Estudantes da Etec Guarulhos desenvolvem biodigestor automatizado
Dentre os quinhentos participantes semifinalistas da Febrace, um projeto destaca-se pela abordagem a dois problemas cruciais da sociedade contemporânea: a reutilização de resíduos orgânicos e o desenvolvimento de fontes de energia ecologicamente corretas.
Em 11 de janeiro de 2024, às 9:46 da manhã, projetos estavam em andamento.
Eduardo, Érick e Gustavo acreditam no potencial lucrativo do projeto e pretendem procurar colaboradores e financiadores interessados. Foto: Divulgação
Alunos da Escola Técnica Estadual (Etec) Guarulhos estão competindo por uma vaga na final da 22ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), promovida pela Universidade de São Paulo (USP). Eles apresentam uma ideia para ajudar a resolver dois desafios cruciais da sociedade contemporânea: a reutilização de resíduos e a produção de energia limpa.
Os estudantes Eduardo Facco e Gustavo Pereira, matriculados no Ensino Médio integrado ao curso técnico de Desenvolvimento de Sistemas, juntamente com Érick dos Santos, um ex-aluno do curso de Eletrônica da Etec Presidente Vargas em Mogi das Cruzes, submeteram o seu projeto de criação e avaliação bioquímica de um biodigestor anaeróbio para transformar resíduos orgânicos em biogás. O trabalho foi escolhido entre os 500 finalistas.
Duzentos projetos avançaram para a exposição física, programada para março na Universidade de São Paulo, além de serem apresentados em ambiente virtual. Os critérios para a seleção dos finalistas incluíram a demonstração de criatividade e inovação, conhecimento científico sobre o problema em questão, habilidade para coletar dados e executar o projeto de forma coerente. A profundidade da pesquisa realizada, assim como a clareza da documentação do projeto e da apresentação oral também foram consideradas.
Gustavo recorda que no início do curso, a equipe planejou criar um produto que atendesse aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas. Desde então, eles já tinham em mente utilizar essa temática para o trabalho de conclusão de curso (TCC). Após análises, a equipe optou por abordar dois problemas simultaneamente: o desperdício e a ausência de fontes de energia renováveis.
Um dispositivo chamado de biodigestor é empregado para acelerar a decomposição da matéria orgânica sem oxigênio. O benefício desta técnica é que é possível reutilizar o resíduo orgânico gerado e produzir fertilizantes e biogás.
Explicou o aluno que o nosso processo é bastante fácil: basta depositar qualquer tipo de substância orgânica dentro do biodigestor. As bactérias anaeróbicas presentes no reator principal farão a digestão do material e, desse modo, ele será convertido em biogás. Após ser filtrado, o biogás é transformado em biometano, um combustível renovável, ecológico e menos nocivo.
A totalidade do sistema é automatizada e pode ser gerenciada à distância, através de uma aplicação. É possível utilizar a sobra de biomassa gerada durante o processo de produção do gás como biofertilizante. Gustavo e seus associados estão confiantes na viabilidade econômica do projeto e estão planejando buscar colaboradores e investidores.
Gustavo tem a visão de que o grupo de pessoas que seriam direcionadas primeiramente para o seu negócio seriam escolas e fazendas rurais pequenas. Esses locais geram um volume considerável de resíduos e teriam a possibilidade de reutilizá-los para gerar energia e fertilizar hortas e culturas.
De acordo com o professor Marcel Thome, que orientou o projeto juntamente com Rodrigo Campos, outro professor da unidade, os estudantes responsáveis pelo desenvolvimento do biodigestor demonstraram excelência em seu desempenho. Segundo Thome, eles dedicaram-se intensamente ao projeto. Juntamente com Bruno Atílio, Eduardo Facco, Henrique da Silva, Jhonatan Lopes, Kauã Mendes, Paulo Corrêa e Vinicius Vila, estes alunos formam o grupo de desenvolvedores do biodigestor.
Foi apresentado como trabalho de conclusão de curso, no final de 2023, da Etec Guarulhos, um estudo sobre o desenvolvimento e avaliação bioquímica de um dispositivo de biodigestão anaeróbia destinado à produção de biogás a partir de resíduos orgânicos. O trabalho foi realizado no âmbito do curso de Desenvolvimento de Sistemas integrado ao Ensino Médio.
