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Goleadas do Bolívar na Libertadores não são uma novidade. Os visitantes muitas vezes sofrem nas mãos dos celestes dentro do Estádio Hernando Siles. Porém, ver a Academia atropelar alguém longe de La Paz é feito raro. E aconteceu nesta quarta-feira, num caldeirão do continente: a Olla Azulgrana. Num jogo em que o Cerro Porteño abusou dos erros, os bolivianos também arreganharam os dentes. Anotaram 4 a 0 em Assunção, num resultado de peso em busca da classificação para os mata-matas. É a maior vitória do Bolívar fora da Bolívia na história da competição continental.

O Bolívar nunca tinha vencido por mais de dois gols de diferença fora da Bolívia na história da Libertadores. Já tinham se passado 29 anos desde a última vez em que a Academia havia ganhado por mais de um gol de diferença uma partida em outro país pelo torneio – num 2 a 0 sobre o Marítimo, da Venezuela, em 1994. É esse o tamanho da raridade do feito diante do Cerro Porteño. Até existem goleadas do Bolívar como visitante em seu rico passado na Libertadores, mas sempre contra times bolivianos. Nunca deste jeito, além das fronteiras.

O Bolívar começou a desbancar o Cerro Porteño aos 18 minutos. Num chute de longe de Gabriel Villamil, o goleiro Jean errou totalmente o movimento e engoliu o frango. O segundo saiu cinco minutos depois, num gol contra patético de Piris da Motta, desviando de letra ao furar o chute. E o terceiro já estava na contagem aos 25, num lance em que Patito Rodríguez acionou Diego Bejarano e o capitão aproveitou a falha da marcação para definir na área. Destroçado, o Cerro continuou tomando pressão. Engoliu o quarto gol aos quatro do segundo tempo, num contra-ataque concluído por Patito Rodríguez. Nem descontar os azulgranas conseguiram, num segundo tempo em que os celestes não abdicaram do jogo e tiveram seus perigos no ataque.

O Bolívar chega aos seis pontos, na liderança do grupo. É uma excelente campanha, em que derrotou o Palmeiras e agora arranca pontos fora de casa. A tendência é que o time consiga se classificar pelo menos para a Copa Sul-Americana. Já o Cerro Porteño cai para a lanterna, com três pontos. Só bateu o Barcelona de Guayaquil e vai ter que correr atrás do prejuízo, numa chave com mais gente credenciada a avançar.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreve na Trivela desde abril de 2010 e faz parte da redação fixa desde setembro de 2011.