Final da Champions? Que nada! Jogo da Taça das Favelas no ...

11 Junho 2023
Champions

No mesmo horário em que Manchester City e Inter de Milão se enfrentavam, Florence 2 e Rosália, pela chave feminina, também disputavam uma "final" para a realidade de quem estava no campo do São Bernardo.

A disputa no feminino não tem limite de idade. Jogadoras entre 15 e 45 anos, muitas delas mães, corriam atrás da bola no gramado queimado misturado com terra, tão comum no Brasil.

Jogadoras do Florence disputaram atenção com City x Inter de Milão — Foto: Lucas Simionato

- Nossa modalidade não tem muito incentivo, então é importante ver o pessoal aqui, mesmo que familiar, vizinho. Deixar de estar em casa para assistir a um jogo aqui, de abertura, nem final, nem nada. É importante para o reconhecimento e para incentivar. Muitas sonham em ser jogadoras, então ter essa energia de quem está assistindo é incrível - diz a volante Lariane, campeã da Taça das Favelas de 2022 pelo São Marcos e comentarista do duelo deste sábado.

Nas arquibancadas, ninguém queria saber da final europeia. Para filhos, maridos, namoradas, gente da comunidade, apenas a realidade ali interessava. Uma coisa em comum, no entanto, além da disputa dentro de campo, certamente foi o consumo de cerveja pelas torcidas.

- A gente assiste à competição toda, então às vezes é triste não poder acompanhar o jogo, mas estamos correndo atrás do nosso sonho de ser jogador de futebol, então é gratificante. É o primeiro passo para estar lá um dia - acrescenta o fã de Haaland e do Manchester City, Pedro Henrique, atacante do Florence 2 no masculino e que fez questão de ficar na arquibancada para prestigiar as meninas da comunidade.

Assim como na Turquia, o duelo foi bastante brigado e decidido com um gol até improvável. Os dois times perderam boas oportunidades. O Rosália pediu gol depois de uma defesa em cima da linha da goleira adversaria, enquanto o Florence insistia em pressionar. A jovem Giovanna, de apenas 15 anos, saiu como heroína do confronto, marcando em chute da entrada da área nos acréscimos para definir a vitória por 1 a 0 do Florence.

- Chegar em casa, comer e ver os melhores momentos do jogo da Liga dos Campeões. Gosto muito, desde pequena, então é uma emoção grande. Não pode ter medo de jogar com as mais velhas, com as maiores, o único chute que consegui acertar com força foi para o gol. Não tenho medo não - comenta Giovanna.

Torcida marca presença para prestigiar jogo no mesmo horário da final da Champions — Foto: Lucas Simionato

Mais experiente, mas também estreante no torneio, a volante Bia, do Rosália, vibrou com a possibilidade de estar em campo fazendo o que gosta.

- É uma carga diferente, uma pressão, com torcida, adversárias correndo. Um momento único. É praticamente uma final. Ao mesmo tempo que é gratificante, é emocionante. Muitas de nós estão tentando jogar faz tempo, então deixamos o máximo em campo, porque é o primeiro campeonato que disputamos. É uma emoção única.

Até porque disputar o primeiro campeonato, marcar o primeiro gol ou ganhar o primeiro título da Liga dos Campeões são emoções únicas - cada uma na sua realidade.

Ler mais
Notícias semelhantes