Dia dos Avós: convívio com os netos pode fazer bem à saúde

27 Julho 2024
Dia dos avos

Pesquisas indicam que a comunicação bem-sucedida entre diferentes gerações traz diversas vantagens, como a troca de conhecimento, a valorização das diversidades e o fortalecimento da participação na sociedade.

Postado em 26 de julho de 2024 às 11h18

Hoje, sexta-feira (26), é celebrado o Dia dos Avós em várias regiões do planeta. No Brasil, a situação não é diferente. Instituída no século XX, essa data homenageia todos aqueles que têm um neto ou uma neta para compartilhar seu carinho. E essa interação entre gerações é cientificamente comprovada como benéfica para a saúde dos homenageados, de acordo com a Coordenação de Saúde do Idoso na Atenção Básica do Ministério da Saúde.

Segundo Lígia Gualberto, que é médica geriatra e líder do departamento, a prática do respeito entre gerações e a promoção da paz em comunidades que se preocupam com pessoas de todas as faixas etárias começa com o exemplo de relacionamentos saudáveis dentro dos lares. Ela destaca a importância de construir sociedades que priorizem o cuidado com todos, independentemente da idade, e que ofereçam chances para que desenvolvam suas habilidades no local onde residem, com oportunidades para interagir e criar laços afetivos.

"Ter uma boa ligação pode ser um presente valioso para os avós, pois eles podem desfrutar de carinho, aprender novas tecnologias e ter a chance de aprimorar habilidades e conhecimento ao serem convidados a enxergar situações do dia a dia de diferentes perspectivas, levando em consideração os aspectos culturais em constante mudança", afirmou Lígia.

De acordo com o Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos (ELSI Brasil), idosos que residem em comunidades ou bairros que incentivam uma participação social ativa apresentam indicadores de saúde e capacidade intrínseca superiores. Esse conceito foi recentemente introduzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um indicador abrangente de saúde, considerando habilidades mentais e físicas essenciais para manter os idosos engajados em atividades que lhes são importantes.

Além de trocar experiências com pessoas de outras idades, a mudança de perspectiva sobre o envelhecimento tanto por parte dos idosos quanto da sociedade tem contribuído para uma maior expectativa de vida. Segundo a OMS, essa mudança é um aspecto do "envelhecimento ativo", no qual os idosos participam ativamente de questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e outras de acordo com suas necessidades, desejos e capacidades, promovendo um senso de pertencimento e utilidade na família, entre amigos e na comunidade.

Helena Augusto, uma senhora de 75 anos que reside em Ceilândia (DF), é avó do pequeno Arthur Gabriel Alves, que tem 1 ano e 10 meses de idade. Desde o nascimento do neto, a aposentada decidiu parar de ingerir bebidas alcoólicas e percebeu uma grande melhora em sua qualidade de vida. "Minha saúde melhorou significativamente. Tomei essa decisão pensando em mim mesma, mas também pensando no meu neto. É importante para mim estar bem para poder cuidar dele. Posso afirmar que mudei meus costumes por causa do Arthur", afirmou.

O SUS e as políticas públicas que garantem cuidados completos em todas as fases da vida, como a vacinação gratuita desde a infância, o incentivo à saúde, o tratamento de doenças crônicas, o acesso a remédios, serviços de emergência e reabilitação, são fundamentais para prolongar a vida e melhorar a qualidade de vida na velhice.

Além disso, fatores como a melhoria dos serviços de saúde, garantia de transporte eficiente, combate à fome, fiscalização da qualidade sanitária, incentivo ao trabalho decente, aumento da renda, acesso a uma habitação adequada, segurança pública, previdência e assistência social também contribuem para o aumento da expectativa de vida.

Ana Freire Secretaria de Saúde Pública

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