Dia do fisioterapeuta: profissionais da Rede Sesa promovem bem-estar e independência de pacientes

13 De Outubro: Dia Do Fisioterapeuta

Thiago Andrade, Teresa Fernandes e Milena Fernandes - Assessoria de Comunicação do IPC, HRN e HSM - Redação e imagens.

A recuperação dos movimentos dos membros superiores possibilita às pacientes que foram submetidas a mastectomia a plena retomada de suas atividades tanto no ambiente de trabalho quanto no lar.

No dia 13 de outubro (domingo), celebra-se, no Brasil, o Dia do Fisioterapeuta e do Terapeuta Ocupacional. Fundamental em vários âmbitos das unidades da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), esses profissionais são responsáveis por promover o bem-estar e a recuperação da saúde dos pacientes. Neste dia especial, vamos explorar o trabalho de indivíduos que atuam nessas carreiras na Rede Sesa, sempre com empatia e expertise.

No Instituto de Prevenção do Câncer do Ceará (IPC), parte da Secretaria da Saúde (Sesa), a fisioterapia desempenha uma função crucial na recuperação de pacientes que passaram por mastectomias. O suporte oferecido é essencial após as cirurgias de intervenção na mama, visando reabilitar a mobilidade dos braços, ombros e tórax. As pacientes são direcionadas para o setor já na fase pré-operatória, independentemente de se tratar da remoção de um nódulo ou da mastectomia completa.

Silvana Costa, uma das especialistas da equipe, destaca a relevância do encaminhamento antes da cirurgia, e não apenas após: “Há recomendações que podem auxiliar a reduzir desconfortos, dores e restrições de movimento. Essas diretrizes são gerais e abordam postura e respiração, sendo valiosas desde os primeiros instantes pós-cirúrgicos. Elas orientam sobre como movimentar ou evitar o movimento do braço da mama afetada, tanto ao permanecer deitada quanto ao se sentar, além de enfatizar a importância de não ter receio de se mover.”

As sessões de fisioterapia podem ser iniciadas assim que os pontos forem removidos, e a duração do acompanhamento pode oscilar entre algumas semanas a vários meses, dependendo das restrições que a paciente apresentar.

A recuperação da movimentação dos membros superiores possibilita que os pacientes reintegrem completamente suas funções no ambiente de trabalho e no lar. “Não se trata apenas de restaurar a mobilidade, mas também de recuperar a autoestima. Afinal, junto com a capacidade de se movimentar, retornam a autonomia e a independência”, destaca a fisioterapeuta do IPC.

Imaculada Araújo, 63 anos, recorda as emoções que vivenciou imediatamente após a remoção da mama direita, em 2018, devido a uma cirurgia para tratar um câncer: “Nós escutamos muitas coisas. Dizem que não poderemos fazer isso ou aquilo, que tudo ficará restrito. Isso causa um grande temor. Sem querer, o medo acaba restringindo os movimentos do braço, da coluna, de tudo. No entanto, quando se inicia a fisioterapia, aos poucos conseguimos nos soltar e encontrar uma confiança que é benéfica tanto para o corpo quanto para a mente”, relata.

"Mas tudo acabou bem, graças a Deus e aos exercícios, ao empenho e ao suporte que recebi aqui na Fisioterapia", relata a paciente do IPC. "Pois, de fato, o suporte também é uma parte essencial do tratamento, e isso nos fortalece de forma significativa", finaliza.

Com sérios problemas respiratórios, o bebê Santiago, de cinco meses, foi levado à emergência pediátrica do Hospital Regional Norte (HRN), unidade da Sesa em Sobral. Acompanhado por sua mãe, a dona de casa Sandyla Maria Sousa da Costa, de 32 anos, o pequeno recebe cuidados de uma equipe multidisciplinar e participa de diversas terapias, incluindo a fisioterapia respiratória. Sandyla afirma compreender a relevância desse tratamento para a recuperação do filho. “Ele ficou bastante cansado e teve dificuldades para respirar. A terapia faz diferença”, assegura.

Terapias respiratórias asseguram bem-estar, melhoram o tratamento e diminuem a duração da internação dos pacientes.

As terapias respiratórias correspondem a mais de 55% dos atendimentos totais prestados pelo serviço. Mensalmente, uma equipe de 61 fisioterapeutas realiza quase 17 mil atendimentos em 18 diferentes setores do HRN, dos quais aproximadamente 9,5 mil são dedicados à reabilitação respiratória. “Em diversos casos, a intubação do paciente pode ser evitada graças ao trabalho da fisioterapia. Para aqueles que necessitam ser intubados, as terapias ajudam a diminuir tanto o tempo de internação quanto a duração da necessidade do tubo”, esclarece a coordenadora do serviço de fisioterapia do HRN, Andressa Lira.

As terapias respiratórias incluem a indicação e o controle da oxigenoterapia, a eliminação de secreções pulmonares e a aspiração, a reabilitação de pacientes que apresentaram sequelas ou que estiveram internados por longos períodos, além dos procedimentos de intubação e extubação. “O campo da fisioterapia respiratória é bastante vasto. A duração do atendimento depende do tipo de sintoma apresentado, se são doenças crônicas em crises ou doenças agudas”, esclarece a fisioterapeuta Lidiane Caetano, do HRN.

Os principais tipos de atendimento são realizados em pacientes que apresentam condições como pneumonia, bronquiolite e asma, além de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que é uma enfermidade respiratória que compromete a respiração ao obstruir o fluxo de ar. Também existem casos de pacientes com problemas cardíacos ou que passaram por cirurgias abdominais, os quais requerem a atuação do profissional.

A artesã Sara Lima, de 36 anos, é paciente do Hospital Dia Lugar de Vida, que faz parte do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), vinculado à Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Há mais de um ano, ela recebe acompanhamento devido ao diagnóstico de esquizofrenia e ansiedade generalizada. Sara relata que enfrentou momentos complicados antes de iniciar o tratamento, mas atualmente considera que está muito melhor e já participa de todas as atividades oferecidas na instituição. “Além das consultas psiquiátricas e das terapias individuais e em grupo com o psicólogo, a arteterapia também faz parte do meu tratamento. A fisioterapia foi incorporada e nós aprendemos a respirar corretamente, fazemos alongamentos, musicoterapia e diversos exercícios. Tudo isso tem me ajudado a me sentir mais calma, relaxada, com menos dores no corpo, e até meu sono melhorou”, destaca.

O trabalho de fisioterapia com pacientes do Hospital de Saúde Mental abrange várias estratégias para facilitar a recuperação física e mental.

No HSM, a fisioterapia é recomendada tanto para pacientes internados quanto para aqueles em tratamento ambulatorial. Segundo o coordenador do serviço, o fisioterapeuta Gilberto Carlos da Silva, essa prática exerce um efeito benéfico na saúde mental, ajudando a manejar as emoções, diminuindo o estresse e favorecendo o bem-estar geral. Ademais, traz vantagens físicas, como a melhoria da mobilidade e o alívio de dores.

"A fisioterapia pode ser benéfica no cuidado de várias condições mentais, incluindo as mais frequentes, como depressão e ansiedade, assim como outras condições como esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar (TAB), transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e distúrbios alimentares (como anorexia e bulimia)", afirma o especialista.

Ele esclarece que as intervenções englobam exercícios de mobilidade, práticas de relaxamento, integração sensorial, além de reabilitação psicossocial com ênfase na autonomia do paciente e na reintegração social. “Eu analiso as necessidades específicas de cada paciente, levando em conta suas condições físicas e diagnósticos psiquiátricos. Com base nisso, utilizo técnicas como alongamento, respiração profunda e relaxamento muscular progressivo, que podem ajudar a aliviar a agitação psicomotora e a ansiedade, frequentemente presentes em diversos distúrbios psiquiátricos. Atividades físicas leves, como caminhadas, e exercícios moderados podem liberar endorfinas, melhorando o humor e reduzindo os níveis de estresse e tensão”, ressalta.