Dólar volta a ganhar força e vai a R$ 6,19, mesmo após leilão do BC; Ibovespa oscila | Economia
Os leilões de dólares promovidos pelo Banco Central funcionam como um mecanismo de controle do mercado cambial, destinado a ampliar a quantidade de dólares disponíveis. Isso, em teoria, tende a reduzir a taxa de câmbio.
Com a agenda econômica com poucas novidades e uma semana mais reduzida devido ao Natal, período em que os mercados brasileiros estiveram fechados, os investidores redirecionam seu foco para o cenário internacional.
Na Ásia, os órgãos governamentais da China informaram que planejam intensificar o incentivo fiscal no próximo ano, decidindo emitir 3 trilhões de iuanes (equivalente a US$ 411 bilhões ou R$ 2,5 trilhões) em títulos públicos especiais. Caso essa medida se concretize, representará o montante mais elevado já registrado nesse contexto.
O governo do Japão declarou nesta quinta-feira (26) que espera que a produção econômica alcance sua capacidade máxima no próximo ano fiscal, pela primeira vez em sete anos, impulsionada pela robustez do mercado de trabalho.
O Ibovespa, que é o índice de ações mais relevante da bolsa brasileira, apresenta oscilações em seu desempenho.
Confira a síntese dos mercados a seguir.
"Precisamos corrigir essa queda que o dólar apresentou aqui", afirma Haddad.
Às 10h21, o dólar apresentava um aumento de 0,61%, sendo negociado a R$ 6,1917. No ponto mais alto do dia, atingiu R$ 6,1974. Confira mais cotações.
Na segunda-feira, o dólar encerrou o dia com um aumento de 1,87%, sendo negociado a R$ 6,1855.
Com esse resultado, acumulou:
Neste mesmo momento, o Ibovespa registrava uma diminuição de 0,06%, alcançando 120.696 pontos.
Na segunda-feira, o índice finalizou com uma diminuição de 1,09%, atingindo 120.767 pontos.
Com o resultado, somou:
"Daniel Sousa comenta sobre a valorização do dólar: 'Estamos cientes de que existe uma questão fiscal'."
O Que Está Agitando Os Mercados?
Com a cobertura econômica diminuída devido ao feriado de Natal, período em que os mercados também permanecem fechados no Brasil, os investidores direcionam seu foco para o cenário internacional.
Lá fora, o ponto central é a China, que anunciou que as autoridades decidiram expandir o estímulo fiscal para o ano seguinte, planificando a emissão de 3 trilhões de iuanes (equivalente a US$ 411 bilhões ou R$ 2,5 trilhões) em títulos públicos especiais. Caso se concretize, esse montante será o mais elevado já registrado.
As autoridades chinesas também anunciaram que irão aumentar a pensão básica para aposentados, assim como para os habitantes de áreas urbanas e rurais. Além disso, irão elevar os padrões de subsídio financeiro relacionados ao seguro médio para a população. Essas medidas têm como objetivo estimular o consumo no gigante asiático.
Segundo o ministério chinês, o país irá aumentar a assistência ao comércio de produtos de consumo, ampliará os investimentos diretos e fomentará ainda mais os investimentos sociais por meio de aportes do governo.
Nesta quinta-feira, o Escritório Nacional de Estatísticas da China anunciou uma revisão para cima do tamanho de sua economia em 2023, embora tenha ressaltado que essa alteração provavelmente terá um impacto mínimo sobre o crescimento deste ano.
Continuando na Ásia, o governo japonês anunciou nesta quinta-feira que espera que a capacidade total de produção econômica do país seja alcançada no próximo ano fiscal, o que ocorrerá pela primeira vez em sete anos. Essa expectativa surge em um contexto de um mercado de trabalho ainda vibrante.
Na pauta de indicadores, os investidores estão atentos à divulgação de novos números sobre os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos e à divulgação da arrecadação de impostos federais de novembro no Brasil.
Solicitado, o Banco Central declarou que não irá se pronunciar sobre o assunto.
No Brasil, as inquietações em relação à situação fiscal do país e as notícias políticas permanecem sob a atenção dos investidores. Nesta quinta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, chamou os líderes da Casa para uma reunião por videoconferência para discutir a sucessão na mesa diretora. A eleição está marcada para o dia 3 de fevereiro.
Embora seja evidente o descontentamento dos líderes em relação à decisão do ministro do Supremo, Flávio Dino, de interromper o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares, Lira comunicou ao Blog da Ana Flor que "não há como a Câmara agir neste momento para modificar" essa decisão.
No âmbito econômico, os investidores estão reagindo à informação de que o presidente Lula tem a intenção de divulgar, em breve, um decreto presidencial que irá ajustar o valor do salário mínimo para o próximo ano. A previsão é que o montante passe de R$ 1.412 para R$ 1.518 em 2025.
Caso o valor seja confirmado, o reajuste será de R$ 106, correspondendo a um incremento de 7,5%. A atualização terá validade a partir de janeiro, com o pagamento previsto para fevereiro do próximo ano.
Na semana anterior, o Congresso finalizou o andamento do projeto de redução de despesas apresentado pela administração federal.
A proposta original visava poupar R$ 71,9 bilhões nos próximos dois anos e um montante total de R$ 375 bilhões até 2030. No entanto, de acordo com estimativas do Ministério da Fazenda, as alterações realizadas pelo Congresso devem resultar em um impacto de R$ 2,1 bilhões, diminuindo a economia para R$ 69,8 bilhões.
Durante o café da manhã com jornalistas na última sexta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as alterações realizadas pelos deputados não afetam o resultado final elaborado pelo governo.
O mercado, uma vez mais, questiona os dados apresentados. Segundo a XP Investimentos, a estimativa de economia fiscal diminuiu de R$ 52 bilhões para R$ 44 bilhões.
O governo precisa diminuir suas despesas, pois tem como objetivo eliminar o déficit público nos próximos dois anos — ou seja, equilibrar as contas em 2024 e 2025, gastando o mesmo que arrecada. Além disso, a estratégia também determina que a administração pública comece a obter mais receita do que os seus gastos a partir de 2026, com o intuito de gerenciar a dívida pública.
O mercado esperava que o governo fizesse alterações nos gastos estruturais nesse conjunto de medidas de redução de despesas — como a Previdência, os benefícios ajustados pelo salário mínimo e os níveis de investimento em saúde e educação. No entanto, isso não se concretizou.
De acordo com os especialistas, esses gastos estão propensos a aumentar de forma rápida e podem, em breve, comprometer todo o esforço do pacote. No entanto, o governo se mostra relutante em adotar essas medidas, pois elas afetariam políticas públicas e compromissos assumidos durante a campanha do presidente Lula.
De acordo com o blog de Valdo Cruz, pessoas próximas ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acreditam que o governo deve oferecer uma comunicação mais contundente no setor fiscal. Isso inclui a divulgação de novas medidas além das que já foram apresentadas, com o objetivo de mudar, de forma definitiva, a atmosfera desfavorável que prevalece no mercado neste final de ano.
*Com dados fornecidos pela agência Reuters*
Compreenda os fatores que influenciam a valorização ou desvalorização do dólar.