) após a inundação é triste: cobertos de lama, os pertences são destruídos, incluindo móveis, eletrodomésticos, livros e fotos, que se transformam em pilhas de lixo empilhadas nas calçadas à espera de coleta. Os lares e negócios precisarão ser reconstruídos a partir do zero e muitos não têm mais um lar.

A grande inundação ocorrida em 1941 foi se considerou grave, no entanto, a atual superou – e o Rio Grande do Sul ainda se recupera de outra enchente igualmente significativa, em setembro de 2023 –, devemos compreender que o clima sofreu alterações e que a negligência que causou o aquecimento global tem consequências visíveis.

Notícia: Jornal de Toronto O jornal de Toronto publicou hoje uma notícia importante sobre o aumento do número de casos de COVID-19 na cidade. De acordo com a matéria, as autoridades de saúde estão preocupadas com esta nova onda da doença e pedem que a população redobre os cuidados para evitar a propagação do vírus. A notícia também aborda as mudanças nas restrições para a abertura de comércios e serviços na cidade, que devem ser mais rígidas para conter a disseminação do vírus. Além disso, a matéria traz entrevistas com especialistas em saúde e relatos de pessoas que foram infectadas com o coronavírus. Esta notícia é mais um alerta para a importância de seguirmos as orientações das autoridades de saúde e mantermos as medidas de prevenção, como o uso de máscaras, a lavagem frequente das mãos e o distanciamento social. Só assim poderemos vencer a pandemia e retornar à normalidade em nossas vidas.