O caminho da santidade: reflexões no Dia de Todos os Santos

Em 1º de novembro, é comemorado o Dia de Todos os Santos, um momento dedicado à homenagem dos santos e mártires. No Brasil, essa celebração é feita no domingo subsequente, exceto se houver o dia de finados em 2 de novembro. Para discutir sobre o significado desse evento, a SSVP Brasil convidou o Padre Emanoel Bedê, que é o Assessor Espiritual do CNB. Veja a seguir o que ele tem a dizer sobre essa celebração.

pois eles verão a Deus.” Felizes os corações sinceros, pois terão a oportunidade de contemplar a divindade.

Pois eles contemplarão o Criador Supremo.

pois serão chamados filhos de Deus. Felizes são aqueles que promovem a união e a harmonia, pois serão reconhecidos como herdeiros da divindade.

Pois receberão o título de filhos de Deus.

Felizes aqueles que são objeto de perseguição.

em virtude da equidade, em decorrência da imparcialidade.

Bem-aventurados os que têm uma coração puro, pois eles verão a Deus. Felizes são os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. Apropriado é o destino dos perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus.

De acordo com o ensino da Igreja, a "santidade é um chamado para todos" (LG 39). Não há melhor momento para considerar esse chamado do que no dia em que homenageamos todos os santos, aqueles que agora vivem na "cidade celestial, a Jerusalém celeste", e antecipam nossa esperança, pois neles o que ainda não se realizou para nós já se cumpriu.

De facto, essa compreensão tem sido reiteradamente reforçada pela Tradição da Igreja, pela reflexão teológica de proeminentes mentores da espiritualidade cristã e pelo Magistério, mas é relativamente nova na prática diária do cristão católico comum. Durante muito tempo, a santidade, que sempre foi atribuída exclusivamente a Deus pois só Ele é Santo, foi compreendida e divulgada como uma meta impossível de alcançar, uma vez que “Deus é o ‘Outro’, tão transcendente e tão distante que o homem não pode sequer pensar em participar”, como uma prerrogativa reservada aos monges e eremitas, aos sacerdotes e religiosas e às pessoas que escolheram seguir uma vida religiosa e entrar para o sacerdócio.

Graças a indivíduos notáveis, como São Francisco de Sales, São Vicente de Paulo e diversos outros do seu tempo, a verdadeira compreensão da santidade foi gradualmente recuperada e divulgada ao homem comum dos dias atuais, como um objetivo e compromisso a serem buscados, vivenciados e alcançados por todos, uma vez que é a vontade de Deus que sejamos "santos como o nosso Pai celestial é santo".

Sob essa ótica, a busca pela santidade não se dá através de práticas legais e moralistas, de forma farisaica, mas por meio da "pureza de coração", mediante a profissão de fé em um Deus que caminha conosco, que está conosco, que veio habitar entre nós e se mistura a nós. É dessa maneira que a santidade cristã se revela, como uma participação na vida de Deus, que se concretiza através dos recursos que a Igreja nos oferece, principalmente, mediante os sacramentos. Somente um Deus que é abraçado sob essa compreensão pode transmitir a sua santidade ao indivíduo. Portanto, para nós cristãos, Jesus Cristo, enquanto Senhor, representa a verdade, a vida e o caminho para a santidade, e nos oferece como modelo o notório "Sermão da Montanha", ou seja, as bem-aventuranças.

As bem-aventuranças retratam a vida e os atos de Jesus, tornando-se um modelo de santidade para os cristãos. A busca pela santidade não depende apenas do esforço humano ou heroísmo, mas é um presente divino que exige a resposta amorosa do homem.

Nós, vicentinos, somos chamados a seguir os passos dos muitos santos e bem-aventurados que vieram antes de nós no serviço aos mais necessitados. Para alcançar e viver o ideal das bem-aventuranças proposto por Nosso Senhor, a tradição vicentina nos ensina as virtudes propostas por São Vicente de Paulo. Começamos com a Simplicidade, a virtude que ele mais admirava e prestava atenção. É a virtude que nos aproxima de Deus, que valoriza as coisas simples. Em seguida, a Humildade, que nos permite ter um verdadeiro autoconhecimento, reconhecendo nossas fraquezas e limitações e confiando em Deus. É a virtude de Jesus Cristo, sua santa mãe e dos maiores santos. A Mansidão é a virtude que nos ajuda a nos relacionar com as pessoas, a ser gentil e amável, adicionando um toque de doçura. Em uma perspectiva vicentina, a Mortificação significa renunciar a si mesmo e morrer para o que nos impede de alcançar o ideal das bem-aventuranças. Finalmente, o Zelo Apostólico é a dedicação ao trabalho com os mais necessitados, cuidando das coisas de Deus para que Ele cuide de nós.

Assim sendo, prezado leitor, a busca pelas virtudes vicentinas nos auxilia a compreender e seguir os ensinamentos das bem-aventuranças de Jesus Cristo, trilhados pelos santos que fazem parte da nossa querida Família Vicentina. Eles se inspiraram nessa fonte de sabedoria, assim como nós somos convidados a saciar nossa sede de santidade e absorver essa rica herança.

tu és exaltado pelos teus fiéis.” Tu és honrado pelos teus santos, eres magnificado pelos teus seguidores.

Senhor exaltado e bondoso que governa nossa existência e o curso dos acontecimentos.

Auxilia-nos, seguindo o modelo que eles nos mostraram e através de sua proteção,

Nos entregamos completamente a ti com devoção,

Comemorar durante as atividades e ao longo dos dias da nossa jornada.

O brilho radiante de sua magnificência, em perfeição e pureza.

os fiéis encontrem força para superar os desafios da vida. Permite que os crentes, encorajados pela união com os santos em ti, obtenham vigor para vencer as adversidades da existência.

Nós também podemos participar da construção da Igreja.

Participação em comum na Santíssima Trindade, conectada aos sagrados ensinamentos da Bíblia.

e dos ritos sagrados da existência, para nos oferecermos mutuamente,

Na conversa entre o dever e a benevolência, como uma união vital de indivíduos honrados,

"Modesto símbolo da devoção eterna."