Troféu da Champions League: história da 'Orelhuda', tamanho, valor e os clubes que têm modelos originais
16 de setembro de 2024, 05:00 horas.
Almejada por milhões de fãs de futebol em toda a Europa, a taça da UEFA Champions League tem uma rica (e intrigante) trajetória. Com alterações em seu formato, características e até dimensões, a notável "orelhuda" será novamente contestada a partir desta terça-feira (17), marcando o início da temporada 2024/25.
Desde 1956, quando o Real Madrid venceu o torneio pela primeira vez, 56 capitães distintos tiveram a honra de erguer o troféu. O mais recente a fazê-lo foi Nacho Fernández, em Wembley. Franz Beckenbauer e Sergio Ramos, por sua vez, detêm o recorde, tendo levantado a taça em três oportunidades cada um.
(Conteúdo promovido por Novibet, Claro, Ford e Betfair)
Somente um brasileiro teve a oportunidade de erguer a taça: Marcelo, durante a vitória do Real Madrid na temporada 2021/22. O defensor pela esquerda, junto com Fernando Redondo e Javier Zanetti, é um dos três jogadores não europeus a ter sido capitão de uma equipe campeã da competição.
O troféu em questão tem uma altura de 73,5 cm, mas não é especialmente pesado para quem o segura, pesando 7,5 kg. Alguns detalhes conferem ao objeto, que é simples, mas encantador, uma beleza ainda maior.
Inteiramente confeccionada em prata de alta qualidade, a taça apresenta-se "vazia" em seu interior, mas é adornada com nuances douradas. No entanto, seu design nem sempre foi desse jeito. O custo de fabricação gira em torno de 2,2 mil libras, o que equivale a aproximadamente R$ 16 mil na cotação atual.
O troféu original, na verdade, era bastante distinto do que conhecemos hoje. Em 1955/56, na primeira edição da então chamada Copa dos Campeões, o jornal francês L’Équipe, que foi o criador e promotor do torneio, presenteou a competição com a versão inicial do prêmio.
Seu formato era mais arredondado, possuindo um "pescoço" mais alongado do que o atualmente conhecido, além de alças (ou orelhas) significativamente menores. Em 1967, a UEFA optou por encomendá um novo troféu e entregou o original ao Real Madrid, que na época era o atual campeão e já o maior vencedor do torneio, com seis títulos. Outros clubes que também conquistaram a primeira versão da taça foram o Benfica, o Milan e a Inter de Milão.
Foi nesse momento que, em março de 1967, Hans Bengerter, na época secretário-geral da Uefa, solicitou a criação de um novo modelo do troféu, elaborado por Jürg Stadelmann em Berna.
Em uma entrevista ao site da Uefa, o artista relembrou o árduo processo de concepção do icônico troféu. "Meu pai, Hans, e eu fomos ao escritório de Bangerter e preenchemos o chão com nossos esboços. Ele fez observações como: 'os búlgaros prefeririam este fundo. Os espanhóis gostariam deste, mas os italianos optariam por aquele e os alemães escolheriam este aqui'. Depois, organizamos tudo, como se fosse um quebra-cabeça".
A produção levou 340 horas, e Stadelmann conseguiu seguir um cronograma rigoroso devido à necessidade de que tudo estivesse finalizado antes do dia 28 de março daquele ano. E a razão para isso era bastante incomum.
"Eu estava prestes a me casar e planejava levar minha esposa para Los Angeles em uma viagem de barco com duração de dez dias. Realizei o melhor trabalho que pude, que posteriormente foi finalizado pelo gravador, Fred Bänninger. E tudo dentro do prazo", recordou o idealizador.
No entanto, a versão original de 1967 ainda passaria por alterações. Mais precisamente em 1994, quando o nome do torneio foi alterado de Copa dos Campeões para Liga dos Campeões. Assim, a inscrição que estava na parte da frente do troféu foi modificada.
Com uma nova fonte, maior e em letras maiúsculas, seria exibido, em francês: COUPE DES CLUBS CHAMPIONS EUROPÉENS. Adicionalmente, as "orelhas" sofreram pequenas mudanças, tornando-se menos largas do que eram antes.
A temporada de 1994/95 também marcaria uma outra alteração significativa. Anteriormente, a parte de trás do troféu era simples e sem qualquer inscrição especial. A partir desse ano, os nomes das equipes campeãs começariam a ser registrados nessa área.
No entanto, esse aspecto sofreria uma alteração anos mais tarde. E a razão está relacionada a uma norma que a Uefa estabeleceu décadas atrás, logo após a introdução do modelo atual do troféu.
Entre 1968 e 1969, foi estabelecido que qualquer equipe que vencesse o campeonato cinco vezes ou em três anos seguidos teria o direito de ficar com a taça original. Após essa conquista, a contagem começaria novamente. Indiretamente, o Real Madrid foi o pioneiro a alcançar essa realização, ao garantir o troféu original em 1967.
Em 1973, o Ajax se tornou a segunda equipe a garantir a taça original após conquistar o campeonato três vezes seguidas. Três anos mais tarde, o Bayern de Munique repetiu essa conquista e também se assegurou o troféu.
Apenas em 1994, uma nova equipe conseguiria recuperar o troféu original. Após sua quinta vitória, o Milan teria a taça, que no ano seguinte seria reformulada. Em 2005, o Liverpool alcançaria seu quinto campeonato e ficaria com o troféu original, que na parte de trás incluiria a lista de todos os campeões desde 1995.
A partir da temporada 2005/06, a Uefa apresentaria a quinta versão do atual troféu. A partir desse momento, o premio passaria a exibir a relação de todos os campeões do torneio, começando pela primeira edição realizada em 1956. Em 2008/09, a confederação decidiria acabar com a norma de entregar a taça original aos vencedores, garantindo que todos recebessem réplicas da "orelhuda".
O termo usado como apelido, na verdade, não é uma particularidade do Brasil. Em várias nações, admiradores do campeonato referem-se às "alças" amplas de forma carinhosa ao se referirem ao objeto tão cobiçado.
Na Rússia, o termo Ushastiy se traduz como "o menino com as orelhas grandes". Em outras nações, a tradução é mais semelhante à utilizada no Brasil, como na Espanha, onde o copo é conhecido como La Orejona.
Neste ano de 2024/25, um novo estilo de competição será apresentado. No entanto, uma coisa permanece constante em relação aos anos anteriores: o anseio de todos os clubes em conquistar o troféu da Champions League (ou até mesmo uma cópia dele) para exibir em seus museus.