Cemig (CMIG4) dispara no dia após balanço – mas grande destaque fica para dividendos
A Cemig (CMIG4) divulgou seus resultados financeiros do segundo trimestre ontem, mas o que mais chamou a atenção foram os lucros bilionários aprovados. A empresa de energia aprovou a distribuição de R$ 1,42 bilhão em dividendos, o que equivale a um lucro significativo de 4,4%, levando a um aumento de 7,30%, para R$ 11,92, nas ações da CMIG4 às 12h30 (horário de Brasília) de hoje.
A Genial Investimentos ressalta que a empresa tem mostrado resultados fortes de maneira constante a cada trimestre, de acordo com suas projeções e com as expectativas do mercado.
Neste trimestre, alguns pontos de destaque que impulsionaram o desempenho da empresa foram o aumento de tarifas para a distribuidora em 7,4%, o reajuste da Receita Anual Permitida (RAP) das transmissoras para o período de 2024-2025 em 5,4%, a venda da participação na Aliança Energia por R$ 2,74 bilhões e a reversão de provisões tributárias relacionadas a contribuições previdenciárias no valor de R$ 548 milhões, conforme explicação da equipe de análise.
Dessa forma, a empresa teve um aumento significativo em seu faturamento e conseguiu manter um controle estrito sobre os gastos e despesas. Essa gestão financeira sólida tem sido essencial para a geração de um fluxo de caixa forte e para garantir uma distribuição de dividendos atrativa, entre 9% e 10% ao ano.
Por outro lado, o Morgan Stanley observa que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado (excluindo renda variável e itens não recorrentes) foi de R$ 1,856 bilhão (um aumento de 5% em relação ao ano anterior), em conformidade com a sua previsão de R$ 1,883 bilhão e a média do consenso da Bloomberg.
O ganho líquido de R$ 1,689 bilhão foi maior do que o previsto pelo Morgan Stanley, impulsionado por resultados financeiros acima das expectativas e pela reversão de provisões não habituais de R$ 600 milhões.
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O Itaú BBA destaca que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente se manteve estável, mas o anúncio dos proventos foi positivo: “esperamos que a empresa seja capaz de oferecer um generoso rendimento de dividendos de dois dígitos para este ano, especialmente levando em consideração o lucro pontual significativo observado no segundo trimestre de 2024 devido a uma reversão provisória e o impacto da venda da Aliança (que será reconhecido nos resultados do terceiro trimestre de 2024), o que aumentará o lucro líquido da empresa. A distribuição de dividendos pela empresa é calculada com base no lucro líquido reportado, não em números ajustados”.
O JPMorgan enfatiza que a empresa de energia enfrentou obstáculos, como a redução nas vendas da área de geração e Gasmig, prejuízos crescentes e falta de pagamento, porém uma gestão eficiente de despesas garantiu a manutenção do Ebitda.
De acordo com o JPMorgan, o Ebitda foi impulsionado por um crescimento notável no ramo de distribuição, compensando os resultados mais fracos na geração, os quais se sobressaíram pela excelente performance nas vendas no segundo trimestre de 2023.
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A Gasmig registrou uma redução nos volumes e no EBITDA no segundo trimestre de 2023, devido às compensações tarifárias em vigor.
O JPMorgan também ressalta que a Cemig anunciou a distribuição de lucros extras no valor de R$1,42 bilhão ou R$0,49 por ação (equivalente a 4,5% de retorno sobre os dividendos), prevendo que, somado à política de distribuição de 50% que ainda será divulgada pelos resultados do quarto trimestre de 2024, o rendimento total de dividendos para o ano pode chegar a 12%.
O banco continua recomendando a compra com um preço-alvo de R$ 12. Enquanto isso, a Genial Investimentos mantém a classificação neutra e um preço-alvo de R$ 12,50.
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O Morgan Stanley argumenta que sua visão neutra e preço-alvo de R$ 11 para as ações da empresa é baseada em dois pontos fundamentais: i) o perfil de risco e recompensa da empresa não é tão atrativo comparado a outras empresas do mesmo setor (como Sabesp, Eletrobras, Copel e Equatorial); e ii) o processo de privatização da companhia está enfrentando desafios, especialmente após a federalização, o que pode dificultar a compreensão da estratégia de negócios e da estrutura corporativa de longo prazo da empresa.