Em triunfo para ACM Neto, Reis é reeleito prefeito em Salvador

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), foi reeleito no último domingo no primeiro turno, obtendo 78,67% dos votos válidos, com a totalidade das urnas já computadas. Esse resultado reforça a candidatura do ex-prefeito Antonio Carlos Magalhães Neto, a quem Reis serviu como vice-prefeito entre 2017 e 2020, na corrida pelo governo em 2026. Com essa vitória, a administração da capital baiana permanece sob a influência do grupo político de ACM Neto desde 2012. O mentor político de Reis já havia declarado nos dias anteriores que esperava uma “vitória histórica”, como indicavam as pesquisas. A coalizão de Reis incluía, além do União, mais 12 partidos - entre eles o PL, ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que praticamente não teve participação na campanha.

O segundo lugar ficou com Kleber Rosa (Psol), que obteve 10,42% dos votos válidos. A grande surpresa foi o terceiro lugar do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), que alcançou 10,33% dos votos. Ele contava com o apoio do PT, que indicou Fabya Reis como candidata a vice na chapa.

Reis, que tem 47 anos, é casado e pai de quatro filhos. Ele é formado em Direito e nasceu em Petrolina, Pernambuco, cidade próxima à Bahia. Além disso, a vice-prefeita Ana Paula Matos, do PDT, também conseguiu sua reeleição.

Embora esteja no comando da Bahia desde 2007, o PT ainda não conseguiu conquistar a prefeitura da capital do estado. Durante seu discurso de posse, Reis declarou que "meu candidato a governador é Antonio Carlos Magalhães Junior Neto" e acrescentou que "o insucesso de Geraldo Júnior reflete o insucesso do governador Jerônimo Rodrigues (PT)". No entanto, ele assegurou que "amanhã o palanque estará livre" e que buscará tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto Rodrigues "para que possamos colaborar juntos".

ACM Neto proferiu um discurso parecido e declarou que a “derrota é responsabilidade de Jerônimo”, do senador Jaques Wagner e do ministro da Casa Civil, Rui Costa, todos do PT.

"Meu irmão, você pode ficar com o terceiro lugar, enquanto eu fico com o título de melhor prefeito do Brasil", afirmou.

Geraldo Júnior, popularmente chamado de Geraldinho, possui uma trajetória extensa na política da Bahia: ocupou a presidência da Câmara Municipal de Salvador em duas ocasiões e já foi parceiro de ACM Neto. Durante o dia, ele exerceu seu direito de voto ao lado de Jerônimo e teve um encontro com Rui Costa. Neste pleito, Geraldinho também contava com o apoio do ex-ministro Geddel Vieira Lima e do senador Otto Alencar (PSD).

Em seu Instagram, Geraldinho afirmou que “saiu das eleições mais fortalecido e unido para encarar os próximos desafios, que demandarão bravura, empenho e dedicação, características inconfundíveis do nosso movimento político”.

Apesar do suporte de Lula ao candidato do MDB, Rosa também estava se esforçando para associar sua imagem à do presidente da República. O candidato do Psol mencionou em suas redes sociais que “concluímos uma campanha maravilhosa, elaborada com a determinação do povo, a força das comunidades e a união de aqueles que acreditam em uma Salvador melhor”. Ele acrescentou que continuará “acreditando na transformação” e “na luta”.

O sistema de transporte público na capital da Bahia, que conta com cerca de 2,5 milhões de moradores, foi um dos tópicos centrais durante a campanha eleitoral, juntamente com a segurança pública. Reis se comprometeu, durante sua campanha, a reintegrar linhas de ônibus que foram retiradas de operação e a erguer um novo centro de convenções na área histórica da cidade.

Com 100% das urnas contabilizadas, os votos válidos atribuídos aos outros candidatos foram: Eslane Paixão (UP) com 0,41%, Giovani Damico (PCB) com 0,1%, Victor Marinho (PSTU) com 0,04% e Silvano Alves (PCO) com 0,01%. Além disso, houve 3,61% de votos em branco, 8,3% de votos nulos e 23,39% de abstenções. Durante a semana, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) da Bahia solicitou apoio policial para coibir a distribuição de santinhos na capital no domingo.