Dia do Aviador: conheça mulheres que viveram nos ares
Duas Mulheres Paulistas Fazem História Na Aviação
23 de outubro de 2024 - 11h31
Recordado pelo icônico voo de Alberto Santos Dumont com o 14-Bis, em 23 de outubro de 1906, essa data é reconhecida como o Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira (FAB). Nesse dia histórico, a primeira aeronave mais pesada que o ar levantou voo por seus próprios esforços, colocando o Brasil na linha de frente da aviação global.
Entretanto, além de Santos Dumont e dos Irmãos Wright, a trajetória da aviação no mundo também foi marcada pela contribuição de mulheres, como as brasileiras Thereza de Marzo e Anésia Pinheiro Machado, assim como a americana Amelia Earhart.
Imagem: Instituto Embraer/Divulgação / Viagem em Pauta
Dia do Aviador: descubra as mulheres que foram pioneiras na aviação.
Desprovida do suporte familiar e com um pai que defendia que "o lugar da mulher era em casa", essa mulher de São Paulo é reconhecida como a pioneira brasileira a obter o diploma de piloto-aviador internacional, tendo conquistado seu brevê após realizar um voo solo em 7 de março de 1922.
No entanto, ao contrair matrimônio com o instrutor Fritz Roesler, quatro anos depois, Thereza recebeu a imposição de não continuar sua atividade como piloto, sob a justificativa de que já havia um aviador na família. Com um total de 329 horas e 54 minutos de voo registrados em seu caderno, a precursora da aviação brasileira encerrava sua trajetória quatro anos após o seu começo.
Em terra, Thereza prosseguiu com sua parceria no setor de aviação junto ao esposo, desenvolvendo iniciativas como a fundação da Escola de Pilotagem e do Clube de Planadores no Campo de Marte, em São Paulo. Foi nesse local que o engenheiro Roesler construiu os primeiros planadores EAY-101 e os aviões "Paulistinha" EAY-201.
Thereza de Marzo não estava acompanhada.
Imagem: Instituto Embraer/Divulgação / Viagem em Pauta
Essa paulista de Itapetininga compartilha com Thereza o título de primeira mulher a obter a licença de piloto no Brasil, tendo recebido o brevê nº 77 com um intervalo de apenas um dia, conforme relata o historiador Roberto Pereira.
Sob a orientação do mesmo Fritz Roesler, Anésia iniciou sua carreira na aviação em um voo de São Paulo para Santos, no litoral de São Paulo. No entanto, essa experiência inicial foi apenas o começo e, alguns meses depois, ela se tornaria famosa por ser a primeira mulher a pilotar um voo entre estados no Brasil.
A jornada de São Paulo ao Rio de Janeiro foi realizada em um monomotor Caudron G3 ("Bandeirante") e levou quatro dias até chegar ao destino final. O desafio consistia em voar apenas 1h30 diariamente, uma vez que era necessário realizar várias paradas para abastecimento e manutenção do avião.
E adivinha quem o aguardava na sua chegada ao Rio de Janeiro?
Além de autoridades, Anésia foi saudada por nada menos que Alberto Santos Dumont, que lhe presenteou com uma cópia de uma medalha de ouro que a princesa Isabel havia recebido. Essa joia se tornou um amuleto que a aviadora levou consigo até o fim de sua vida.
Imagem: Creative Commons / Viagem em Pauta
Se atualmente não é incomum encontrar mulheres pilotando aeronaves, em 1932, essa americana do Kansas desafiou todas as expectativas (e estigmas) no setor da aviação.
Aos 34 anos, Amelia chamou a atenção global com seu voo sozinho, que durou quase 15 horas e foi realizado sem paradas, em um monoplano Lockheed Vega 5B, ligando Terra Nova, no Canadá, à Irlanda do Norte, na Europa.
Com a viagem, a aviadora se tornaria a segunda pessoa a completar essa travessia, um feito que foi inicialmente realizado por Charles Lindbergh, cinco anos antes.
Seu currículo impressionante também conta com um curso de mecânica automotiva, além de conquistas notáveis, como ser a primeira mulher a pilotar um autogiro (que é uma aeronave antecedente do helicóptero) e a realizar o histórico voo solo entre o Havaí e a Califórnia, em 1935.
