Dólar opera em baixa forte, após ata do Copom sinalizar que BC pode voltar a subir juros; Ibovespa sobe

6 Agosto 2024
Dólar

A preocupação com a conjuntura econômica dos Estados Unidos, que provocou quedas nas bolsas de valores em todo o mundo ontem, ainda está sendo discutida e, no cenário internacional, os mercados estão operando de forma incerta.

Na maior parte dos mercados asiáticos, houve uma tendência de valorização, ao passo que na Europa a cautela em relação aos riscos persiste e os principais índices estão em queda.

O Ibovespa, o índice mais importante da bolsa de valores do Brasil, está registrando uma valorização.

Confira a síntese dos mercados abaixo.

Ontem, o dólar dos Estados Unidos subiu 0,56%, sendo negociado a R$ 5,7412, alcançando o valor mais alto desde dezembro de 2021. No pico do dia, chegou a atingir R$ 5,8641.

Com o desfecho, conseguiu armazenar:

No momento em questão, o Ibovespa apresentava alta de 0,44%, alcançando os 125.820 pontos.

Ontem, o índice encerrou com uma redução de 0,46%, alcançando 125.270 pontos.

Após o desfecho, o índice Ibovespa registrou um acúmulo:

Compreenda os fatores que influenciam a variação do valor do dólar.

Impacto Nos Mercados: O Que Está Acontecendo?

No mercado brasileiro, o foco desta sessão gira em torno da reunião do Copom, que indicou a possibilidade de aumento das taxas de juros caso o Comitê julgue necessário para conter a inflação.

Segundo o Banco Central, foram discutidos amplamente na reunião da semana passada os impactos recentes de alguns dos elementos que influenciam a dinâmica da inflação, como as projeções de inflação e a cotação do dólar, que tem aumentado significativamente nas últimas semanas. Foi decidido pela segunda vez consecutiva manter a taxa Selic em 10,50% ao ano.

A previsão de aumento nas taxas de juros por um período prolongado ou, até mesmo, de um aumento na taxa Selic, influencia diretamente nas estimativas de lucros dos investimentos em títulos do Tesouro Direto, que passam a oferecer retornos maiores. Atualmente, esses investimentos já apresentam um rendimento significativo quando consideramos as taxas históricas.

Isso acaba por atrair um número maior de investidores para o país, resultando na valorização da moeda nacional em relação ao dólar, especialmente em um período em que se esperam quedas nas taxas de juros dos Estados Unidos na próxima reunião do Federal Reserve (Fed, a instituição financeira central dos EUA).

Na última reunião realizada na semana passada, o Federal Reserve (Fed) decidiu manter suas taxas de juros entre 5,25% e 5,50% ao ano. No entanto, há projeções de que o início dos cortes possa ocorrer já em setembro. Especialistas estão levantando dúvidas sobre se o Fed não perdeu a oportunidade de começar a redução das taxas de juros e como deveria se posicionar em suas comunicações.

Apenas 48 horas depois do anúncio do Fed, informações sobre o mercado de trabalho nos EUA revelaram desaceleração e causaram grande preocupação nos mercados internacionais em relação à economia americana.

Na semana passada, o relatório de emprego dos Estados Unidos, conhecido como payroll, divulgou a criação de 114 mil empregos não agrícolas em julho. Este número foi significativamente menor do que as 175 mil vagas que eram previstas pelos analistas do mercado financeiro.

Taxas de juros elevadas tornam mais caros os procedimentos de obtenção de empréstimos e financiamentos tanto para indivíduos quanto para empresas, o que acaba por reduzir o consumo da população e limitar os investimentos das empresas em sua expansão - podendo, consequentemente, impactar negativamente o mercado de trabalho.

Ontem, houve uma grande queda nas bolsas de valores em todo o mundo. Nos Estados Unidos, os principais índices do mercado de ações caíram cerca de 3%, e na Europa, Ásia e Oceania a tendência foi a mesma. No Japão, a queda foi de 12,40%, a segunda maior da história.

No Japão, além da preocupação com os Estados Unidos, houve uma queda significativa nas ações devido ao fortalecimento do iene em relação ao dólar, causado pelo aumento das taxas de juros pelo Banco Central. Esse aumento é algo incomum, ocorrendo apenas pela segunda vez em 17 anos.

Devido à valorização do iene, os produtos japoneses se tornam mais dispendiosos para os consumidores estrangeiros, prejudicando as companhias.

Hoje, na terça-feira, o mercado do Japão conseguiu recuperar uma parte das perdas e teve um aumento de 10,23%.

Após uma sessão de negociação com perdas tão significativas, é comum que o mercado passe por um processo chamado de correção de preços, no qual investidores aproveitam a baixa cotação das ações para adquiri-las por um valor mais vantajoso, resultando na valorização do mercado de ações como um todo.

Além dos países do Japão, da Ásia e da Oceania, onde já encerraram suas atividades, a maior parte das principais bolsas registrou alta nesta terça-feira, com a única exceção de Hong Kong.

Na Europa, os principais mercados de ações estão em baixa. O índice Stoxx 600, composto por 600 empresas de 17 países europeus, está operando em queda, assim como o DAX (da Alemanha), FTSE 100 (do Reino Unido), CAC 40 (da França) e IBEX 35 (da Espanha).

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