Pentágono diz que não há limites para uso de armas dos EUA pela Ucrânia se Coreia do Norte entrar no conflito; 'Muito perigoso', diz Biden
"Alguns desses militares já estão se aproximando da Ucrânia, e estamos cada vez mais alarmados com a possibilidade de que a Rússia tenha a intenção de empregar esses soldados em ações de combate ou para auxiliar operações militares contra as forças ucranianas na região russa de Kursk, nas proximidades da fronteira com a Ucrânia", afirmou a porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh.
De acordo com informações do Pentágono, a Coreia do Norte transportou aproximadamente 10 mil soldados para a Rússia com o objetivo de serem preparados e atuarem no conflito na Ucrânia "nas próximas semanas".
Logo após a declaração do Pentágono, Joe Biden também se manifestou sobre o assunto, afirmando que a presença de tropas norte-coreanas auxiliando a Rússia é "extremamente arriscada".
Em uma imagem arquivada, militares da Coreia do Norte desfilam durante uma cerimônia em Pyongyang. — Foto: Coreia do Norte através da AP
Esta é a primeira ocasião em que a OTAN reconheceu a atuação de Pyongyang no conflito ucraniano — uma notícia que já havia sido mencionada pelas agências de inteligência da Ucrânia e da Coreia do Sul —, o que intensificou as preocupações sobre uma possível expansão da guerra.
Rutte afirmou que a entrega constitui "um avanço considerável na guerra ilícita da Rússia".
A notícia sobre o deslocamento de tropas da Coreia do Norte surgiu pela primeira vez no início do mês, quando o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se baseou nas informações do serviço de inteligência de seu país. Poucos dias depois, os serviços de inteligência da Coreia do Sul – que tecnicamente ainda está em conflito com a Coreia do Norte – corroboraram essa informação, afirmando que identificaram a presença de soldados norte-coreanos em bases no extremo leste da Rússia para fins de treinamento.
Na sexta-feira (25), respaldado por informações de seu serviço de inteligência, Zelensky declarou que as forças da Coreia do Norte devem ser deslocadas para as frentes de batalha no conflito e, desse modo, participar ativamente da guerra até esta segunda-feira.
Zelensky afirmou ainda que a utilização das forças norte-coreanas no conflito demanda uma "resposta firme e contundente" por parte dos líderes globais.
"O planeta pode perceber claramente quais são os verdadeiros objetivos da Rússia: a perpetuação do conflito. (...) A participação ativa da Coreia do Norte nas hostilidades deve ser respondida, não através de indiferença ou declarações vacilantes, mas com uma pressão contundente tanto sobre Moscou quanto sobre Pyongyang, em proteção da Carta da ONU e para sancionar a intensificação das tensões", declarou.
Estados Unidos afirmam ter evidências de que a Coreia do Norte enviou tropas para a Rússia.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira que 'é uma questão que nos diz respeito' se o país usa soldados da Coreia do Norte e que tem a liberdade de agir como considerar necessário para assegurar a segurança da Rússia.
Na cúpula do Brics que aconteceu nesta semana, Putin não refutou as afirmações sobre o envio de tropas da Coreia do Norte para a Rússia, mas afirmou que é responsabilidade de Moscou implementar sua cláusula de defesa mútua com Pyongyang. Além disso, ele acusou o Ocidente de agravar o conflito na Ucrânia e afirmou que a Otan está diretamente participando da guerra.
Conforme declarou o presidente, as forças armadas da Rússia estão progredindo em todos os campos de combate dentro do território ucraniano e cercaram um considerável contingente de soldados na área de Kursk.