DIA DOS PROFESSORES, A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, O CORINTHIANS E O FLAMENGO (JC Sebe Bom Meihy)

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Dia dos Professores

Outubro é um mês singular, famoso por um estado de ânimo frequentemente chamado de “outubrite” — um período de tensão crescente em que as preocupações do final do ano começam a emergir. Talvez por isso tantas festividades se acumulem, nos forçando a decidir quais delas celebrar. Pense no desafio de um cronista que busca destacar datas marcantes. Apenas no dia 12, encontramos: o Dia das Crianças, o Dia da Padroeira do Brasil, a chegada de Colombo à América, o Dia do Engenheiro Agrônomo, o Dia do Corretor de Seguros, o Dia Nacional da Leitura, o Dia do Cirurgião Pediátrico, o Dia Mundial da Artrite Reumatoide, o Dia da Mulher Rural e o Dia do Lobo-Guará. Já no dia 15, adicionamos celebrações importantes como o Dia Mundial da Lavagem das Mãos, o Dia do Educador Ambiental, o Dia do Consumo Consciente, o Dia do Médico Neurologista e, principalmente, o Dia do Professor. E se essas datas comuns não fossem suficientes, no dia 19 temos o tão esperada partida entre Corinthians e Flamengo, válida pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro, onde o ganhador avança para as finais.

Após elaborar essa lista, agora é preciso decidir qual tema será abordado em minha coluna semanal. Como educador, não poderia deixar de dedicar algumas palavras ao dia que homenageia minha paixão profissional. Porém, confesso que me sinto um pouco constrangido, a ponto de deixar de lado experiências valiosas, como a ligação com a Padroeira do Brasil, da qual nutro uma certa admiração, mesmo não sendo um católico exemplar. Minha formação em história também me remete à chegada dos europeus ao nosso continente e, evidentemente, não posso deixar de cumprimentar as crianças no dia que lhes é dedicado. No entanto, sucumbindo à minha fraqueza, acabei me deixando influenciar pelo futebol. Reconheço que minha consciência pesou — estamos vivendo um momento decisivo para a avaliação dos docentes, e falar sobre futebol... Em todos os lugares, os educadores se deparam com um dilema: questões fundamentais desafiam a prática do magistério, como a questão das escolas sem partido, das escolas cívico-militares, da temática de gênero, da educação em tempo integral, entre tantos outros assuntos.

Para muitos, além das questões relacionadas à infraestrutura das escolas e à remuneração dos profissionais, um novo desafio tem se destacado: a inteligência artificial (IA). Curioso sobre o assunto, decidi questionar a própria IA sobre como prestar uma homenagem ao corpo docente em tempos de tecnologia avançada. Enquanto buscava por respostas, ressoava em minha mente o noticiário esportivo e as rivalidades entre torcedores do Corinthians e do Flamengo. De repente, uma ideia surgiu: por que não utilizar a inteligência artificial para criar uma bela homenagem aos professores? E, para minha surpresa, obtive uma resposta bastante instigante. Inquiri o ChatGPT e, inspirado pelos hinos das torcidas, consegui apreciar as seguintes paródias:

Do Hino do Flamengo Um dia professor, serei professor por toda a vida Faço parte da sala, não me esquivo da responsabilidade! E na batalha cotidiana, irei ensinar, Com determinação e bravura, meu conhecimento vou compartilhar!

(Refrão) Um dia professor, professor até o fim, O saber é a ferramenta para triunfar! De uma geração à outra, estarei a guiar, A educação é aquilo que me faz feliz!

A resposta do time adversário foi a seguinte:

Do Hino do Corinthians Saudações à educação, que sempre estará em nossos corações. Carrego a paixão por educar as novas gerações! Há tanta esperança na força do aprendizado. Valorizo meus alunos com total empenho!

(Refrão) Avante, educador, orgulho de um povo! Com seu conhecimento, você molda o futuro! Sempre orientando com carinho e lógica, O amanhã está em suas mãos!

Depois de elaborar essa resposta, hesitei. Perguntei a mim mesmo: é apropriado fazer uma piada sobre uma data tão significativa? Seria correto substituir uma crítica contundente sobre avanço profissional e as condições laborais por uma brincadeira? Meditei bastante sobre isso, mas, a cada momento, percebia o quão sofisticada, divertida e provocativa era a maneira como o computador desempenhava seu papel, de alguma forma, aludindo à celebração dos educadores.

Conforme as opiniões se confrontavam, ora em defesa, ora em oposição à paródia, uma questão mais profunda se destacava: a relação entre docentes e instituições e o papel da tecnologia na educação. Isso não é uma questão trivial, definitivamente. Afinal, qual é a função do educador nesse novo cenário? Preocupado, decidi consultar novamente o ChatGPT e recebi a seguinte resposta: “Tudo depende do acordo entre a administração da escola, os professores, as famílias e os alunos”. A resposta me agradou, especialmente porque a palavra “acordo” permite um diálogo entre as partes interessadas. Encontrei pertinente a ideia de uma abordagem que respeite a vontade humana e que seja debatida pelos setores envolvidos.

No final, acabei me pegando a entoar: “Uma vez professor, professor até o fim” e reafirmei: “Viva a docência, sempre em nossos corações”. Assim, resolvi perguntar à famosa inteligência artificial sobre o possível resultado e recebi a seguinte resposta: “A análise geral indica um jogo equilibrado, com um ligeiro favoritismo para o Flamengo, devido à vitória anterior, mas o Corinthians também possui boas chances, dependendo de sua atuação defensiva e da capacidade de explorar os contra-ataques”. Vamos aguardar...

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