Os vários trabalhos de Chris Cornell fora de suas bandas e carreira solo

21 Julho 2024
Chris Cornell

Como líder do Soundgarden, Temple of the Dog e Audioslave, ou mesmo em sua carreira solo, Chris Cornell deixou uma marca indelével no cenário musical com seu potente timbre vocal e sua capacidade singular de expressar uma ampla gama de emoções através de suas letras e apresentações.

No entanto, o talento e a habilidade do cantor, que nasceu em 20 de julho de 1964 e faleceu em 18 de maio de 2017, permitiram-lhe trabalhar com vários artistas e projetos. Isso expandiu ainda mais sua herança e evidenciou sua aptidão e vontade de se ajustar a diferentes estilos e gêneros musicais.

Como freelancer, Cornell colaborou em gravações com figuras proeminentes do rock e novos talentos, sem mencionar artistas menos conhecidos do jazz e do pop. Confira os destaques nesta reportagem.

Chris Cornell Em Carreira Solo

"SUPERGRUPO DE UMA CANÇÃO"

Mad Season e Temple of the Dog, com Chris Cornell como líder, são considerados dois dos principais "supergroups" da era do grunge. No entanto, não foram os únicos.

No mês de novembro de 1991, a banda Alice in Chains reservou tempo no London Bridge Studio, nas redondezas de Seattle, para colaborar com o produtor Rick Parashar no EP acústico "Sap". Embora a música mais famosa do EP seja "Got Me Wrong", que se tornou um sucesso depois de ser incluída na trilha sonora do filme "O Balconista" (1994), foi em outra faixa que ocorreu o momento mais importante das sessões de gravação.

O grupo estava relaxando no estúdio quando optou por chamar amigos músicos da região para ajudar. Além de Ann Wilson do Heart - que contribuiu com vocais em "Brother" e "Am I Inside" - Cornell e Mark Arm (Mudhoney) foram ao London Bridge gravar como convidados na faixa "Right Turn".

No livro "Alice in Chains: A História Não Contada" (Ideal, 2016), o técnico de áudio Dave Hillis lembra que Parashar, responsável pela produção do álbum auto-intitulado do Temple of the Dog, teve que encorajar Cornell a moderar um pouco mais em sua atuação.

Quando Chris chegou, ele continuava cantando alto, como de costume, e eu me recordo de Rick zoando bastante com ele. 'OK, vamos tentar mais suave', zoando com ele, não permitindo que ele cantasse alto com o clássico grito agudo de Cornell e tudo mais.

"Agora Vira à Direita" seria atribuída a Alice Mudgarden, uma superbanda de uma única música cujo nome é uma fusão dos nomes de todas as bandas envolvidas. Apesar das participações de Cornell e Arm, a música não foi lançada como single e, segundo o banco de dados Setlist.fm, foi executada ao vivo pelo AiC em apenas duas ocasiões.

Alice Cooper Se Une A Titãs

A divertida participação no filme "Quanto Mais Idiota Melhor" (1992) ajudou Alice Cooper a ter um novo impulso em sua carreira. Ele estava determinado a se dedicar ao máximo em seu próximo álbum, o primeiro desde o lançamento do filme.

Depois de quase duas décadas desde o lançamento de "Welcome to My Nightmare" (1975), Alice Cooper começou a pensar em criar uma continuação, com um estilo mais atual. E quem poderia ser melhor para colaborar nesse projeto do que o líder da banda eleita pela revista Kerrang! como o "novo nome do metal"?

Em uma entrevista à revista Metal Hammer, Cooper explicou que o conceito central de seu álbum "The Last Temptation" gira em torno da tentação, algo com o qual todos lidamos diariamente. Ele descreveu a história do álbum, que envolve um artista misterioso chegando a uma cidadezinha no meio-oeste dos Estados Unidos com um teatro peculiar que assusta as crianças, menos Steven, o herói de "Welcome to My Nightmare", agora um pouco mais velho. Dentro do teatro, Steven presencia coisas incríveis e uma série de artistas, cada um representado por uma música do álbum. Com o tempo, o público percebe que o que está sendo realmente exibido no palco é a morte.

Para dar dinamismo à trama, Cooper lançou uma série em quadrinhos dividida em três partes, escrita por Neil Gaiman (“Sandman”) e vendida individualmente. Para a parte musical, contou com a colaboração de Cornell, do talentoso multi-instrumentista Don Fleming, e da dupla Jack Blades (Night Ranger) e Tommy Shaw (Styx), recém-saída dos compromissos com o Damn Yankees.

Foi responsabilidade de Bob Pfeifer, da Epic Records, estabelecer a conexão. Cornell foi para Phoenix e escreveu as músicas intensas "Unholy War" e a acústica "Stolen Prayer" com Cooper, que, em uma entrevista à revista Raw, mencionou:

"A faixa 'Unholy War' se encaixou perfeitamente no conceito do álbum com um pequeno ajuste. Por outro lado, 'Stolen Prayer', outra música escrita por ele [Cornell], não estava completamente pronta e passamos seis ou sete horas trabalhando nela. No final, essa canção se tornou uma das minhas preferidas."

Apesar de Cooper apreciar Cornell, nenhuma das parcerias resultou em um single. A honra ficou com "Lost in America", escrita em colaboração com Dan Wexler, guitarrista do Icon, e "It's Me", de autoria de Shaw e Blades.

Voz E Guitarras Icônicas

Disponibilizado em 2010, o álbum de estreia homônimo de Slash revelou a boa rede de contatos do guitarrista do Guns N' Roses no cenário musical, ao contar com a participação de diversos convidados. Conforme mencionado por Perla, sua então esposa, em uma entrevista ao Metalunderground.com em 2008, a lista de colaboradores incluiria artistas que vão de Ozzy Osbourne a Fergie.

No meio de um elenco de músicos secundários, os destaques eram os três integrantes originais da banda Guns N' Roses - o guitarrista Izzy Stradlin, o baixista Duff McKagan e o baterista Steven Adler. Cada um deles tocava em uma música diferente. E no meio deles, estava Chris Cornell, que Slash já conhecia desde uma turnê mal sucedida entre sua banda e o Soundgarden no início dos anos 90.

Em entrevista ao Music Radar, Slash elogiou a performance de Cornell na música "Promise", que ele descreve como "provavelmente a canção mais única que já compus".

Chris teve um desempenho excelente (…) Não sei o motivo que me fez decidir por ele para essa música em vez de qualquer outra, mas enviei [a demo] e em 2 dias ele já havia me devolvido a letra brilhante, então começamos a trabalhar juntos. Foi fácil assim.

Em 2010, também foi lançado o álbum "Guitar Heaven: The Greatest Guitar Classics of All Time", que traz Carlos Santana junto com vários cantores convidados para recriar clássicos do rock, algumas vezes mantendo-se fiel às versões originais e outras não. Algumas das interpretações mais destacadas incluem Scott Weiland (Stone Temple Pilots, Velvet Revolver) em "Can't You Hear Me Knockin'" dos Rolling Stones, Chester Bennington (Linkin Park) em "Riders on the Storm" do The Doors e Cornell em "Whole Lotta Love" do Led Zeppelin.

Em uma entrevista para o The Pulse of Radio, o vocalista, que completava mais um ano de vida no mesmo dia que Santana, comentou sobre a música.

"Minha única preocupação era com a música em si. É 'Whole Lotta Love', então, imagina só... e acabou ficando realmente excelente. Estou muito satisfeito com o resultado. Carlos toca de forma incrível e seus sons de guitarra estão maravilhosos. Não soa exatamente como uma versão moderna; tem alguns sons de guitarra bem potentes nela e, com certeza, ele toca como poucos. Foi algo realmente prazeroso de realizar."

Colaborações Surpreendentes De Chris Cornell

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