Ouro de mina, Djavan faz 75 anos
Na década de 1970, a emissora Globo transmitia um anúncio do primeiro álbum de Djavan, que fazia parte do time da gravadora Som Livre. Muitas pessoas notavam semelhanças entre suas músicas e os sambas de Gilberto Gil. Entretanto, apesar da bela canção "Flor de Lis" presente no disco, este não obteve sucesso. O compositor de Alagoas teve que esperar mais alguns anos até se tornar um nome de repercussão nacional.
As circunstâncias se desenrolaram gradualmente. Em 1978, Álibi foi gravada por Maria Bethânia. Esta música deu nome a um dos seus álbuns mais notáveis. Djavan, por sua vez, migrou para a EMI, deixando para trás a gravadora Som Livre. Lá, ele lançou três álbuns notáveis. Em 1981, em seu terceiro álbum intitulado Seduzir, ele já havia ganhado o título de talento emergente de destaque dentre o público e os críticos.
Já se passaram 45 anos desde que tive o privilégio de assistir à apresentação de Djavan, em parceria com Moraes Moreira. O evento ocorreu durante o Projeto Pixinguinha de 1979, no Teatro do Parque, em Recife. Na época, ele ainda mostrava um vislumbre do que viria a conquistar em breve: fama e reconhecimento nacional.
Um novo acordo foi feito com outra gravadora. Em 1982, na Sony, ele lançou o disco Luz, gravado nos Estados Unidos. Stevie Wonder participou da gravação, tocando sua inimitável harmônica na faixa Samurai. Nessa época, ele já era visto como um dos gigantes da MPB e lotava os locais de show em todas as suas turnês.
Os sambas dele eram claramente influenciados pelo estilo de Gil. A música era cativante e complexa, com letras inspiradas. Além disso, havia a habilidade com o violão, a bela voz e o domínio do scat, que acabou se tornando sua marca registrada.
Djavan apresentava as características de um artista de destaque em seu território, atraindo a atenção de músicos norte-americanos, em especial os do gênero jazz e áreas correlatas. Ao longo dos anos, com altos e baixos em sua carreira, ele criou um conjunto de álbuns e canções consolidadas, que o colocaram no grupo principal da música popular brasileira.
Djavan Caetano Viana, é o nome completo do renomado artista. No dia 27 de janeiro de 2024, o cantor maceioense completa 75 anos. Os traços sonoros de Djavan são carregados de influências afro-brasileiras, o que fica evidente em suas canções como Linha do Equador, parceria feita com Caetano Veloso. A música Sina, por sua vez, faz uma homenagem ao pai e mãe, chamando-os de “ouro de mina”. Assim sendo, Djavan é um verdadeiro tesouro da cultura brasileira.