China escala guerra comercial com EUA e proíbe exportação de minerais-chave

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Na terça-feira, 3, a China decidiu proibir a exportação de gálio, germânio e antimônio para os Estados Unidos. Esses minerais são fundamentais e possuem aplicações militares relevantes. A decisão foi tomada um dia depois que Washington anunciou novas restrições ao setor de semicondutores chinês, em um contexto de tensões que se intensificam com a ascensão de Donald Trump à presidência norte-americana e suas promessas de impor tarifas significativas, especialmente em relação a Pequim.

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Foto VEJA.com

O Ministério do Comércio da China expressou preocupações a respeito da segurança nacional ao publicar a ordem que impôs, de maneira imediata, restrições à exportação dos chamados produtos de duplo uso, tanto militar quanto civil. Beijing já havia iniciado a imposição de limitações sobre a comercialização de minerais essenciais no ano passado, mas essas se referem apenas aos Estados Unidos.

Guardião Dos Minerais Essenciais

O gálio e o germânio são elementos utilizados na fabricação de semicondutores. Além disso, o germânio é empregado em tecnologias de infravermelho, cabos de fibra óptica e painéis solares. Os semicondutores são materiais que permitem a condução de correntes elétricas por meio de microchips, servindo como a base do mundo conectado e se encontram em diversos dispositivos eletrônicos, desde automóveis e televisores até celulares, Equipamentos de exploração espacial e armamentos.

Neste ano, a China produziu 59,2% do germânio refinado e 98,8% do gálio refinado, conforme dados da consultoria Project Blue.

O antimônio, por sua parte, é amplamente utilizado na produção de baterias automotivas e desempenha um papel importante na indústria militar. Esse mineral é empregado na fabricação de munições, mísseis com guia infravermelha, armamentos nucleares e óculos de visão noturna. No último ano, a China respondeu por 48% da extração global de antimônio.

Prossegue após a propaganda.

A declaração da China foi feita após os Estados Unidos imporem, na segunda-feira, dia 2, sua terceira série de restrições em três anos voltadas à indústria de semicondutores do país asiático. A nova norma veda exportações americanas para 140 companhias chinesas, entre elas a Naura Technology Group, que fabrica equipamentos para microchips.

Trump, cujo primeiro período na presidência foi caracterizado por uma intensa disputa comercial com a China, afirmou que irá estabelecer tarifas de pelo menos 10% sobre os produtos chineses. Durante sua campanha eleitoral, ele havia se comprometido a cobrar tarifas de 60% sobre itens “Feitos na China”.

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