Dólar fecha a R$ 6,065, novo valor recorde de encerramento
O dólar comercial encerrou o dia com um aumento de 1,13%, cotado a R$ 6,065 na venda, atingindo um novo recorde nominal de fechamento nesta segunda-feira (2).
Durante o dia, a moeda apresentou altíssimos níveis de valorização, aumentando os lucros da sessão anterior, enquanto os investidores continuavam a responder às declarações do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, em relação aos países do Brics, além de estarem atentos às medidas fiscais divulgadas na semana passada no Brasil. No ponto mais alto, o dólar atingiu R$ 6,087.
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O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, solicitou no último sábado (30) que os países integrantes do Brics se comprometam a não estabelecer uma nova moeda ou apoiar outra que substitua o dólar, sob a ameaça de enfrentarem tarifas de 100%.
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O dólar comercial encerrou o dia com um incremento de 1,07%, sendo negociado a 6,0652 reais — o maior valor nominal de fechamento já registrado. Em relação ao ano, a moeda americana acumula uma valorização de 25%.
Às 17h05, o contrato de dólar para janeiro — o mais negociado no Brasil — registrava uma alta de 1,32%, alcançando 6,0805 reais.
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No sábado, Trump solicitou que os países que fazem parte do Brics — incluindo o Brasil — se comprometam a não introduzir uma nova moeda ou a apoiar qualquer outra moeda que possa substituir o dólar. Caso contrário, eles enfrentariam tarifas de 100% sobre seus produtos.
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“Solicitamos que essas nações se comprometam a não desenvolver uma nova moeda do Brics nem a endossar qualquer outra moeda que possa substituir o forte dólar americano. Caso contrário, enfrentarão tarifas de 100% e terão que abrir mão de suas exportações para a incrível economia dos Estados Unidos”, afirmou Trump em sua rede social, a Truth Social.
Em resposta, o dólar valorizava-se frente a todas as moedas dos Brics nesta segunda-feira, além de se fortalecer em relação às outras divisas em um dia caracterizado pela desvalorização do euro.
Dentro do cenário econômico, a nova proposta fiscal apresentada pelo governo na semana passada continuava a exercer pressão de alta sobre o dólar. Enquanto a redução de 71,9 bilhões de reais em gastos ao longo de dois anos foi considerada positiva, a isenção de Imposto de Renda para aqueles que recebem acima de 5 mil reais mensais continuava a receber críticas.
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“Chegou próximo do limite o jeito como o pacote foi apresentado. O governo trouxe o comunicado que era aguardado, com cortes, mas também trouxe a questão da isenção do Imposto de Renda”, destacou Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital. “Foi um impacto negativo significativo. O mercado reagiu de forma intensa a isso e o câmbio se desestabilizou.”
Desde a implementação do pacote, mesmo com os esforços do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para diminuir a pressão ao apoiar as medidas divulgadas, o dólar continua em ascensão.
Nesta segunda-feira, após registrar a cotação mais baixa de 6,0052 reais (+0,07%) às 9h15, o dólar à vista alcançou o valor máximo de 6,0920 reais (+1,51%) às 13h05.
Ao avaliar o panorama brasileiro, os analistas Thierry Wizman e Gareth Berry, da gestora internacional Macquarie, ressaltaram que, apesar de o Banco Central do Brasil manter uma postura "agressiva" em relação aos juros devido às inquietações com a política fiscal relaxada, os incrementos da Selic "não serão adequados para evitar novas minicrises".
“Essa situação persistirá até que os investidores consigam confiar na consistência da relação entre a dívida e o PIB do Brasil”, disseram os analistas, indicando que agora projetam uma cotação do dólar a 6,30 reais para meados de 2025.
Apesar da intensa pressão sobre o dólar desde a semana anterior, o Banco Central permaneceu fora do mercado.
Na manhã de um evento em São Paulo, Gabriel Galípolo, o diretor de Política Monetária do Banco Central, afirmou novamente que a instituição intervém no mercado de câmbio apenas em situações de desfuncionalidade.
"Na verdade, continuaremos realizando intervenções apenas devido a problemas funcionais, como a sazonalidade relacionada aos dividendos de fim de ano que são direcionados para fora, entre outras situações similares", declarou.
Ele afirmou que não antecipava alterações na política cambial do Banco Central com a nomeação de Nilton David, escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir a diretoria de Política Monetária em janeiro, quando Galípolo assumirá o cargo de presidente da instituição.
No exterior, às 17h25, o índice do dólar — que avalia o desempenho da moeda dos Estados Unidos em relação a um grupo de seis moedas — avançava 0,22%, alcançando 106,270.
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