Carla Zambelli falta a depoimento sobre invasão a sistema do CNJ; deputada foi internada com 'síncope', diz hospital

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Carla Zambelli

A deputada foi admitida no Hospital do Coração (HCor), localizado em São Paulo, sem data definida para sua liberação, após passar por um episódio de mal-estar. Conformem informado por seus assessores, ela está realizando exames para identificar uma arritmia.

De acordo com o relatório médico publicado no começo da tarde, Zambelli sofreu uma perda de consciência.

A deputada Carla Zambelli está internada no Hcor desde a madrugada do dia 26. Ela foi recebida na unidade após apresentar uma síncope devido a uma mudança no ritmo cardíaco. Atualmente, continua passando por exames. A paciente está estável, alerta e sem previsão de alta hospitalar, segundo informações do hospital.

???? Carla Zambelli e o hacker Walter Delgatti estão sendo processados no STF por, supostamente, terem realizado invasões em sistemas da Justiça brasileira.

???? Durante a invasão, conforme relatado na denúncia, a dupla conseguiu inserir uma ordem de prisão falsificada contra o ministro Alexandre de Moraes – utilizando uma assinatura adulterada do próprio juiz.

???? Delgatti admite sua culpa, enquanto Zambelli refuta qualquer envolvimento na fraude. Os dois são réus desde maio, em função de uma deliberação unânime da 1ª Turma. Não há uma data definida para o término do julgamento.

O testemunho de Walter Delgatti também estava agendado para esta quinta-feira. No entanto, agora a expectativa é que ambos os réus sejam interrogados na próxima terça-feira, dia 1º.

O STF tem recebido depoimentos de testemunhas desde a última segunda-feira (23), como parte do andamento do processo. A relação inclui colaboradores da deputada, do hacker e servidores do CNJ. Na qualidade de réus, Delgatti e Zambelli têm o direito de prestar seus esclarecimentos por último.

Carla Zambelli, do PL, é investigada por supostamente ter contratado um hacker para acessar ilegalmente um site do Judiciário.

Valdemar Afirma Que Tentou 'testar' Hacker

Em um testemunho dado nesta quinta-feira, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que se reuniu com Delgatti e com o advogado que defende o hacker, Ariovaldo Moreira.

Valdemar deu seu testemunho como testemunha de Carla Zambelli, que foi a responsável por levar o hacker para o encontro com a liderança do PL.

Valdemar informou ao juiz responsável pelo processo que Delgatti solicitou a ele uma oportunidade de trabalho na equipe de campanha do PL para a Presidência da República. O dirigente revelou que não fez a contratação do hacker.

Ele também declarou que o advogado Ariovaldo solicitou um emprego, argumentando que poderia ser contratado para a vaga do hacker, mas essa solicitação também foi rejeitada. Nesse momento, ocorreu uma troca de provocações entre Valdemar e Ariovaldo.

Valdemar mencionou que, em seguida, instruiu o hacker e o advogado a se reunirem com o marqueteiro Duda Lima, já que os dois haviam informado ao presidente do PL que possuíam algumas sugestões para a campanha.

O líder do partido afirmou ainda que não discutiu com o hacker a respeito da inviolabilidade dos sistemas do Poder Judiciário.

Quando Delgatti mencionou que possuía capacidades para invadir sistemas e celulares, Valdemar decidiu "avaliar" o hacker, sugerindo que ele tentasse acessar o celular de sua secretária. No entanto, Delgatti teria dito que precisaria de uma semana para completar a tarefa.

O presidente do PL, entretanto, afirmou que não "autorizou" a invasão do celular da funcionária, considerando isso apenas uma "exagero de linguagem", motivado por sua curiosidade em relação às habilidades de Delgatti.

Valdemar Costa Neto, líder do PL, partido ligado a Jair Bolsonaro, em uma fotografia de 2024 — Imagem: Adriano Machado/Reuters

Segundo a acusação, a deputada liderou a invasão de sistemas utilizados pelo Poder Judiciário, visando modificar informações oficiais.

Delgatti supostamente teria conduzido a atividade ilícita a pedido da política, no período de agosto de 2022 a janeiro de 2023.

Os dois supostamente acessaram de maneira ilegal seis sistemas do Judiciário em 13 ocasiões. Ademais, incluíram nas plataformas 16 documentos fraudulentos, entre os quais se destacam um mandado de prisão dirigido ao ministro Alexandre de Moraes, além de ordens para a quebra de seu sigilo bancário e o bloqueio de seus bens.

De acordo com a PGR, a intenção dos dois era "manipular informações, visando prejudicar a gestão do Judiciário, a Justiça e a confiança nas instituições, além de criar, assim, benefícios políticos para a denunciada".

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