Dia do Aviador e da FAB: uma jornada de inovação e defesa nacional
Em 23 de outubro, o Brasil comemora o Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira (FAB), uma ocasião significativa que evoca a famosa realização de Alberto Santos Dumont ao voar com o 14-Bis, em 1906. Nesta data, ocorreu a decolagem da primeira aeronave mais pesada que o ar, que levantou voo por seus próprios esforços, colocando o Brasil na linha de frente da aviação global.
Considerado o Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica no Brasil, Santos Dumont fez sua histórica decolagem no Campo de Bagatelle, em Paris, perante uma plateia entusiástica e a Comissão Oficial do Aeroclube da França. Essa conquista não apenas pavimentou o caminho para o progresso da aviação contemporânea, mas também estabeleceu as bases para a criação da Força Aérea Brasileira (FAB), a qual tem a missão de proteger o extenso espaço aéreo nacional, que se estende por 22 milhões de km².
Estabelecida em 1941, a FAB firmou o Brasil como um país com uma robusta herança na aviação. Desde então, a Força Aérea Brasileira tem exercido uma função crucial em missões de proteção e soberania, participando de operações de paz, salvamentos, transporte de órgãos e assistência a comunidades em situações de crise.
O Dia do Aviador e da Força Aérea não apenas comemora a trajetória de vitórias e avanços, mas também solidifica o compromisso permanente da FAB com a proteção e o progresso do Brasil. Esse caminho, caracterizado pela inovação e pela dedicação à soberania, é motivo de orgulho para todos os cidadãos brasileiros.
Um importante marco para a aviação no Brasil foi a fundação da Embraer em 1969, que estabeleceu o país como um dos protagonistas da indústria aeroespacial. A Embraer surgiu da visão de Ozires Silva, um piloto da Força Aérea, que sonhava com o Brasil fabricando suas próprias aeronaves. O resultado desse esforço foi a criação do Bandeirante, a primeira aeronave de transporte desenvolvida no Brasil, um marco que levou à formação da Embraer. Desde sua criação, a empresa tem projetado aeronaves de reconhecimento mundial, como o A-29 Super Tucano e o KC-390 Millennium.
Com a responsabilidade constitucional de "preservar a soberania do espaço aéreo e unir o território nacional, visando à defesa da Nação", a Força Aérea Brasileira permanece em constante inovação e adaptação às novas exigências da aviação e da defesa. A incessante procura por tecnologias avançadas e a formação de profissionais altamente capacitados asseguram que a Instituição mantenha sua relevância na proteção do espaço aéreo do país e na realização de operações, como a “Operação Raízes do Cedro”, que foi iniciada em resposta ao agravamento do conflito no Oriente Médio.
O Tenente-Coronel Aviador Marcos Fassarella Olivieri, comandante do Segundo Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte (2º/2º GT) – conhecido como Esquadrão Corsário –, reflete sobre seus 26 anos de carreira na Força Aérea Brasileira (FAB), que foi inspirada por seu avô, que pilotou o B-25 durante a Segunda Guerra Mundial, e por seu irmão, que atualmente é piloto na aviação comercial. Durante sua jornada, ele se dedicou à Aviação de Transporte, passando por várias unidades e, no momento, lidera o Esquadrão Corsário, operando as avançadas aeronaves KC-30. Entre suas experiências, destacam-se missões de ajuda humanitária e transporte estratégico, como nas Operações “Taquari 2” e “Voltando em Paz”.
Na sua mais recente missão de repatriação de brasileiros no Oriente Médio, chamada “Operação Raízes do Cedro”, o Tenente-Coronel Olivieri relata os desafios logísticos e operacionais que o Esquadrão Corsário enfrentou em um cenário de conflito. O KC-30 operou quase ininterruptamente, quase 24 horas por dia, para resgatar mais de 1.200 brasileiros em apenas oito dias, mesmo com explosões ocorrendo nas proximidades do aeroporto. A operação, repleta de momentos de emoção e perigo, ressalta o espírito patriótico e o comprometimento da equipe, que permanece atuando com bravura e determinação até que todos os cidadãos sejam trazidos em segurança de volta ao Brasil.
"Quando entrei na Escola Preparatória de Cadetes do Ar e, posteriormente, na Academia da Força Aérea, em 1999 e 2001, respectivamente, já me inspirava no meu irmão, que trabalhava na aviação comercial e, atualmente, é Comandante, pilotando os mesmos modelos de aeronaves Airbus que opero hoje na FAB. Meu sonho se realizou em 2004, quando me formei na Academia da Força Aérea e comecei minha trajetória operacional. Meu desejo de pilotar grandes aviões e minha preferência por um contato mais direto com as pessoas me orientaram a escolher a Aviação de Transporte como profissão. O Esquadrão Corsário, em especial, representa tudo o que eu aspirei: pessoas excepcionais, uma aeronave moderna e competente, além de missões significativas para o nosso país e para a FAB", relatou.