Dólar dispara e chega a R$ 6 com atenção a pacote fiscal e reforma do IR

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Dolar hoje

Na quinta-feira (28), o dólar à vista superou pela primeira vez desde sua introdução em 1994 a barreira de R$ 6,00. Essa alta ocorreu devido à resposta negativa do mercado ao anúncio de um pacote de medidas de austeridade fiscal do governo, que foi divulgado juntamente com uma reforma do Imposto de Renda que pegou a todos de surpresa. Às 11h23, a moeda registrou uma alta de 1,51%, sendo comercializada a R$ 6,001 na venda.

Dolar hoje - Figure 1
Foto InfoMoney

Isso ocorreu após ter registrado R$ 5,91 no dia anterior, o maior nível já alcançado, em meio à divulgação da isenção de Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil, o que elevou as apreensões em relação à sustentabilidade das finanças públicas do governo.

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Haddad revelou no dia anterior que a faixa de isenção do imposto de renda será ampliada para aqueles que recebem até 5 mil reais por mês. Ele também afirmou que essa medida será equilibrada com um aumento na tributação para quem possui rendimentos superiores a 50 mil reais mensais.

Cotação Do Dólar Em Dia De Hoje

Às 9h10, o dólar no mercado comercial apresentava uma valorização de 1,01%, sendo negociado a R$ 5,970 para compra e R$ 5,972 para venda. No ponto mais alto do dia, a moeda alcançou R$ 5,999. Na B3, o contrato futuro de dólar com o primeiro vencimento aumentava 0,60%, situando-se em 5.995 pontos.

O Banco Central realizará, nesta sessão, um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional com o objetivo de renovar o vencimento marcado para 2 de janeiro de 2025.

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O conjunto de medidas para reduzir despesas, que foi divulgado pelo governo na quarta-feira e explicado com mais detalhes nesta quinta, estima uma economia de 71,9 bilhões de reais entre 2025 e 2026, com um efeito total de 327 bilhões de reais até 2030, conforme informado pelo Executivo durante uma apresentação sobre o plano.

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Na apresentação, a administração esclareceu que uma das propostas que serão enviadas ao Congresso inclui a restrição de normas relacionadas ao Benefício de Prestação Continuada, algo que não foi mencionado anteriormente durante a fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na rede nacional de rádio e televisão.

No BPC, não será permitida a dedução de rendimentos que não estejam estipulados em lei, conforme a apresentação. Além disso, a renda do cônjuge e do companheiro que não reside junto, assim como a renda de irmãos, filhos e enteados que coabitam, passarão a ser considerados para o acesso ao benefício.

Conforme analistas do mercado, que estavam ansiosos pela apresentação das medidas fiscais, as quais haviam sido prometidas após o segundo turno das eleições municipais, a divulgação dessas medidas juntamente com a reforma do Imposto de Renda gerou incertezas sobre o comprometimento do governo em manter o equilíbrio das contas públicas.

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“É provável que os mercados acolham positivamente esse montante expressivo, mas a inesperada decisão de isentar os salários até 5 mil pode conter o entusiasmo. Não é fácil entender o comunicado de maneira diferente a não ser como uma tentativa de restabelecer o apoio popular após a significativa queda de apoio à esquerda”, comentou Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

De acordo com Haddad, a compensação para elevar a faixa de isenção do Imposto de Renda, uma das promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrerá por meio do aumento da tributação sobre rendimentos superiores a R$ 50 mil mensais e pela restrição da isenção relacionada a questões de saúde para aqueles que têm uma renda de até R$ 20 mil.

Na curva de juros do Brasil, as taxas de DI apresentavam um aumento consistente, especialmente nas contratações de longo prazo, com os investidores elevando os prêmios de risco associados ao país. “Devido ao atraso, o adiamento na apresentação desse conjunto de medidas aumentou as expectativas dos investidores sobre o que o governo poderia oferecer, e podemos dizer que o anúncio feito pelo governo acabou não atendendo a essas expectativas”, comentou Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

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Dessa forma, o real seguia em direção oposta em relação a outras moedas de mercados emergentes, que apresentavam valorização em relação ao dólar ou pequenas perdas, enquanto as informações internas dominavam as escolhas dos investidores no Brasil.

O índice do dólar — que avalia o rendimento da moeda dos Estados Unidos em relação a um grupo de seis moedas — avançava 0,10%, alcançando 106,220.

A atenção internacional permanece voltada para as expectativas em relação ao novo governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. As suas promessas de imposição de tarifas têm provocado receios de um conflito comercial com a Europa e a China, resultando em um fortalecimento do dólar.

No começo da semana, Trump se comprometeu a aplicar taxas de 25% sobre todos os itens provenientes do México e do Canadá, além de uma taxa extra sobre os produtos da China.

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