Primárias em New Hampshire comprovam rejeição de moderados a Donald Trump | CNN Brasil
Com grande margem, Donald Trump conseguiu sair vitorioso nas primárias realizadas no estado de New Hampshire. Isso representa um avanço significativo em sua provável indicação como candidato pelo Partido Republicano nas eleições presidenciais que ocorrerão em novembro.
Contudo, as prévias revelaram que o ex-presidente foi amplamente rejeitado pelos eleitores moderados, inclusive nas disputas contra Nikki Haley, ex-governadora da Carolina do Sul.
Diferente das normas de Iowa, nas quais Trump saiu vitorioso em todas as classes socioeconômicas sobre Haley, em New Hampshire, ele foi derrotado pelos mais abastados, mais instruídos, menos religiosos e aqueles que se descrevem como "moderados" ou "liberais".
Os registros evidenciam que o antigo dirigente angaria o suporte sólido das bases eleitorais mais extremistas e conservadoras, contudo enfrenta desafios com setores que questionam sua conduta e orientações radicais.
A aversão desse grupo cresce consideravelmente devido às 91 acusações criminais que ele enfrenta em quatro ações judiciais distintas, incluindo sua suposta participação na tentativa de golpe do dia 6 de janeiro de 2021, quando uma multidão invadiu a sede do Congresso dos Estados Unidos, também conhecida como Capitólio.
No estado de New Hampshire, os cidadãos que se autodeclaram como independentes tiveram a oportunidade de participar das eleições primárias dos republicanos. Este grupo específico será responsável por decidir a batalha eleitoral entre o atual presidente Trump e o candidato democrata, o qual provavelmente será Joe Biden.
A pessoa capaz de conquistar mais votos de eleitores moderados do centro político, especialmente em estados decisivos, sairá vencedora nas eleições. A preocupação da campanha republicana é grande diante da rejeição que Trump já sofre nesse segmento.
Durante a votação em New Hampshire, uma pesquisa encomendada pela CNN indicou que Donald Trump foi derrotado por Nikki Haley numa proporção de 72% a 25% dos votos entre eleitores que se auto declararam como "moderados" em termos ideológicos.
Dentre os adeptos da vertente "conservadora", a oposição foi solapada pelo ex-presidente com uma ampla margem de 71% contra 27%. Enquanto que com os partidários do campo "liberal", tal como antecipado, Trump enfrentou fortes adversidades e amargou uma derrota de 85% contra 8%.
Haley superou o ex-presidente inclusive entre os indivíduos mais educados: 53% em relação a 45% dentre aqueles com graduação universitária; e 60% em relação a 36% dentre aqueles que possuem pós-graduação.
Trump sofreu mais uma derrota entre aqueles que não seguem nenhuma religião e não participam de cultos, com 50% contra 47%. Por outro lado, entre as pessoas que frequentam regularmente serviços religiosos, ele ganhou com uma grande vantagem: 62% contra 35% dos votos.
Ele obteve uma vitória notável, especialmente entre os menos favorecidos, que frequentemente se sentem marginalizados pelas escolhas políticas e financeiras dos centros de poder. Na verdade, ele derrotou a antiga governadora com uma diferença expressiva de 66% a 31% entre quem ganha até US$ 50 mil por ano. Entretanto, entre os mais abastados, que possuem uma renda anual superior a US$ 100 mil, ele acabou sendo superado, perdendo com uma margem de 50% a 47%.
Todavia, dois temas importantes - economia e imigração - não trouxeram notícias positivas para o presidente Biden. Os eleitores americanos majoritariamente se preocupam com esses pontos críticos.
De acordo com a pesquisa da CNN, 74% dos que participaram das primárias em New Hampshire acham que a conjuntura econômica nos Estados Unidos está mal ou péssima. Somente 25% acreditam que está boa ou excelente.
Dos eleitores com 30% que consideram a imigração como o maior desafio do país no momento, Trump venceu com grande vantagem: 79% a 20%.
A corrida pela presidência contará com a participação de dois candidatos de idade avançada. Ambos terão seus desafios para conquistar os votos da fatia central do eleitorado.