Futebol popular? Altos custos afastam torcedores de jogos nas Eliminatórias na América do Sul

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No continente sul-americano, onde o astro do futebol Lionel Messi, campeão mundial, teve seu início, ele é admirado tanto pelas classes abastadas quanto pelas mais carentes. No entanto, assistir aos jogos da seleção nacional no estádio é um luxo inalcançável para muitos, devido aos elevados valores dos ingressos das Eliminatórias da Copa do Mundo, que fazem com que os ídolos dos mais pobres fiquem ainda mais distantes.

Na primeira etapa, que ocorreu em setembro, houve queixas sobre os preços exorbitantes em países onde o futebol é sagrado. Os custos foram questionados pelo treinador da seleção argentina, Lionel Scaloni, pelo meio-campista chileno, Arturo Vidal, e, principalmente pelos fãs, que sobrevivem com salários modestos em economias instáveis e com alta inflação. A Colômbia, que vende o segundo ingresso mais caro na América do Sul em Barranquilla, conforme estimativas da AFP, é um exemplo.

Para assistir a um jogo da seleção colombiana em sua cidade, o custo médio está em torno de US$ 102 (equivalente a R$ 516,80). Isso em um cenário onde o salário mínimo do país é de apenas US$ 270 (R$ 1.368,00). Em meio a essa realidade econômica, Pablo González, responsável pelos serviços de manutenção e limpeza em uma universidade em Barranquilla, resignou-se com a impossibilidade de assistir ao jogo contra o Uruguai na quinta-feira, em virtude de sua falta de recursos financeiros.

“Para mim, realizar o pagamento é algo inalcançável (…) existem indivíduos que possuem um nível de renda bastante elevado, porém não conseguem desfrutar disso”, reclamou o fã de 49 anos.

A estreia da seleção brasileira nas Eliminatórias, contra a Bolívia, no Mangueirão, causou desconforto por causa do preço elevado dos ingressos. As entradas mais baratas, nas arquibancadas, custaram R$ 200, enquanto aquelas nos camarotes mais caros chegaram a R$ 1.600. Apesar de tudo, o Brasil conseguiu vencer por 5 a 1 em frente a uma multidão de 43 mil pessoas em Belém. Para o jogo desta quinta-feira contra a Venezuela, programado para a Arena Pantanal em Cuiabá, o valor dos ingressos varia entre R$ 200 e R$ 600.

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A jornada vitoriosa da Argentina na preparação para a próxima Copa do Mundo causa tanto empolgação quanto decepção entre os fãs, em um país com inflação anual de 120% e uma taxa de pobreza que supera 40% da população.

A fim de viabilizar a partida contra o Paraguai, a federação disponibilizou bilhetes cujo valor médio é de 120 dólares convertidos em câmbio oficial (R$ 608,3). Em virtude do elevado número de aficionados que desejam ver Messi e os demais jogadores em campo, foi criado o "AFA ID", uma espécie de registro da seleção albiceleste que concede preferência na aquisição dos ingressos aos seus detentores.

A categoria “Gold”, a qual oferece mais vantagens, custa cerca de R$ 14 mil, um valor bastante discrepante do salário inicial de R$ 323. Sem emitir uma crítica direta aos preços estabelecidos, o treinador Lionel Scaloni declarou, no mês de setembro, que desembolsou uma quantia considerável de pesos argentinos em bilhetes para seus familiares e insinuou que os torcedores teriam que aguentar a vontade de acompanhar o time de futebol “Scaloneta”.

Durante uma entrevista coletiva, o indivíduo afirmou que, assim como a maioria das pessoas, sente muito o impacto do alto custo dos ingressos. Entretanto, ele se considerou incapaz de estabelecer o valor dessas entradas. De acordo com sua opinião, seria ideal permitir que as pessoas pudessem frequentar os eventos gratuitamente, mas infelizmente não tem o poder de modificar essa situação. Diante disso, ele concluiu que não há muito o que possa fazer a respeito.

Candela Thompson, em comunicado da agência estatal argentina Télam, afirmou que certos preços "omitem um item popular como o futebol". No Brasil, os preços das entradas possuem valores distintos conforme a capacidade socioeconômica da cidade em que os jogos são sediados, ao passo que há um aumento no desinteresse dos brasileiros pela seleção.

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Por ter surgido de uma família humilde, o líder da equipe de futebol, Arturo Vidal, é considerado um jogador acessível ao povo. Foi ele quem emitiu uma declaração em nome do Chile, nos bastidores do Twitch, antes do jogo contra a Colômbia em 12 de setembro. "Os valores dos ingressos estão elevados demais. Já pedimos ao presidente da federação chilena de futebol, Pablo Milad, que abaixe os preços para que o estádio fique lotado", ele argumentou.

De acordo com a mídia chilena, em contraste com as eliminatórias anteriores, os fãs da seleção do país levaram vários dias para comprar todos os ingressos para o Monumental de Santiago.

Os líderes do Uruguai admitiram a responsabilidade pelos preços elevados que impediram a lotação completa do Estádio Centenário de Montevidéu durante a estreia oficial do treinador "El Loco" Marcelo Bielsa, em 8 de setembro, quando o time celeste derrotou o Chile por 3 a 1.

"Cometemos um equívoco", afirmou o presidente da Federação Uruguaia de Futebol (AUF), Ignacio Alonso, em entrevista à Esdrújula TV e divulgado pelo jornal El País. "A prova disso é que o estádio deveria ter vendido 40 mil ingressos, que era o que foi permitido naquele dia, mas tivemos cerca de 31.500", reconheceu. "Esses 8.500 que não foram ao jogo foi em resposta aos preços altos", explicou Alonso, que reduziu levemente os custos da venda de ingressos em outubro. / AFP

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