CrowdStrike e Microsoft: entenda a interrupção cibernética que deu 'tela azul' em vários países
Peritos têm a hipótese de que esse equívoco na atualização foi o causador do blecaute global (saiba mais adiante).
Uma das empresas afetadas pelo problema foi a Microsoft, que teve todos os seus serviços paralisados. Pessoas em vários lugares do mundo compartilharam em redes sociais que, ao iniciar o computador, o sistema Windows travou, mostrando a "tela azul" (conforme a imagem acima).
Isso ocorreu porque a Microsoft possui um programa de computação em nuvem chamado Azure, que utiliza a plataforma Falcon.
A tecnologia de nuvem é um serviço de armazenamento utilizado por empresas de diversos segmentos para armazenar grandes quantidades de dados, como informações de clientes, por exemplo. Além da Microsoft com o serviço Azure, outras grandes empresas de tecnologia, como Google e Amazon, fornecem soluções em nuvem para outras organizações.
A proprietária do Windows declarou às 8h10 (horário de Brasília) que o problema foi solucionado, porém ressaltou que ainda poderiam ocorrer algumas questões adicionais. O site Downdetector, responsável por detectar interrupções nos serviços digitais, indicou que houve reclamações sobre falhas nos aplicativos da Microsoft a partir da noite de quinta-feira (18).
Queixas sobre a falta de acesso aos aplicativos da Microsoft - Imagem: Captura de tela/Downdetector
Durante a manhã de hoje, a Microsoft comunicou que os serviços impactados já foram restabelecidos e estão funcionando novamente.
De acordo com a agência de notícias Reuters, todo cliente que entrar em contato com a empresa receberá a seguinte informação: "agradecemos por contatar o suporte da Crowdstrike. Estamos cientes das queixas de falhas".
O líder da CrowdStrike, George Kurtz, afirmou no evento que o problema com a atualização já foi identificado, isolado e uma solução foi implementada.
Segundo Thiago Ayub, CTO da Sage Networks, uma empresa só seria impactada pelo problema da Falcon se cumprisse os seguintes requisitos: utilizar sistemas operacionais Windows, ser cliente da CrowdStrike e ter autorizado a instalação da atualização de software.
O líder da Associação Brasileira de Segurança Cibernética, Hiago Kin, também ressaltou a necessidade de procedimentos estritos de verificação e validação em atualizações de programas, especialmente em softwares de segurança digital amplamente utilizados ao redor do mundo.
De acordo com o Escritório Federal Suíço de Proteção Cibernética (BACS), uma falha na atualização ou configuração de uma empresa de segurança digital foi responsável pelas interrupções tecnológicas internacionais ocorridas hoje. O site The Verge também apontou a CrowdStrike como responsável pelo apagão global.
As principais empresas de aviação dos Estados Unidos, como American Airlines, United e Delta, suspenderam todos os voos e não há previsão para retomada. Enquanto isso, no Brasil, os clientes estão reportando problemas com aplicativos de bancos que não estão funcionando.
No entanto, a CrowdStrike não afirmou se o blecaute global desta manhã está ligado à falha no software da empresa de segurança. Mesmo assim, o CEO da companhia se desculpou pelo erro na atualização do Falcon. A justificativa foi dada em uma entrevista à emissora de televisão NBC dos Estados Unidos.
Compreenda a causa do apagão cibernético que impactou globalmente.
