Dia do Padre
Artigo Publicado Sábado
Padre Ernesto Ascione | 05 de agosto de 2024, às 11:23 | Última atualização em 05 de agosto de 2024, às 11:23
O Padre Ernesto Ascione atua como missionário da ordem comboniana na Paróquia de São José Operário, localizada em Serra.
Na quinta-feira santa, a Igreja celebra a instituição do sacerdócio ministerial, quando Jesus ordenou: "Façam isso em memória de mim". Sacerdote é derivado da junção de "sacer" (sagrado) e "dos" (dom). É uma das maiores dádivas que Cristo deu ao seu povo, já que, através de seus "ministros ordenados" - os sacerdotes, os padres - Ele se torna vivo e presente na Eucaristia.
Certa vez, São Francisco de Assis afirmou: "Se um anjo e um humilde sacerdote surgissem diante de mim ao mesmo tempo, eu cumprimentaria primeiro o sacerdote, beijaria suas mãos e diria ao anjo: ‘Espere um momento... Aqui está um sacerdote, investido do alto poder de absolver nossos pecados, conceder-nos a graça da Eucaristia e nos nutrir com as palavras do Evangelho, as quais são espírito e vida’".
Louvado seja Deus, o nosso Pai, que nos presenteou com seu próprio Filho, Jesus Cristo, como nosso guia e salvador. Bendito seja nosso Senhor Jesus Cristo, que nos ensinou, no ato de lavar os pés, a importância do amor e do serviço ao próximo, compartilhando com os apóstolos, na Última Ceia, sua autoridade sacerdotal. Glorificado seja o Divino Espírito Santo, que, por meio da unção sacerdotal, consagra um homem, elevando-o à posição de ministro de Deus e administrador de seus bens celestiais. Enaltecida seja a Santa Igreja, que, por meio da sucessão apostólica ininterrupta, mantém Cristo presente no meio de nós como o Pastor e Mestre supremo.
No ano de 1964, o Papa Paulo VI estabeleceu a "Jornada Mundial de Oração pelas Vocações à Vida Sacerdotal, Religiosa e Missionária", que deve ser comemorada no primeiro domingo de agosto. As vocações dedicadas são um presente extraordinário do Espírito Santo para a sua Igreja: sem elas, a missão confiada por Cristo não poderia ser cumprida pela Igreja.
"As funções sacerdotais dos leigos e dos ministros são habilidades que se complementam. Embora tenham características distintas, elas se relacionam de forma que cada uma contribui de sua maneira para o único sacerdócio de Cristo" (Concílio).
Enquanto membros da comunidade cristã, estamos primeiramente ligados à Igreja pela bondade de Deus, pela sua graça que nos é concedida através da Igreja, que é o corpo de Cristo e o sacramento da salvação para todos.
A Igreja passa a valorizar mais o povo fiel do que o clero, de acordo com a nova visão trazida pelo Concílio. O documento "Lúmen Géntium" identifica a Igreja como o "Povo de Deus". Jesus instrui seus discípulos a orar para que "o Dono da messe envie trabalhadores para a sua colheita".
Apesar de ter pastores humanos conduzindo-a, segundo o Concílio, a Igreja é governada por Cristo, o Supremo Pastor, o Príncipe dos pastores, aquele que deu a sua vida pelas suas ovelhas. Dessa forma, o Concílio define a Igreja: “Cristo é a sua cabeça; a dignidade e a liberdade dos filhos de Deus são a sua condição; o novo mandamento é o de amar-se uns aos outros, como Ele nos amou; e a sua missão é uma só: levar o Reinado de Deus ao mundo”. Cristo não veio estabelecer uma nova Babel, mas sim um povo bem estruturado e unido. Santo Agostinho aconselhava: “Naquilo que é necessário, a unidade; naquilo que gera dúvidas, a liberdade; e em todas as coisas, o amor”.