Opositor Edmundo González deixa a Venezuela e recebe asilo na Espanha
Um avião das Forças Armadas da Espanha transportou o crítico Edmundo González Urrutia da Venezuela para a Espanha, em um acordo com o governo de Nicolás Maduro para conceder asilo ao opositor que questionou o resultado da eleição que garantiu a reeleição de Maduro em 28 de julho. Sua aliada política, María Corina Machado, comunicou que ele desembarcou no país europeu na manhã deste domingo (8).
Delcy Rodríguez, vice-presidente da Venezuela, anunciou na noite de sábado que o governo concedeu asilo político a Edmundo, que havia buscado refúgio na embaixada espanhola em Caracas nos últimos dias.
Após a comunicação efetiva entre os dois governos e a conclusão das questões necessárias, de acordo com as leis internacionais, a Venezuela emitiu o salvo-conduto para garantir a paz e tranquilidade política do país. Esta ação reafirma o compromisso da República Bolivariana da Venezuela com o respeito ao Direito Internacional na comunidade global, como declarado por Rodríguez em uma plataforma de mídia social.
José Manuel Albares, ministro das Relações Exteriores da Espanha, comunicou que o pedido de asilo foi feito pelo opositor em questão. O ministério afirmou que o governo espanhol está dedicado à preservação dos direitos políticos e físicos de todos os cidadãos venezuelanos.
Edmundo González saiu da Venezuela alguns dias depois da Justiça solicitar sua prisão por "risco de fuga", pois não compareceu a três convocações para depor feitas pelo Ministério Público do país. Ele estava sendo chamado para depor na investigação sobre o site que divulgou as supostas atas eleitorais da oposição, que declaravam a vitória de Edmundo nas eleições de 28 de julho.
A líder María Corina Machado explicou que sua saída do país era inevitável devido ao perigo em que sua vida se encontrava. Ela destacou que as intimações, mandados de detenção e tentativas de chantagem e coação que vinha sofrendo mostravam que o regime não tinha escrúpulos nem limites para tentar calá-la e dominá-la. Em uma rede social, afirmou que o governo brasileiro e o colombiano também expressaram preocupação com o pedido de detenção emitido pelo Ministério Público venezuelano.
De acordo com o Ministério Público venezuelano, a permanência da página da oposição, que contém supostas atas, pode resultar em crimes como "falsificação de documentos, incitação à desobediência às leis, crimes cibernéticos e associação criminosa e conspiração".
A pesquisa do Ministério Público da Venezuela indica que o site pretende se apropriar das responsabilidades do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que é a única entidade com autoridade para divulgar os resultados das eleições no país.
De acordo com as autoridades da Venezuela, foram identificadas mais de nove mil atas falsas. Por outro lado, o Tribunal Supremo de Justiça do país reafirmou a vitória do presidente Nicolás Maduro em 28 de julho após análise. Contudo, os resultados da eleição por mesa de votação ainda não foram tornados públicos.